sábado, 31 de dezembro de 2011

2012!!!

E que o próximo ano seja mesmo em grande. Pelo menos com 366 dias podem contar. A todos um óptimo ano de 2012 e que quase todos os vossos desejos se realizem... Deixem alguns para os anos seguintes.
Beijos e abraços


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Geografia…

O nível de estupidez que paira na televisão generalista portuguesa está cada vez mais equiparado ao desnorte económico do país. Quanto mais nos “chafurdamos” em dívidas, mais palermas nos aparecem no ecrã. A crise não atrai apenas os credores; atrai também, e preferencialmente, os pobres de espírito. Dizer que na Casa dos Segredos está representada a juventude portuguesa é insultar milhares de jovens. Se Afonso Henriques tivesse suspeitado que séculos mais tarde alguns portugueses fariam estas figuras tristes na televisão, provavelmente teria deixado o território aos espanhóis em troca de caramelos. E, na verdade, alguns dos concorrentes mais parecem caramelos pois andam sempre a ser chupados… Não tenho nada contra esses momentos de gulodice nem com o facto de gostarem de ser filmados. Mas em frente a câmaras que estão a filmar em directo para todo o país, já é algo um bocadito mais censurável. Algo capaz de orgulhar bons pais de família, ao verem as suas filhas com a boca no trombone em frente a milhões de pessoas. Que as filhas ficam famosas, lá isso ficam. Mas há fama que é preferível não ter. Ficar-se famoso/a por participar num programa cujo único objectivo é ver quem é o/a mais ordinário/a, não me parece bom currículo para um dia se mostrar aos filhos. Mas a evolução do macaco pode fazer mudar também estas questões culturais. O que hoje é censurável, amanhã pode ser um comportamento padrão. Esperemos que não… Há programas engraçados, há programas de cultura geral e há a Casa dos Segredos. Até o nome é completamente desenquadrado da realidade. Porquê Casa dos Segredos se lá fazem tudo à frente das câmaras? E não deixa de ser parvo andar a fazer-se segredo de coisas do género “trabalhei num cabaret” quando não se revela pudor nenhum em “acariciar fruta” em frente a todo o país. Cátia mostrou ao país toda a sua ignorância (só para ser simpático), o que a faz ser conhecida não apenas pelas bombadas que dá, mas também pela pouca apetência pela cultura geral. Se isto não envaidece um pai… A verdade é uma e indesmentível: a miúda pode não ter grande capacidade para encontrar África no mapa mas revelou um enorme talento em encontrar car***** debaixo de lençóis num quarto às escuras. E ainda dizem que ela não percebe nada de Geografia… Se lhe tivessem pedido para indicar no mapa onde fica o continente em que se diz que elas são grandes e escuras, de certeza que ela acertava. Se não fosse na ponta da língua, teria certamente a resposta na ponta dos dedos.

casadossegredos

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!!!

Um Feliz Natal para todos, com direito a muitas prendinhas...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Televendas…

Quando se ganha o mau hábito de se ficar acordado até tarde, é completamente normal que o cérebro comece a divagar por coisas parvas. E uma delas será, certamente, ver as televendas. Mas uma coisa é certa: quem nunca perdeu tempo a ver um mínimo de cinco minutos de televendas nunca poderá ser uma pessoa realizada. As televendas são uma espécie de mundo da fantasia para os adultos. Mas fantasias que não são XXX. Ver as televendas é como ler histórias da carochinha: começamos a acreditar que tudo é realmente possível e que no final fica sempre tudo bem. Esfregonas mágicas, panelas que cozinham sozinhas, aparelhos de exercício abdominal que nos transformam em modelos sem precisarmos de deixar comer fast-food, ou spray milagroso de crescimento capilar capaz de tornar o Pedro Abrunhosa no Marco Paulo dos bons e velhos tempos. Há de tudo, mais ainda que na farmácia. E como tudo nesta vida se baseia em hierarquias, no topo da hierarquia comercial estará, indubitavelmente, a esfregona mágica. Com uma coisa dessas na mão, tornamo-nos um verdadeiro Harry Potter. Nunca fui grande adepto desse tipo de utensílios mas a verdade é que ela é capaz de fazer desaparecer qualquer coisa. Uma simples passagem da esfregona é capaz de exterminar qualquer substância indesejada. Assim, de forma muito simples, sem precisarmos de cantarolar qualquer tipo de feitiço. Tenho a certeza de que se a usassem na Assembleia da República, muitas das parvoíces que lá se dizem diariamente deixariam de acontecer. Passem a esfregona sobre o défice e vão ver como ele desaparece. Aconselharia toda a gente a passar a esfregona no corpo e já não precisavam do tradicional banho, dado que a sujidade é atraída pela esfregona. O problema é que, se a sujidade é atraída, então muitas pessoas ficariam coladas eternamente à esfregona. E a coitada não tem culpa de nada. Se este país ainda tem solução, ela encontrar-se-á nas televendas. E se repararmos bem, as televendas são uma espécie de Assembleia da República: um grupo de pessoas bem-vestidas que nos conta histórias da carochinha enquanto nos tenta assaltar os bolsos, utilizando infinitos tempos de antena.

