sábado, 31 de dezembro de 2011
2012!!!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Geografia…
O nível de estupidez que paira na televisão generalista portuguesa está cada vez mais equiparado ao desnorte económico do país. Quanto mais nos “chafurdamos” em dívidas, mais palermas nos aparecem no ecrã. A crise não atrai apenas os credores; atrai também, e preferencialmente, os pobres de espírito. Dizer que na Casa dos Segredos está representada a juventude portuguesa é insultar milhares de jovens. Se Afonso Henriques tivesse suspeitado que séculos mais tarde alguns portugueses fariam estas figuras tristes na televisão, provavelmente teria deixado o território aos espanhóis em troca de caramelos. E, na verdade, alguns dos concorrentes mais parecem caramelos pois andam sempre a ser chupados… Não tenho nada contra esses momentos de gulodice nem com o facto de gostarem de ser filmados. Mas em frente a câmaras que estão a filmar em directo para todo o país, já é algo um bocadito mais censurável. Algo capaz de orgulhar bons pais de família, ao verem as suas filhas com a boca no trombone em frente a milhões de pessoas. Que as filhas ficam famosas, lá isso ficam. Mas há fama que é preferível não ter. Ficar-se famoso/a por participar num programa cujo único objectivo é ver quem é o/a mais ordinário/a, não me parece bom currículo para um dia se mostrar aos filhos. Mas a evolução do macaco pode fazer mudar também estas questões culturais. O que hoje é censurável, amanhã pode ser um comportamento padrão. Esperemos que não… Há programas engraçados, há programas de cultura geral e há a Casa dos Segredos. Até o nome é completamente desenquadrado da realidade. Porquê Casa dos Segredos se lá fazem tudo à frente das câmaras? E não deixa de ser parvo andar a fazer-se segredo de coisas do género “trabalhei num cabaret” quando não se revela pudor nenhum em “acariciar fruta” em frente a todo o país. Cátia mostrou ao país toda a sua ignorância (só para ser simpático), o que a faz ser conhecida não apenas pelas bombadas que dá, mas também pela pouca apetência pela cultura geral. Se isto não envaidece um pai… A verdade é uma e indesmentível: a miúda pode não ter grande capacidade para encontrar África no mapa mas revelou um enorme talento em encontrar car***** debaixo de lençóis num quarto às escuras. E ainda dizem que ela não percebe nada de Geografia… Se lhe tivessem pedido para indicar no mapa onde fica o continente em que se diz que elas são grandes e escuras, de certeza que ela acertava. Se não fosse na ponta da língua, teria certamente a resposta na ponta dos dedos.
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Televendas…
Quando se ganha o mau hábito de se ficar acordado até tarde, é completamente normal que o cérebro comece a divagar por coisas parvas. E uma delas será, certamente, ver as televendas. Mas uma coisa é certa: quem nunca perdeu tempo a ver um mínimo de cinco minutos de televendas nunca poderá ser uma pessoa realizada. As televendas são uma espécie de mundo da fantasia para os adultos. Mas fantasias que não são XXX. Ver as televendas é como ler histórias da carochinha: começamos a acreditar que tudo é realmente possível e que no final fica sempre tudo bem. Esfregonas mágicas, panelas que cozinham sozinhas, aparelhos de exercício abdominal que nos transformam em modelos sem precisarmos de deixar comer fast-food, ou spray milagroso de crescimento capilar capaz de tornar o Pedro Abrunhosa no Marco Paulo dos bons e velhos tempos. Há de tudo, mais ainda que na farmácia. E como tudo nesta vida se baseia em hierarquias, no topo da hierarquia comercial estará, indubitavelmente, a esfregona mágica. Com uma coisa dessas na mão, tornamo-nos um verdadeiro Harry Potter. Nunca fui grande adepto desse tipo de utensílios mas a verdade é que ela é capaz de fazer desaparecer qualquer coisa. Uma simples passagem da esfregona é capaz de exterminar qualquer substância indesejada. Assim, de forma muito simples, sem precisarmos de cantarolar qualquer tipo de feitiço. Tenho a certeza de que se a usassem na Assembleia da República, muitas das parvoíces que lá se dizem diariamente deixariam de acontecer. Passem a esfregona sobre o défice e vão ver como ele desaparece. Aconselharia toda a gente a passar a esfregona no corpo e já não precisavam do tradicional banho, dado que a sujidade é atraída pela esfregona. O problema é que, se a sujidade é atraída, então muitas pessoas ficariam coladas eternamente à esfregona. E a coitada não tem culpa de nada. Se este país ainda tem solução, ela encontrar-se-á nas televendas. E se repararmos bem, as televendas são uma espécie de Assembleia da República: um grupo de pessoas bem-vestidas que nos conta histórias da carochinha enquanto nos tenta assaltar os bolsos, utilizando infinitos tempos de antena.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Só te faz bem…