imagem_telefonetelevenda

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Só te faz bem…

Uma pessoa apercebe-se de que a idade vai avançando quando não se constipa a correr à chuva e ao frio mas é implacavelmente derrubada por um simples ar condicionado que nos deixa de cama uns dias. Ainda para mais numa altura em que a gripe das aves volta a estar na moda. Ainda nos confundem com um peru bêbado engripado e somos abatidos impiedosamente. E é muito triste estar engripado. Dá para pensar bem na qualidade do material de que somos feitos quando observamos a quantidade de porcaria que nos teima em sair pelo nariz. Não é uma imagem bonita, é verdade. Mas a gripe é como a morte: por muito que se previna e se acautele, ela acaba sempre por aparecer e levar a melhor. Uma bela comparação natalícia. Aposto que já muita gente passou por esta situação: estar com gripe, na cama, e alguém chega lá com um chã quente e diz:”Bebe isto que te faz bem à gripe”. E esta frase dá para pensar porque não faz sentido absolutamente nenhum. Não que tenha algo contra chãs e tratamentos de rei deitado na cama, mas porque é parvo dar um “tratamento” a alguém dizendo que lhe faz bem à doença. Eu não quero nada que faça bem à gripe. Quero é algo que lhe faça mal. Que a torture; que a incomode tal como ela me incomoda e que no fim e extermine. Não quero que a gripe seja bem tratada. Se algo faz bem à gripe então eu não quero. Prefiro que ela agonie. Da próxima vez que tentarem agradar a um doente, não lhe digam que o que lhe estão a dar lhe faz bem à maleita. A intenção é boa. Mas como lá diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio. E o inferno acaba por ser como o ar condicionado: é muito agradável enquanto sentimos aquele calor, mas quando saímos de lá ficamos com gripe…

Gripe

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vanguardismos…

E aos 22 dias do mês de Novembro do ano do Senhor com número 2011, eis que do Parlamento da Madeira surge mais uma das boas e praticáveis medidas de austeridade. Propõe a bancada do PSD que em determinadas matérias possa um deputado votar por toda a sua bancada. Espetacular. Naqueles dias de votações chatas, a horas indecentes (tipo 10 da manhã), bastará que um elemento dos 25 que compõem a bancada laranja acorde mais cedo um bocadito para votar por toda a gente. Eis a Madeira na vanguarda do bem-estar dos deputados eleitos para coisas tão parvas como levantarem-se cedo só para aprovarem algo. Mas esta ideia de 1 poder votar por 25 também se poderia aplicar na Assembleia da República. Bastaria comparecer um dos elementos de cada bancada ao Parlamento, o que traria imensos benefícios: bastava pagar a apenas um deputado por bancada e poupavam-se uns milhões em salários; reduziam-se o número de debates e as leis seriam aprovadas ou vetadas mais rapidamente; pouparíamos também muito dinheiro com as refeições dos deputados pois seria necessário alimentar apenas meia dúzia de esfomeados; e poder-se-ia trocar o Parlamento pela sala de arrumos, muito mais pequena e com menos gastos energéticos. Eis a Madeira na vanguarda da Economia e do Desenvolvimento Sustentável. Claro que nem tudo é perfeito. Isto porque os deputados da Assembleia da Madeira dispensam o seu direito de voto mas não abdicam do seu direito a um salário. Mas abdicar de um dos direitos já é alguma coisa. É uma imagem de sacrifício e de solidariedade com a nação que transparece para a opinião pública. Quando os responsáveis da Troika cá voltarem, irão ver os enormes sacrifícios do Parlamento da Madeira que até dispensa o seu direito ao voto e cujo governo regional só gastará 3 milhões de euros em obras públicas (vulgo fogo-de-artifício e iluminação de natal). Eis a Madeira na vanguarda das piadas sobre o continente e a crise.

buraco

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

(Des)Ordens…

O mundo precisa de saber aquilo que se passa na Ordem dos Advogados. Acho espantoso ainda ler comentários extremamente favoráveis a esse senhor Marinho e Pinto. E ler elogios a esse homem faz-me sentir como se me estivessem a insultar e de forma grosseira. Cada palavra simpática para com ele é um atestado de incompetência que me passam e o equivalente a mandarem-me cem vezes para o caralho. E peço desculpa por usar termos ofensivos como “equivalente”. Vamos aos factos: Dia 15 de Julho, o senhor Bastonário Marinho e Pinto emite um despacho em que demonstra claramente que a nova taxa de emolumentos aplicada a meio do jogo se refere a quem pretende fazer os exames da Ordem. Certos iluminados, nos quais me incluo, decidiram não pagar e consequentemente não fazer os exames em protesto por tamanha canalhice do senhor BOA. Muitos, tal como eu, não suspenderam a Ordem pois ninguém nos conseguiu explicar o que aconteceria a quem não pagasse os 650€. Para nosso espanto, vem agora a Ordem, por ordem expressa do BOA, exigir o pagamento destes 650€ a quem não fez os exames, invocando que afinal não eram para pagar os exames mas sim a formação. Ou seja, além de ter de pagar por algo de que não usufruí, e depois de já ter feito a borrada/canalhice de alterar as regras a meio do jogo, o BOA vem agora fazer uma borrada/canalhice ainda pior: alterar as regras no fim do jogo. Marinho e Pinto parece um daqueles putos da primária que leva a bola para a escola para jogar no recreio e que, depois de ver a sua equipa perder em campo, resolve inventar uma nova regra no fim do jogo, dizendo que quem marca menos é que ganha, só para não ir a chorar para casa e continuar a ser o rei da macacada. Nem no Bangladesh se aplicam taxas com esta retroactividade. Deixo aqui um desafio aos deputados da Assembleia da República: aprovem um decreto que determine que o Bastonário da Ordem dos Advogados, em vez de auferir 4000€ mensais, tenha de pagar esse mesmo valor mensalmente para usufruir do honroso cargo que ocupa, sendo que o mesmo decreto terá efeitos retroactivos, aplicando-se a todos os BOA desde o início da Ordem. E vamos ver se esse tal Marinho e Pinto acha piada à brincadeira. Exigir 1400€ a jovens no início da vida profissional, que nada recebem durante os estágios, é algo que defino como criminoso. Não só não recebemos como ainda temos de suportar os vícios e os delírios mentais deste BOA. O homem que tanto propagandeia a protecção social, que fala das dificuldades da crise, é apenas um simples charlatão pois a sua Ordem é a coisa mais desorganizada e mais viciada que existe neste país. Pena não terem feito aos filhos dele aquilo que ele anda a fazer aos filhos dos outros. Dá a sensação de que Marinho e Pinto vive na Suécia ou na Noruega. E nem nesses países se deve exigir tanto a quem pretende enveredar pela advocacia. Ou então, afinal, não estamos em crise em Portugal. Os portugueses andam todos endinheirados e eu só começo a reparar agora. O que esse canalha nos está a fazer não é mais do que incentivo à prostituição. É verdade. Só assim é que jovens que nada recebem poderão pagar esses balúrdios que ele nos pede. E que se saiba, o incentivo à prostituição, vulgo lenocínio, é crime e é punível. Ou seja, Marinho e Pinto além de charlatão é criminoso. Para poder fazer os exames da Ordem tenho de vender o carro. Ou então, trato de hipotecar a casa. Sempre posso tornar-me advogado… mas fico sem tecto. Mas quem precisa de tecto nos tempos que correm? Isso é uma coisa supérflua! Continuem a elogiar este santo… que de santo só tem a cara de pau.

justiça

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Penhoras…

Nos últimos dias, várias pessoas andaram a receber cartas das Finanças a penhorar bens por falta de pagamento de portagens. Claro que o bom português ainda passa nas antigas Scut e não se interessa minimamente em saber o que têm de pagar e quando têm de pagar. Se não tem portagem e alguém para receber o dinheiro, então é porque não é para pagar. Mais estranho nesta história é o facto de cobrarem portagens a miúdos de dez anos. Esta canalhada de hoje em dia é terrível. Até passam nas antigas Scut só para lançarem o pânico nas Finanças. É perfeitamente natural que um puto de dez anos passe nas Scut… mas sentado na sua cadeira no banco de trás do automóvel. A menos que as Finanças tenham alterado os seus critérios para o pagamento das prestações e as andem a exigir à pessoa mais nova dentro do veículo. Pagam os benjamins. E muito bem. A idade é um posto. Já todos sabemos que os funcionários públicos não apreciam um trabalho rápido e eficaz; que gostam de deixar as suas tarefas em banho-maria, muito lentamente. Mas não haverá ninguém suficientemente inteligente para pensar que um miúdo de dez anos não pode, por exemplo, ter carta de condução? A desculpa dos nomes iguais também já não pode pegar. Até porque não conheço muitos miúdos que andem na Primária e que sejam proprietários de automóveis. A maior parte deles já tem telemóvel, portátil e PlayStation. Mas com veículo próprio não devem ser muitos. A não ser, claro está, que o raio da canalhada ande a passear de bicicleta nas auto-estradas e que antes tenham efectuado o registo de propriedade da referida bicicleta. Há canalhada para tudo. Lembram-se de cada uma. Um dia destes ainda nos deparamos com miúdos de dez anos que andam a comprar e vender imóveis e a fugir aos impostos, apostando em off-shores. É cair em cima destes pseudo-criminosos em ponto pequeno e penhorar tudo: bicicleta, telemóvel, PlayStation, portátil e Action Man’s, que valerão um balúrdio nas vendas em hasta pública.

scut

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Grafenos e benzenos…

A evolução e o desenvolvimento são absolutamente inevitáveis no mundo actual e a todos os níveis. Da medicina à gastronomia, passando pela tecnologia e ciência, as novas descobertas vem permitindo ao ser humano dar um passo em frente na “dissimulação” das suas limitações naturais. Mas nem todas as evoluções são boas, bem como nem todos os progressos tecnológicos são úteis ao ser humano. Acaba de ser produzido o primeiro ecrã de telemóvel em grafeno, material que tem a particularidade de ser mais resistente que o aço mas extremamente maleável. Ou seja, e de acordo com os especialistas da área, este ecrã dá para enrolar e guardar no bolso. A parte de guardar no bolso até dá jeito. E foi preciso inventarem um telemóvel em grafeno para que fosse possível guarda-los num bolso. Avanços da tecnologia. Mas a principal questão e a que levanta mais controvérsia é o facto de o ecrã do telemóvel poder ser enrolado. Para não estar a ocupar muito espaço, toca a dar uma “enroladela” no telemóvel e “zumba” para o bolso. Se as coisas fossem tão simples como parecem, esta invenção era perfeitamente viável. Contudo, a possibilidade de termos telemóveis de enrolar no bolso é algo extremamente perigoso para a saúde pública. Temos de ter em atenção que os maiores consumidores e utilizadores de telemóveis são os jovens. Ora, é certo que este telemóvel acabaria por ser abundantemente vendido e tornar-se-ia bastante comum nos bolsos da nossa juventude. Porém, não nos podemos esquecer que também é essa a camada social que mais consome drogas leves, onde é prática comum o acto de enrolar. Assim, guardar a “ganza” e o telemóvel enrolado no mesmo bolso, lado a lado, é extremamente perigoso. Muitos jovens poder-se-ão enganar e acabam a fumar um telemóvel. E fumar grafeno não deve fazer nada bem à saúde desta malta. Pensam eles que estão a enrolar uma mortalha quando, na verdade, estão a enrolar um telemóvel. Aposto que alguns só se irão aperceber da troca se receberem uma chamada ou uma sms e a “mortalha” acender a luz ou desatar a vibrar e tocar. Até para os pais será uma grande confusão: deixarão de saber quando é que os filhos estão a fazer um charro ou a guardar o telemóvel.