Uma pessoa apercebe-se de que a idade vai avançando quando não se constipa a correr à chuva e ao frio mas é implacavelmente derrubada por um simples ar condicionado que nos deixa de cama uns dias. Ainda para mais numa altura em que a gripe das aves volta a estar na moda. Ainda nos confundem com um peru bêbado engripado e somos abatidos impiedosamente. E é muito triste estar engripado. Dá para pensar bem na qualidade do material de que somos feitos quando observamos a quantidade de porcaria que nos teima em sair pelo nariz. Não é uma imagem bonita, é verdade. Mas a gripe é como a morte: por muito que se previna e se acautele, ela acaba sempre por aparecer e levar a melhor. Uma bela comparação natalícia. Aposto que já muita gente passou por esta situação: estar com gripe, na cama, e alguém chega lá com um chã quente e diz:”Bebe isto que te faz bem à gripe”. E esta frase dá para pensar porque não faz sentido absolutamente nenhum. Não que tenha algo contra chãs e tratamentos de rei deitado na cama, mas porque é parvo dar um “tratamento” a alguém dizendo que lhe faz bem à doença. Eu não quero nada que faça bem à gripe. Quero é algo que lhe faça mal. Que a torture; que a incomode tal como ela me incomoda e que no fim e extermine. Não quero que a gripe seja bem tratada. Se algo faz bem à gripe então eu não quero. Prefiro que ela agonie. Da próxima vez que tentarem agradar a um doente, não lhe digam que o que lhe estão a dar lhe faz bem à maleita. A intenção é boa. Mas como lá diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio. E o inferno acaba por ser como o ar condicionado: é muito agradável enquanto sentimos aquele calor, mas quando saímos de lá ficamos com gripe…
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Vanguardismos…
E aos 22 dias do mês de Novembro do ano do Senhor com número 2011, eis que do Parlamento da Madeira surge mais uma das boas e praticáveis medidas de austeridade. Propõe a bancada do PSD que em determinadas matérias possa um deputado votar por toda a sua bancada. Espetacular. Naqueles dias de votações chatas, a horas indecentes (tipo 10 da manhã), bastará que um elemento dos 25 que compõem a bancada laranja acorde mais cedo um bocadito para votar por toda a gente. Eis a Madeira na vanguarda do bem-estar dos deputados eleitos para coisas tão parvas como levantarem-se cedo só para aprovarem algo. Mas esta ideia de 1 poder votar por 25 também se poderia aplicar na Assembleia da República. Bastaria comparecer um dos elementos de cada bancada ao Parlamento, o que traria imensos benefícios: bastava pagar a apenas um deputado por bancada e poupavam-se uns milhões em salários; reduziam-se o número de debates e as leis seriam aprovadas ou vetadas mais rapidamente; pouparíamos também muito dinheiro com as refeições dos deputados pois seria necessário alimentar apenas meia dúzia de esfomeados; e poder-se-ia trocar o Parlamento pela sala de arrumos, muito mais pequena e com menos gastos energéticos. Eis a Madeira na vanguarda da Economia e do Desenvolvimento Sustentável. Claro que nem tudo é perfeito. Isto porque os deputados da Assembleia da Madeira dispensam o seu direito de voto mas não abdicam do seu direito a um salário. Mas abdicar de um dos direitos já é alguma coisa. É uma imagem de sacrifício e de solidariedade com a nação que transparece para a opinião pública. Quando os responsáveis da Troika cá voltarem, irão ver os enormes sacrifícios do Parlamento da Madeira que até dispensa o seu direito ao voto e cujo governo regional só gastará 3 milhões de euros em obras públicas (vulgo fogo-de-artifício e iluminação de natal). Eis a Madeira na vanguarda das piadas sobre o continente e a crise.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
(Des)Ordens…