telemovel

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Imunidades…

A crise é uma coisa que a nós portugueses, infeliz e inevitavelmente, nos assiste e com demasiada frequência. Parece uma daquelas nódoas chatas que nos mancha a camisa e que teima em se manter visível a toda a gente. E não há detergente que a leve. Contudo, a cada intervenção do Primeiro-ministro ou do Ministro das Finanças, as coisas parecem ficar cada vez mais negras. E é aqui que sentimos a primeira (e talvez a única) grande diferença entre Passos Coelho e Sócrates: Sócrates fazia-nos crer que a crise tinha sido ultrapassada enquanto nos assaltava a carteira; Passos Coelho leva-nos logo a carteira ainda antes de falar e depois arranca-nos do mundo dos sonhos em que somos deixados sempre que o Ministro das Finanças fala com aquele tom e pausas de quem está a ver um jogo da Selecção. A verdade é uma e inquestionável: a Troika exige-nos esforços e o Governo teima em fazer muito mais do aquilo que foi recomendado. Podiamos ser violentados com um soco de cada vez mas o Governo acha por bem que a cada soco corresponda também um pontapé e uma cabeçada. Só para que o sofrimento seja mais visível. Esta teimosia do Governo em fazer mais do que aquilo que foi recomendado pela Troika faz-me lembrar todas aquelas pessoas que ao mínimo indício de constipação resolvem logo tomar anti-bióticos. Ao primeiro espirro, bombardeiam o corpo com medicamentos, exagerando no tratamento. E, como é óbvio, quando o corpo precisa realmente desses medicamentos, eles já não produzem efeitos. E é precisamente isso que acontecerá com estas medidas: estão a bombardear-nos com cortes e impostos e quando precisarem de um mínimo de investimento na economia, as pessoas já nada terão para investir. Vamos tornar-nos imunes ao investimento, o que significa que cada português passará a ter apenas um telemóvel (o que é escandaloso). Assim não há povo que aguente. Todos os dias “visitam” os nossos bolsos sem serem convidados para tal. Nem sei como me vou governar sem subsídio de férias e de natal…

passosCoelho

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O buraco do Jardim…

É ponto assente que Jardim tem buraco. Acho que nunca ninguém neste país teve dúvidas e já nem a Troika coloca tal facto em causa. Normal também se torna o facto de o Alberto pretender esconder o seu buraco. Vivemos num país de brandos costumes, um país ainda com mentalidade conservadora e onde é escândalo tudo o que seja mais depravado. Por isso, muito bem fez o Tio Alberto em esconder o seu buraco. Andar por aí a mostrar o seu buraco como se mostrasse a cara é algo digno do mais puro repúdio da sociedade portuguesa. O homem, e bem, decide esconder o buraco e é atacado da mesma vil forma. Preso por ter cão e preso por não ter. Além disso, e não obstante o cariz depravado da coisa, esta omissão do buraco foi útil para preparar os portugueses para a bomba que daí adviria. Se já era escandaloso ver um buraco, mais censurável é observarmos a dimensão e o feitio do mesmo. Jardim tem um grande buraco. E além de grande, é obscuro, de ramificações cabeludas e de contornos que cheiraram muito mal à Troika. Desse buraco não sai boa coisa e não temos a perfeita noção de quão profundo é o mesmo. O estado do buraco do Jardim é o mais fiel reflexo de tudo o que aquela região tem ingerido do continente e das atividades sodomitas que levaram ao alargamento do dito cujo. Numa região tão conhecida pelo tamanho diminuto desse fruto de nome banana, deparamo-nos com uma abissal dimensão de um buraco. O que significa que a banana não conseguirá preencher esse buraco e outras soluções terão obrigatoriamente de ser encontradas. Com essas bananinhas não vão lá. Talvez com umas garrafas de vinho a coisa se componha. Fica a ideia de que a Madeira não precisa de apoio monetário nem de nenhum resgaste da Troika; precisa, isso sim, de um toque rectal orçamental e de um clister financeiro. Mas não crucifiquem o homem na praça pública. Escondeu o buraco, é verdade. Mas não fazemos todos o mesmo?