O mundo precisa de saber aquilo que se passa na Ordem dos Advogados. Acho espantoso ainda ler comentários extremamente favoráveis a esse senhor Marinho e Pinto. E ler elogios a esse homem faz-me sentir como se me estivessem a insultar e de forma grosseira. Cada palavra simpática para com ele é um atestado de incompetência que me passam e o equivalente a mandarem-me cem vezes para o caralho. E peço desculpa por usar termos ofensivos como “equivalente”. Vamos aos factos: Dia 15 de Julho, o senhor Bastonário Marinho e Pinto emite um despacho em que demonstra claramente que a nova taxa de emolumentos aplicada a meio do jogo se refere a quem pretende fazer os exames da Ordem. Certos iluminados, nos quais me incluo, decidiram não pagar e consequentemente não fazer os exames em protesto por tamanha canalhice do senhor BOA. Muitos, tal como eu, não suspenderam a Ordem pois ninguém nos conseguiu explicar o que aconteceria a quem não pagasse os 650€. Para nosso espanto, vem agora a Ordem, por ordem expressa do BOA, exigir o pagamento destes 650€ a quem não fez os exames, invocando que afinal não eram para pagar os exames mas sim a formação. Ou seja, além de ter de pagar por algo de que não usufruí, e depois de já ter feito a borrada/canalhice de alterar as regras a meio do jogo, o BOA vem agora fazer uma borrada/canalhice ainda pior: alterar as regras no fim do jogo. Marinho e Pinto parece um daqueles putos da primária que leva a bola para a escola para jogar no recreio e que, depois de ver a sua equipa perder em campo, resolve inventar uma nova regra no fim do jogo, dizendo que quem marca menos é que ganha, só para não ir a chorar para casa e continuar a ser o rei da macacada. Nem no Bangladesh se aplicam taxas com esta retroactividade. Deixo aqui um desafio aos deputados da Assembleia da República: aprovem um decreto que determine que o Bastonário da Ordem dos Advogados, em vez de auferir 4000€ mensais, tenha de pagar esse mesmo valor mensalmente para usufruir do honroso cargo que ocupa, sendo que o mesmo decreto terá efeitos retroactivos, aplicando-se a todos os BOA desde o início da Ordem. E vamos ver se esse tal Marinho e Pinto acha piada à brincadeira. Exigir 1400€ a jovens no início da vida profissional, que nada recebem durante os estágios, é algo que defino como criminoso. Não só não recebemos como ainda temos de suportar os vícios e os delírios mentais deste BOA. O homem que tanto propagandeia a protecção social, que fala das dificuldades da crise, é apenas um simples charlatão pois a sua Ordem é a coisa mais desorganizada e mais viciada que existe neste país. Pena não terem feito aos filhos dele aquilo que ele anda a fazer aos filhos dos outros. Dá a sensação de que Marinho e Pinto vive na Suécia ou na Noruega. E nem nesses países se deve exigir tanto a quem pretende enveredar pela advocacia. Ou então, afinal, não estamos em crise em Portugal. Os portugueses andam todos endinheirados e eu só começo a reparar agora. O que esse canalha nos está a fazer não é mais do que incentivo à prostituição. É verdade. Só assim é que jovens que nada recebem poderão pagar esses balúrdios que ele nos pede. E que se saiba, o incentivo à prostituição, vulgo lenocínio, é crime e é punível. Ou seja, Marinho e Pinto além de charlatão é criminoso. Para poder fazer os exames da Ordem tenho de vender o carro. Ou então, trato de hipotecar a casa. Sempre posso tornar-me advogado… mas fico sem tecto. Mas quem precisa de tecto nos tempos que correm? Isso é uma coisa supérflua! Continuem a elogiar este santo… que de santo só tem a cara de pau.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Penhoras…
Nos últimos dias, várias pessoas andaram a receber cartas das Finanças a penhorar bens por falta de pagamento de portagens. Claro que o bom português ainda passa nas antigas Scut e não se interessa minimamente em saber o que têm de pagar e quando têm de pagar. Se não tem portagem e alguém para receber o dinheiro, então é porque não é para pagar. Mais estranho nesta história é o facto de cobrarem portagens a miúdos de dez anos. Esta canalhada de hoje em dia é terrível. Até passam nas antigas Scut só para lançarem o pânico nas Finanças. É perfeitamente natural que um puto de dez anos passe nas Scut… mas sentado na sua cadeira no banco de trás do automóvel. A menos que as Finanças tenham alterado os seus critérios para o pagamento das prestações e as andem a exigir à pessoa mais nova dentro do veículo. Pagam os benjamins. E muito bem. A idade é um posto. Já todos sabemos que os funcionários públicos não apreciam um trabalho rápido e eficaz; que gostam de deixar as suas tarefas em banho-maria, muito lentamente. Mas não haverá ninguém