alberto-joao

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mais lixo…

Algumas mentes sãs da Europa pretendem começar a cobrar um imposto especial sobre a fast-food. Acham que os jovens estão cada vez mais gordos, mais balofos, e que a culpa é dessa comida de plástico que faz inchar a malta jovem. A fast-food é declarada lixo alimentar e deve ser atacada com todas as forças…Bem, se um Big Mac é lixo, então assumo ao Mundo que gosto de porcaria…e como sabe bem chafurdar naquela pocilga a que chamam Mc Qualquer coisa… É passar na Pizza hut e ouvir os grunhidos daqueles que avidamente se refastelam no interior com o que de mais imundo possa estar num caixote de lixo… “Preocupações com a saúde dos jovens”,dizem eles… Seria bem mais útil se em vez de cobrarem impostos no fast-food, resolvessem baixar o IVA de ginásios e piscinas. Facilitar a vida aos portugueses que até querem mexer o cu para não engordar era uma ideia que,apesar de parva aos olhos dos nossos governantes, poderia ter algum efeito útil. Sim, porque as pessoas também engordam com feijoadas e batatas cozidas. É verdade. E será que vamos ter impostos sobre a comida dita tradicional? Vamos ser taxados mediante a quantidade de calorias que temos no prato? Era giro… Em cada restaurante teria de haver um inspetor das finanças licenciado em ciências da nutrição. Aumentaria o emprego. Sempre que organizarmos uma jantarada em casa com os amigos, passaremos a ter de declarar a quantidade de comida e bebida que foi ingerida e a ementa do convívio. Pessoas que “adquiram” menos de 2 quilos por ano ficam isentas da tributação. Bem como aquelas famílias carenciadas que praticam alimentação saudável. Da maneira como isto anda, um dia também pagaremos impostos por respirar o ar nauseabundo de algumas grandes cidades e que é extremamente prejudicial à saúde…

fast_food

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

(E)Vidências…

No Chile, nessa nação já tão habituada a desgraças (mais ainda que Portugal), resolveram inovar nos meios de ajuda e também nos de socorro. O ministro da defesa chileno anunciou que o governo contratou os serviços de uma vidente para encontrar os cadáveres de um acidente de aviação no oceano Pacífico. Segundo o ministro, essa vidente elaborou um mapa com a visão que teve do acidente e que ele acredita ser o melhor plano para o momento. Contratar videntes para achar corpos… Faz sentido, já que os cães pisteiros se recusam a trabalhar dentro de água. E é preciso dar valor a essa gente que tem visões com corpos acidentados. Sonhar com vivos é muito fácil. Agora, é uma questão de se ver se o raio da vidente sempre adivinhou onde andam os corpos para adoptar essa medida em Portugal. Se a moda pega, por cada vidente contratada poderemos dispensar dez agentes da Polícia Judiciária. Menos despesa para o Estado. Imaginem o Passos Coelho a dar uma conferência de imprensa onde revela que o professor Bambo foi contratado para encontrar petróleo na costa… Sucesso tremendo. Escusavam de gastar tanto dinheiro em investigações e já não chateavam os pescadores. Bastava arranjar um bote de borracha, dois remos e solta-lo no mar. E porque não contratar o professor Karamba para encontrar as contas secretas no estrangeiro dos nossos governantes dos últimos anos? Isso sim,seria uma tarefa hercúlea. Contratar pessoas ligadas a ciências ocultas para descobrir negócios ocultos. Acho que faria sentido. Pelo menos, se não desse certo, sempre tinhamos a certeza de que contratamos um vigarista, desde o início, e não ficavamos com a sensação de que fomos enganados. E este tipo de vigaristas vai preso, ao contrário dos políticos. O mundo precisa novamente de fantasia. E contratar videntes resolve esse problema. Vamos tirar a Maya das discotecas e colocá-la num gabinete na Assembleia da República para ela encontrar nas cartas e nos astros a solução para o país. É que a solução só poderá estar mesmo nos astros, já que neste planeta não há solução.

vidente

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Atrações turísticas…

Em apenas uma década, o número de visitantes dos cemitérios de Lisboa cresceu seis vezes, atingindo-se a marca de nove mil turistas. Além de curiosa, esta notícia é um pouco parva e mórbida. Qual a piada de ir a outro país para visitar cemitérios? Precisamente a mesma piada de se ir ver um jogo do Sporting a Alvalade: fetiches com locais onde existem organismos em decomposição. Mais engraçado é sabermos que a maior parte dos turistas que procuram o nosso país para visitar cemitérios são provenientes da Alemanha, da Holanda e da Espanha. Tudo gente que gosta bastante de nós. O que só demonstra que, ao contrário daquilo que dizem, esses turistas não andam por cá por se interessarem pelas características arquitectónicas dos cemitérios portugueses. Essa malta anda por cá a passear porque se diverte a ver os locais onde os portugueses estão enterrados. Deve dar-lhes um gozo tremendo virem até cá só para tirarem fotos colocando os pés em cima de portugueses. Poderiam andar por cá a visitar aquilo que orgulhosamente construímos no passado, longínquo ou recente; mas, em vez disso, preferem visitar locais onde os portugueses se manterão calados e quietos para sempre. É assim que nos preferem ver. Os espanhóis nunca esconderam isso, mas estes alemães são mais dissimulados. Num dia, mandam dinheiro para nos tirar da crise;  e no outro dia, vêm até cá visitar o sítio onde caímos mortos. É para isso que nos emprestam dinheiro? Os cemitérios são locais de respeito e que deveriam funcionar, em termos de entradas, como as discotecas: com base em guest list’s. Devia-se chegar ao portão e ter de se dizer à Dona Amélia o nome do ente conhecido que lá temos sepultado e dar o nome à entrada para ver se conferia com os referidos na lista a que o falecido tem direito a visita. Acabava-se de vez com estes abutres estrangeiros que colocam cá os pés só para se divertirem onde nós tombamos. Não conheço nenhum português que vá até esses países visitar cemitérios. Já que estão numa de brincadeira, porque não pedir a identificação à entrada e depois colocar uma lápide com os nomes completos deles e o dia da visita, em sepulturas vazias reservadas às fotos dos turistas? E vamos ver se eles não deixarão de colocar lá os pés. Uma forma de os receber bem.