suficientemente inteligente para pensar que um miúdo de dez anos não pode, por exemplo, ter carta de condução? A desculpa dos nomes iguais também já não pode pegar. Até porque não conheço muitos miúdos que andem na Primária e que sejam proprietários de automóveis. A maior parte deles já tem telemóvel, portátil e PlayStation. Mas com veículo próprio não devem ser muitos. A não ser, claro está, que o raio da canalhada ande a passear de bicicleta nas auto-estradas e que antes tenham efectuado o registo de propriedade da referida bicicleta. Há canalhada para tudo. Lembram-se de cada uma. Um dia destes ainda nos deparamos com miúdos de dez anos que andam a comprar e vender imóveis e a fugir aos impostos, apostando em off-shores. É cair em cima destes pseudo-criminosos em ponto pequeno e penhorar tudo: bicicleta, telemóvel, PlayStation, portátil e Action Man’s, que valerão um balúrdio nas vendas em hasta pública.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Grafenos e benzenos…
A evolução e o desenvolvimento são absolutamente inevitáveis no mundo actual e a todos os níveis. Da medicina à gastronomia, passando pela tecnologia e ciência, as novas descobertas vem permitindo ao ser humano dar um passo em frente na “dissimulação” das suas limitações naturais. Mas nem todas as evoluções são boas, bem como nem todos os progressos tecnológicos são úteis ao ser humano. Acaba de ser produzido o primeiro ecrã de telemóvel em grafeno, material que tem a particularidade de ser mais resistente que o aço mas extremamente maleável. Ou seja, e de acordo com os especialistas da área, este ecrã dá para enrolar e guardar no bolso. A parte de guardar no bolso até dá jeito. E foi preciso inventarem um telemóvel em grafeno para que fosse possível guarda-los num bolso. Avanços da tecnologia. Mas a principal questão e a que levanta mais controvérsia é o facto de o ecrã do telemóvel poder ser enrolado. Para não estar a ocupar muito espaço, toca a dar uma “enroladela” no telemóvel e “zumba” para o bolso. Se as coisas fossem tão simples como parecem, esta invenção era perfeitamente viável. Contudo, a possibilidade de termos telemóveis de enrolar no bolso é algo extremamente perigoso para a saúde pública. Temos de ter em atenção que os maiores consumidores e utilizadores de telemóveis são os jovens. Ora, é certo que este telemóvel acabaria por ser abundantemente vendido e tornar-se-ia bastante comum nos bolsos da nossa juventude. Porém, não nos podemos esquecer que também é essa a camada social que mais consome drogas leves, onde é prática comum o acto de enrolar. Assim, guardar a “ganza” e o telemóvel enrolado no mesmo bolso, lado a lado, é extremamente perigoso. Muitos jovens poder-se-ão enganar e acabam a fumar um telemóvel. E fumar grafeno não deve fazer nada bem à saúde desta malta. Pensam eles que estão a enrolar uma mortalha quando, na verdade, estão a enrolar um telemóvel. Aposto que alguns só se irão aperceber da troca se receberem uma chamada ou uma sms e a “mortalha” acender a luz ou desatar a vibrar e tocar. Até para os pais será uma grande confusão: deixarão de saber quando é que os filhos estão a fazer um charro ou a guardar o telemóvel.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Imunidades…
A crise é uma coisa que a nós portugueses, infeliz e inevitavelmente, nos assiste e com demasiada frequência. Parece uma daquelas nódoas chatas que nos mancha a camisa e que teima em se manter visível a toda a gente. E não há detergente que a leve. Contudo, a cada intervenção do Primeiro-ministro ou do Ministro das Finanças, as coisas parecem ficar cada vez mais negras. E é aqui que sentimos a primeira (e talvez a única) grande diferença entre Passos Coelho e Sócrates: Sócrates fazia-nos crer que a crise tinha sido ultrapassada enquanto nos assaltava a carteira; Passos Coelho leva-nos logo a carteira ainda antes de falar e depois arranca-nos do mundo dos sonhos em que somos deixados sempre que o Ministro das Finanças fala com aquele tom e pausas de quem está a ver um jogo da Selecção. A verdade é uma e inquestionável: a Troika exige-nos esforços e o Governo teima em fazer muito mais do aquilo que foi recomendado. Podiamos ser violentados com um soco de cada vez mas o Governo acha por bem que a cada soco corresponda também um pontapé e uma cabeçada. Só para que o sofrimento seja mais visível. Esta teimosia do Governo em fazer mais do que aquilo que foi recomendado pela