cartoon

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Motins…

Londres está “on fire” literalmente. E invejosos como somos, lá tinha de vir um tuga a público dizer que aquele ambiente inflamado poderá estender-se ao nosso país. Só para não ficarmos atrás dos ingleses. Acho que tais declarações são tão erradas como pouco acertadas. Dificilmente se passará em Portugal o que se passa em Inglaterra e por vários motivos. O primeiro motivo, e talvez o mais óbvio, é o de que os ingleses são parvos. Os cérebros dessa cambada que anda por lá a incendiar tudo o que apareça pela frente são absolutamente limitados devido à quantidade de drogas que os seus pais consumiram e que resultaram nisto. Em Portugal, nunca tive conhecimento de que os bolinhos de bacalhau e o tinto carrascão prejudicassem a capacidade de raciocínio. Depois, diz o nosso especialista, que a maior parte dos jovens que participam nos motins estão em situação de desemprego e sem qualificações, o que torna o ambiente cada vez mais explosivo. Mais um critério que não se pode aplicar à realidade do nosso país. A maior parte dos jovens que estão no desemprego é absolutamente qualificada. São jovens que concluíram os seus percursos na universidade e que, quando receberam a triste notícia de que terminaram o curso, depararam-se com as portas fechadas do mercado de trabalho. Enquanto os qualificados andam nos centros de emprego, os desqualificados dirigem o nosso país. Por isso, não serão os pouco qualificados a organizar motins porque terão de trabalhar; nem serão os qualificados, pois esses estarão nas filas de espera para serem atendidos nos centros de emprego. Mesmo que os jovens portugueses se lembrassem algum dia de organizar um motim e incendiar tudo, iam deparar-se com a extrema dificuldade dessa empreitada. Neste país, já há muita pouca coisa para incendiar. Até nisso os mais velhos prejudicam os mais novos. Explodir apartamentos, destruir automóveis, maltratar jornalistas… São tudo atividades do jet set nacional. Um jovem teria manifesta incapacidade em poder rivalizar com o nível de destruição provocado pelas figuras públicas. Aqui neste cantinho estamos seguros. Só temos algo parecido com motins quando as mulheres vão aos saldos. Mas como estamos em crise, nem isso nos incomoda.

guerra

terça-feira, 26 de julho de 2011

Foo fighters “Times like these”…

A pedido de várias famílias, ei-la finalmente… A música que tenho de ouvir todo o santo dia…

sábado, 23 de julho de 2011

A tela…

Eu confesso que faço parte daquele grupo de pessoas estranhas que compra um jornal diário conforme o que vem na capa. Bem sei que é algo fora do normal, difícil de entender numa análise muito ao de leve sobre o tema. Mas nasci assim e dificilmente irei mudar. Por isso, esta estratégia louca do Glorioso desatar a comprar centenas de jogadores, tem como consequência a desgraça dos cofres do clube e dos meus bolsos, em especial. Dada esta confissão, espero que os senhores editores passem a ter um pouco mais de cuidado e rigor com as notícias e os títulos que escolhem para as capas. O respeitado e reconhecido jornal JN, por exemplo, até apresenta um rigor excessivo na divulgação das notícias. Na capa de ontem do referido jornal, vem a seguinte e interessantíssima notícia em destaque :”Professor badalhoco aperta pescoço a funcionária zelosa”. Verídico. Penso que, pela primeira vez na história do jornalismo em Portugal, o adjetivo “badalhoco” é utilizado num jornal generalista. E logo em grande, na capa. Estamos a ler títulos que falam da crise e de repente os nossos olhos deparam-se com essa palavra que até parece que nos hipnotiza. Demasiado rigor mas uma excelente técnica de marketing. É que, quando passamos a ler o desenvolvimento da notícia no interior do jornal, reparamos que a mesma até nem tem nada de especial. Trata-se apenas de mais um professor que resolveu dar um colorido especial ao chão e paredes da casa de banho da escola com as suas fezes, e que, ao ser interpelado para parar com o seu devaneio criativo e limpar o que tinha feito, apertou um pouco o pescoço da funcionária. Merece ser julgado por isso? Este país não apoia a cultura nem defende os seus maiores artistas. Se isto acontecesse numa casa de banho americana, francesa ou italiana, estaríamos perante um artista e uma obra de arte. Como foi em Portugal, trata-se de um badalhoco. Quem nunca pensou em cagar nas paredes do local de trabalho num momento mais aceso de fúria? Ninguém, é certo. Mas se esta pobre alma resolveu pintar uma natureza morta na parede, não o crucifiquemos. Pode até tornar-se um sucesso. A definição de arte e bom gosto é extremamente subjetiva. Se o artista foi agressivo com a funcionária? Foi, é verdade. Mas quem nunca ficou revoltado por ser interrompido a fazer algo que lhe estava a dar um gozo tremendo? Não é de se ficar chateado? A ira é desculpável. O mal deste país também é “asfixiar” a criatividade dos cidadãos nos locais de trabalho.