Troika faz-me lembrar todas aquelas pessoas que ao mínimo indício de constipação resolvem logo tomar anti-bióticos. Ao primeiro espirro, bombardeiam o corpo com medicamentos, exagerando no tratamento. E, como é óbvio, quando o corpo precisa realmente desses medicamentos, eles já não produzem efeitos. E é precisamente isso que acontecerá com estas medidas: estão a bombardear-nos com cortes e impostos e quando precisarem de um mínimo de investimento na economia, as pessoas já nada terão para investir. Vamos tornar-nos imunes ao investimento, o que significa que cada português passará a ter apenas um telemóvel (o que é escandaloso). Assim não há povo que aguente. Todos os dias “visitam” os nossos bolsos sem serem convidados para tal. Nem sei como me vou governar sem subsídio de férias e de natal…
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
O buraco do Jardim…
É ponto assente que Jardim tem buraco. Acho que nunca ninguém neste país teve dúvidas e já nem a Troika coloca tal facto em causa. Normal também se torna o facto de o Alberto pretender esconder o seu buraco. Vivemos num país de brandos costumes, um país ainda com mentalidade conservadora e onde é escândalo tudo o que seja mais depravado. Por isso, muito bem fez o Tio Alberto em esconder o seu buraco. Andar por aí a mostrar o seu buraco como se mostrasse a cara é algo digno do mais puro repúdio da sociedade portuguesa. O homem, e bem, decide esconder o buraco e é atacado da mesma vil forma. Preso por ter cão e preso por não ter. Além disso, e não obstante o cariz depravado da coisa, esta omissão do buraco foi útil para preparar os portugueses para a bomba que daí adviria. Se já era escandaloso ver um buraco, mais censurável é observarmos a dimensão e o feitio do mesmo. Jardim tem um grande buraco. E além de grande, é obscuro, de ramificações cabeludas e de contornos que cheiraram muito mal à Troika. Desse buraco não sai boa coisa e não temos a perfeita noção de quão profundo é o mesmo. O estado do buraco do Jardim é o mais fiel reflexo de tudo o que aquela região tem ingerido do continente e das atividades sodomitas que levaram ao alargamento do dito cujo. Numa região tão conhecida pelo tamanho diminuto desse fruto de nome banana, deparamo-nos com uma abissal dimensão de um buraco. O que significa que a banana não conseguirá preencher esse buraco e outras soluções terão obrigatoriamente de ser encontradas. Com essas bananinhas não vão lá. Talvez com umas garrafas de vinho a coisa se componha. Fica a ideia de que a Madeira não precisa de apoio monetário nem de nenhum resgaste da Troika; precisa, isso sim, de um toque rectal orçamental e de um clister financeiro. Mas não crucifiquem o homem na praça pública. Escondeu o buraco, é verdade. Mas não fazemos todos o mesmo?
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Mais lixo…
Algumas mentes sãs da Europa pretendem começar a cobrar um imposto especial sobre a fast-food. Acham que os jovens estão cada vez mais gordos, mais balofos, e que a culpa é dessa comida de plástico que faz inchar a malta jovem. A fast-food é declarada lixo alimentar e deve ser atacada com todas as forças…Bem, se um Big Mac é lixo, então assumo ao Mundo que gosto de porcaria…e como sabe bem chafurdar naquela pocilga a que chamam Mc Qualquer coisa… É passar na Pizza hut e ouvir os grunhidos daqueles que avidamente se refastelam no interior com o que de mais imundo possa estar num caixote de lixo… “Preocupações com a saúde dos jovens”,dizem eles… Seria bem mais útil se em vez de cobrarem impostos no fast-food, resolvessem baixar o IVA de ginásios e piscinas. Facilitar a vida aos portugueses que até querem mexer o cu para não engordar era uma ideia que,apesar de parva aos olhos dos nossos governantes, poderia ter algum efeito útil. Sim, porque as pessoas também engordam com feijoadas e batatas cozidas. É verdade. E será que vamos ter impostos sobre a comida dita tradicional? Vamos ser taxados mediante a quantidade de calorias que temos no prato? Era giro… Em cada restaurante teria de haver um inspetor das finanças licenciado em ciências da nutrição. Aumentaria o emprego. Sempre que organizarmos uma jantarada em casa com os amigos, passaremos a ter de declarar a quantidade de comida e bebida que foi ingerida e a ementa do convívio. Pessoas que “adquiram” menos de 2 quilos por ano ficam isentas da tributação. Bem como aquelas famílias carenciadas que praticam alimentação saudável. Da maneira como isto anda, um dia também pagaremos impostos por respirar o ar nauseabundo de algumas grandes cidades e que é extremamente prejudicial à saúde…
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
(E)Vidências…
No Chile, nessa nação já tão habituada a desgraças (mais ainda que Portugal), resolveram inovar nos meios de ajuda e também nos de socorro. O ministro da defesa chileno anunciou que o governo contratou os serviços de uma vidente para encontrar os cadáveres de um acidente de aviação no oceano Pacífico. Segundo o ministro, essa vidente elaborou um mapa com a visão que teve do acidente e que ele acredita ser o melhor plano para o momento. Contratar videntes para achar corpos… Faz sentido, já que os cães pisteiros se recusam a trabalhar dentro de água. E é preciso dar valor a essa gente que tem visões com corpos acidentados. Sonhar com vivos é muito fácil. Agora, é uma questão de se ver se o raio da vidente sempre adivinhou onde andam os corpos para adoptar essa medida em Portugal. Se a moda pega, por cada vidente contratada poderemos dispensar dez agentes da Polícia Judiciária. Menos despesa para o Estado. Imaginem o Passos Coelho a dar uma conferência de imprensa onde revela que o professor Bambo foi contratado para encontrar petróleo na costa… Sucesso tremendo. Escusavam de gastar tanto dinheiro em investigações e já não chateavam os pescadores. Bastava arranjar um bote de borracha, dois remos e solta-lo no mar. E porque não contratar o professor Karamba para encontrar as contas secretas no estrangeiro dos nossos governantes dos últimos anos? Isso sim,seria uma tarefa hercúlea. Contratar pessoas ligadas a ciências ocultas para descobrir negócios ocultos. Acho que faria sentido. Pelo menos, se não desse certo, sempre tinhamos a certeza de que contratamos um vigarista, desde o início, e não ficavamos com a sensação de que fomos enganados. E este tipo de vigaristas vai preso, ao contrário dos políticos. O mundo precisa novamente de fantasia. E contratar videntes resolve esse problema. Vamos tirar a Maya das discotecas e colocá-la num gabinete na Assembleia da República para ela encontrar nas cartas e nos astros a solução para o país. É que a solução só poderá estar mesmo nos astros, já que neste planeta não há solução.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Atrações turísticas…
Em apenas uma década, o número de visitantes dos cemitérios de Lisboa cresceu seis vezes, atingindo-se a marca de nove mil turistas. Além de curiosa, esta notícia é um pouco parva e mórbida. Qual a piada de ir a outro país para visitar cemitérios? Precisamente a mesma piada de se ir ver um jogo do Sporting a Alvalade: fetiches com locais onde existem organismos em decomposição. Mais engraçado é sabermos que a maior parte dos turistas que procuram o nosso país para visitar cemitérios são provenientes da Alemanha, da Holanda e da Espanha. Tudo gente que gosta bastante de nós. O que só demonstra que, ao contrário daquilo que dizem, esses turistas não andam por cá por se interessarem pelas características arquitectónicas dos cemitérios portugueses. Essa malta anda por cá a passear porque se diverte a ver os locais onde os portugueses estão enterrados. Deve dar-lhes um gozo tremendo virem até cá só para tirarem fotos colocando os pés em cima de portugueses. Poderiam andar por cá a visitar aquilo que orgulhosamente construímos no passado, longínquo ou recente; mas, em vez disso, preferem visitar locais onde os portugueses se manterão calados e quietos para sempre. É assim que nos preferem ver. Os espanhóis nunca esconderam isso, mas estes alemães são mais dissimulados. Num dia, mandam dinheiro para nos tirar da crise; e no outro dia, vêm até cá visitar o sítio onde caímos mortos. É para isso que nos emprestam dinheiro? Os cemitérios são locais de respeito e que deveriam funcionar, em termos de entradas, como as discotecas: com base em guest list’s. Devia-se chegar ao portão e ter de se dizer à Dona Amélia o nome do ente conhecido que lá temos sepultado e dar o nome à entrada para ver se conferia com os referidos na lista a que o falecido tem direito a visita. Acabava-se de vez com estes abutres estrangeiros que colocam cá os pés só para se divertirem onde nós tombamos. Não conheço nenhum português que vá até esses países visitar cemitérios. Já que estão numa de brincadeira, porque não pedir a identificação à entrada e depois colocar uma lápide com os nomes completos deles e o dia da visita, em sepulturas vazias reservadas às fotos dos turistas? E vamos ver se eles não deixarão de colocar lá os pés. Uma forma de os receber bem.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Motins…
Londres está “on fire” literalmente. E invejosos como somos, lá tinha de vir um tuga a público dizer que aquele ambiente inflamado poderá estender-se ao nosso país. Só para não ficarmos atrás dos ingleses. Acho que tais declarações são tão erradas como pouco acertadas. Dificilmente se passará em Portugal o que se passa em Inglaterra e por vários motivos. O primeiro motivo, e talvez o mais óbvio, é o de que os ingleses são parvos. Os cérebros dessa cambada que anda por lá a incendiar tudo o que apareça pela frente são absolutamente limitados devido à quantidade de drogas que os seus pais consumiram e que resultaram nisto. Em Portugal, nunca tive conhecimento de que os bolinhos de bacalhau e o tinto carrascão prejudicassem a capacidade de raciocínio. Depois, diz o nosso especialista, que a maior parte dos jovens que participam nos motins estão em situação de desemprego e sem qualificações, o que torna o ambiente cada vez mais explosivo. Mais um critério que não se pode aplicar à realidade do nosso país. A maior parte dos jovens que estão no desemprego é absolutamente qualificada. São jovens que concluíram os seus percursos na universidade e que, quando receberam a triste notícia de que terminaram o curso, depararam-se com as portas fechadas do mercado de trabalho. Enquanto os qualificados andam nos centros de emprego, os desqualificados dirigem o nosso país. Por isso, não serão os pouco qualificados a organizar motins porque terão de trabalhar; nem serão os qualificados, pois esses estarão nas filas de espera para serem atendidos nos centros de emprego. Mesmo que os jovens portugueses se lembrassem algum dia de organizar um motim e incendiar tudo, iam deparar-se com a extrema dificuldade dessa empreitada. Neste país, já há muita pouca coisa para incendiar. Até nisso os mais velhos prejudicam os mais novos. Explodir apartamentos, destruir automóveis, maltratar jornalistas… São tudo atividades do jet set nacional. Um jovem teria manifesta incapacidade em poder rivalizar com o nível de destruição provocado pelas figuras públicas. Aqui neste cantinho estamos seguros. Só temos algo parecido com motins quando as mulheres vão aos saldos. Mas como estamos em crise, nem isso nos incomoda.
terça-feira, 26 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
A tela…
Eu confesso que faço parte daquele grupo de pessoas estranhas que compra um jornal diário conforme o que vem na capa. Bem sei que é algo fora do normal, difícil de entender numa análise muito ao de leve sobre o tema. Mas nasci assim e dificilmente irei mudar. Por isso, esta estratégia louca do Glorioso desatar a comprar centenas de jogadores, tem como consequência a desgraça dos cofres do clube e dos meus bolsos, em especial. Dada esta confissão, espero que os senhores editores passem a ter um pouco mais de cuidado e rigor com as notícias e os títulos que escolhem para as capas. O respeitado e reconhecido jornal JN, por exemplo, até apresenta um rigor excessivo na divulgação das notícias. Na capa de ontem do referido jornal, vem a seguinte e interessantíssima notícia em destaque :”Professor badalhoco aperta pescoço a funcionária zelosa”. Verídico. Penso que, pela primeira vez na história do jornalismo em Portugal, o adjetivo “badalhoco” é utilizado num jornal generalista. E logo em grande, na capa. Estamos a ler títulos que falam da crise e de repente os nossos olhos deparam-se com essa palavra que até parece que nos hipnotiza. Demasiado rigor mas uma excelente técnica de marketing. É que, quando passamos a ler o desenvolvimento da notícia no interior do jornal, reparamos que a mesma até nem tem nada de especial. Trata-se apenas de mais um professor que resolveu dar um colorido especial ao chão e paredes da casa de banho da escola com as suas fezes, e que, ao ser interpelado para parar com o seu devaneio criativo e limpar o que tinha feito, apertou um pouco o pescoço da funcionária. Merece ser julgado por isso? Este país não apoia a cultura nem defende os seus maiores artistas. Se isto acontecesse numa casa de banho americana, francesa ou italiana, estaríamos perante um artista e uma obra de arte. Como foi em Portugal, trata-se de um badalhoco. Quem nunca pensou em cagar nas paredes do local de trabalho num momento mais aceso de fúria? Ninguém, é certo. Mas se esta pobre alma resolveu pintar uma natureza morta na parede, não o crucifiquemos. Pode até tornar-se um sucesso. A definição de arte e bom gosto é extremamente subjetiva. Se o artista foi agressivo com a funcionária? Foi, é verdade. Mas quem nunca ficou revoltado por ser interrompido a fazer algo que lhe estava a dar um gozo tremendo? Não é de se ficar chateado? A ira é desculpável. O mal deste país também é “asfixiar” a criatividade dos cidadãos nos locais de trabalho.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Separação do lixo…
A agência Moody’s acaba de baixar o rating de Portugal para o nível “lixo”. Uns fofinhos. Depois do Governo ter apresentado medidas de austeridade que nem sequer tinham sido recomendadas pela Troika, estes safados decidem tirar-nos já o tapete antes que se pudesse ter alguma esperança em que as medidas surtissem efeito. Podiam dizer muita coisa sobre Portugal: que somos preguiçosos, maus pagadores, que adoramos fugir aos impostos e veneramos aqueles que o conseguem… Mas chamar lixo ao país é outra coisa. Porém, já que vivemos no lixo e somos considerados “pig’s”, era bom que deixássemos de tentar pagar a dívida externa do país. Que se saiba, nunca nenhum porco pagou impostos. E se nos quiserem aproveitar para presuntos, até poderão ter sorte. É muito fácil dizer que Portugal é lixo. Mas que tipo de lixo? Plástico, papel ou metal? Onde ficamos no ecoponto? Seremos um resíduo sólido à espera de incineração? E que autoridade tem uma agência qualquer de nos chamar lixo? E, no entanto, nesta época do ano, esses animais andam todos à procura de hotéis na pocilga do Algarve. Na lixeira, os porcos lusitanos recebem menos de salário mínimo e pagam mais de impostos. E eles ainda brincam com esta situação. Faço um apelo a que recuperemos a velha e gloriosa tradição da “esperinha”. Era apanhar esses bonecos da Moody’s e colocá-los numa lixeira a céu aberto, cada um preso a outro porco. Seria divertido depois ver qual dos porcos faria mais barulho. Mas com a quantidade de festivais de Verão que existem por aí, não iriam ter grande sorte em serem ouvidos. No meio disto tudo, sempre fico a saber que Portugal apenas está no lixo. É que já pensava que estávamos na me***. Assim, ainda tenho esperança na recuperação.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
O vício…
Os carros de patrulha da PSP não funcionam por falta de peças, situação provocada pela falta de financiamento. Os polícias queixam-se de que não há condições para trabalhar e as patrulhas ficarão limitadas a algumas dezenas de metros ao redor das esquadras. E isto é uma situação perigosa. Para os próprios polícias, entenda-se. Como eles não estão habituados a andar a pé e com as altas temperaturas que estão previstas para os próximos dias, é bem provável que o número de desmaios em horário laboral dispare. Há testemunhas que comprovam que há agentes da PSP a mendigar por um pouco de óleo para os motores das viaturas. Passear de carro para os PSP’s origina a mesma satisfação que uma dose de cocaína a um toxicodependente. A satisfação e o mesmo grau de viciação. Só isso pode explicar o porquê de eles se rebaixarem ao ponto de pedir óleo. E em vez de ouvirmos a já famosa expressão do “Desenrasca-me uns trocos”, vamos passar a ouvir um “Desenrasca-me uns pingos”. Da maneira como isto anda, será mais perigoso parar o carro numa operação Stop do que parar para ajudar um desconhecido que aparente ter problemas mecânicos no automóvel. Paramos a viatura, o agente pede-nos para sair do automóvel e estamos sujeitos a que eles fujam nele. Só para não andarem a pé. Antigamente, os agentes das várias forças de segurança tapavam os olhos às infracções dos automobilistas caso lhes deixassem um “donativo”. Hoje em dia, perdoarão as nossas ofensas ao Código da Estrada se lhes deixarmos dar uma voltinha na viatura. Para matar o vício. Não sei porque é que exigem que os agentes tenham de efetuar com sucesso determinadas provas físicas para depois passarem toda uma carreira a passear de automóvel de um lado para o outro. Deveriam ser selecionados aqueles que conseguissem passar mais horas sentados num veículo. Tenho a certeza de que se esses veículos tivessem casa de banho integrada, alguns nunca mais sairiam de lá de dentro. Se as viaturas fossem amarelas, não faltariam Noddy’s por aí.