_Proibido_Mijar_fora_da_sanita

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Separação do lixo…

A agência Moody’s acaba de baixar o rating de Portugal para o nível “lixo”. Uns fofinhos. Depois do Governo ter apresentado medidas de austeridade que nem sequer tinham sido recomendadas pela Troika, estes safados decidem tirar-nos já o tapete antes que se pudesse ter alguma esperança em que as medidas surtissem efeito. Podiam dizer muita coisa sobre Portugal: que somos preguiçosos, maus pagadores, que adoramos fugir aos impostos e veneramos aqueles que o conseguem… Mas chamar lixo ao país é outra coisa. Porém, já que vivemos no lixo e somos considerados “pig’s”, era bom que deixássemos de tentar pagar a dívida externa do país. Que se saiba, nunca nenhum porco pagou impostos. E se nos quiserem aproveitar para presuntos, até poderão ter sorte. É muito fácil dizer que Portugal é lixo. Mas que tipo de lixo? Plástico, papel ou metal? Onde ficamos no ecoponto? Seremos um resíduo sólido à espera de incineração? E que autoridade tem uma agência qualquer de nos chamar lixo? E, no entanto, nesta época do ano, esses animais andam todos à procura de hotéis na pocilga do Algarve. Na lixeira, os porcos lusitanos recebem menos de salário mínimo e pagam mais de impostos. E eles ainda brincam com esta situação. Faço um apelo a que recuperemos a velha e gloriosa tradição da “esperinha”. Era apanhar esses bonecos da Moody’s e colocá-los numa lixeira a céu aberto, cada um preso a outro porco. Seria divertido depois ver qual dos porcos faria mais barulho. Mas com a quantidade de festivais de Verão que existem por aí, não iriam ter grande sorte em serem ouvidos. No meio disto tudo, sempre fico a saber que Portugal apenas está no lixo. É que já pensava que estávamos na me***. Assim, ainda tenho esperança na recuperação.

pigs

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O vício…

Os carros de patrulha da PSP não funcionam por falta de peças, situação provocada pela falta de financiamento. Os polícias queixam-se de que não há condições para trabalhar e as patrulhas ficarão limitadas a algumas dezenas de metros ao redor das esquadras. E isto é uma situação perigosa. Para os próprios polícias, entenda-se. Como eles não estão habituados a andar a pé e com as altas temperaturas que estão previstas para os próximos dias, é bem provável que o número de desmaios em horário laboral dispare. Há testemunhas que comprovam que há agentes da PSP a mendigar por um pouco de óleo para os motores das viaturas. Passear de carro para os PSP’s origina a mesma satisfação que uma dose de cocaína a um toxicodependente. A satisfação e o mesmo grau de viciação. Só isso pode explicar o porquê de eles se rebaixarem ao ponto de pedir óleo. E em vez de ouvirmos a já famosa expressão do “Desenrasca-me uns trocos”, vamos passar a ouvir um “Desenrasca-me uns pingos”. Da maneira como isto anda, será mais perigoso parar o carro numa operação Stop do que parar para ajudar um desconhecido que aparente ter problemas mecânicos no automóvel. Paramos a viatura, o agente pede-nos para sair do automóvel e estamos sujeitos a que eles fujam nele. Só para não andarem a pé. Antigamente, os agentes das várias forças de segurança tapavam os olhos às infracções dos automobilistas caso lhes deixassem um “donativo”. Hoje em dia, perdoarão as nossas ofensas ao Código da Estrada se lhes deixarmos dar uma voltinha na viatura. Para matar o vício. Não sei porque é que exigem que os agentes tenham de efetuar com sucesso determinadas provas físicas para depois passarem toda uma carreira a passear de automóvel de um lado para o outro. Deveriam ser selecionados aqueles que conseguissem passar mais horas sentados num veículo. Tenho a certeza de que se esses veículos tivessem casa de banho integrada, alguns nunca mais sairiam de lá de dentro. Se as viaturas fossem amarelas, não faltariam Noddy’s por aí.

policeman_cartoon1

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Post aberto...

"Caro B.O.A.:

Chegar a casa para almoçar e ver-te a participar num dos programas da manhã da televisão pública é algo que me inspira para mais uma tarde de trabalho. Convidam-te para fazeres parte de programas onde só vão pessoas doentes e desequilibradas. É fantástico ver até que ponto vão os directores desses programas só para que não te sintas diferente entre as pessoas. Admira-me essa tua incontinência verbal relativamente a temas tão importantes para a tua Ordem como os copianços no CEJ ou a prisão preventiva de jovens delinquentes. E mostras toda a tua sabedoria ao não desperdiçares nem um pouco do teu latim com temas como o aumento dos emolumentos para os estagiários ou a retirada do exame de repetição. Eu bem gostaria de falar contigo sobre estes temas que não têm interesse absolutamente nenhum para a instituiçao que representas e por isso é que se apresenta quase impossível estabelecer contacto através da Ordem. Mas tenho sido muito parvo, confesso. Afinal, para falar directamente contigo basta ligar para o programa da Júlia, também com a vantagem de poder ganhar algum dinheiro no jogo da Glória. Surpreende-me essa tua contínua tentativa de descredibilização da minha licenciatura e da minha universidade. Eu sei que não tirei o curso na melhor universidade de direito do mundo, mas pelo menos terminei a licenciatura sabendo o que é o princípio da não retroactividade. Que, por acaso, é um princípio de que se fala em praticamente todas as cadeiras do curso. Pelos vistos, deves ter faltado às aulas em que explicaram no que consiste esse princípio. Mas também só pode falar de princípios quem os tem. Na minha licenciatura de treta, também tive de passar à cadeira de Obrigações, matéria que já deu para ver que não é o teu ponto forte. Com essas alterações unilaterais dos contratos, era garantida a reprovação com os meus professores. Fica a ideia que os teus eram mais liberais ou então utilizaste a famosa técnica dos futuros magistrados do CEJ para passares à cadeira. Criticas tudo e todos, à boa maneira portuguesa. Para ti, os juízes são todos uns corruptos, os magistrados do MP são corruptos, os políticos são corruptos... Fico contente por ver que neste país de criminosos és a única pessoa honesta e idónea a exercer as suas funções de acordo com a ética e a deontologia profissional. Apesar de o dever de urbanidade não significar nada para ti. Dizes precisamente o mesmo que me diz a minha avó com 84 anos. Curiosamente, e apesar da diferença de idade, ela também é analfabeta. Acusas e não provas nada. Andas a denegrir outras classes e outras pessoas e não és capaz de mostrar algo em concreto que sustente essas afirmações. O que me faz duvidar dos teus conhecimentos de processo civil e penal. E já começam a ser muitas as áreas em que os teus conhecimentos são, digamos assim, duvidosos. Mas esta canalhada nova é que não percebe nada de Direito. Aludes às dificuldades dos portugueses, defendias que ninguém deveria ficar arredado da advocacia por insuficiência económica. No fundo, és um fofo. No entanto, e pela calada, fazes um assalto às expectativas de milhares de estagiários que pagam para trabalhar. Comparado com a tua cara de pau, o pinóquio era feito de carne e osso. Podes até ser B.O.A., mas já se viu que não és boa coisa.

Um abraço apertadinho."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Uma senhora vaca...

Depois de alguns produtores de gado terem chocado o mundo ao apresentarem uma vaca que ri, surge na Argentina uma vaca que dará leite praticamente igual ao humano. Seria muito fácil dizer que em Portugal também há muita vaquinha que dá leite humano e por isso não o vou dizer. Bastou alterarem o ADN da bovina com dois genes humanos e a bicha até dá leite como gente grande. A má notícia é que os recém-nascidos ainda teimam em surgir no mundo com bocas demasiado pequenas para sugarem na teta do animal. A solução é alterar o ADN dos humanos e acrescentar dois genes dos hipopótamos. Passaremos a comprar uma vaca para cada casa onde haja uma criança em fase de amamentação, o que ficará mais barato que contratar uma baby sitter. Bastam umas ervas em casa e uns vizinhos surdos. Mas, por outro lado, poderão surgir certos mal-entendidos entre familiares que poderão até terminar em tragédia. Imaginem a conversa entre o pai da criança e o seu sogro. Já viram o que aconteceria se o pai da criança dissesse algo do género:"Bem, agora vou para casa ver se o raio da vaca já deu de mamar ao puto". Se a compra da vaca não tiver sido comunicada à família, o mais provável era o sogro dar-lhe logo um tiro. Coisas de família, portanto. As preocupações de Paulo Portas com a agricultura já começaram a produzir os seus efeitos e, neste caso, aliadas ao choque tecnológico tão aclamado por José Sócrates. Em época de grave crise no reino vegetal, volta o mundo animal a dar-nos uma alegria. Deixamos de comer saladas mas poderemos, muito em breve, começar a comer queijo feito de leite praticamente humano... A ideia não é muito apelativa, de facto. Iogurtes de leite humano... Dão azo a muito mais trocadilhos e equívocos. E se forem com um ligeiro aroma a banana, ainda pior. Cuidado com essas alterações no código genético das vacas. Se elas calham de ficar com o dom da fala das mulheres será o verdadeiro pandemónio. Não haverá boi que as ature. Ou o dom das compras, do cabeleireiro... A cotação do leite nos mercados mundiais iria aumentar exponencialmente. E na Argentina tentaram baptizar esta bicha com o nome da presidente da República. Que bonita homenagem... Darem o nome da pessoa mais importante do país a uma vaca... Claro que a senhora teve de recusar tão "prestigiante" homenagem. Se não gostam dela que votem nos outros candidatos. Mas não lhe chamem vaca.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Déjà vu...

Ás vezes lemos uma notícia e ficamos com a impressão de que esse facto já não é totalmente novo para nós. Foi o que aconteceu quando me deparei com a surpreendente notícia do Correio da Manhã que dizia o seguinte: "Pinto da Costa leva namorada ao Vaticano". Um Papa levar a namorada a casa para a apresentar à família não será propriamente nada de invulgar. O problema é que toda a gente sabe o que aconteceu à primeira. Em 2003, Pinto da Costa levou Carolina Salgado ao Vaticano. E aquela que era uma mulher honrada e séria, passou a ser uma reles "alternadeira" depois de ter beijado o anel do pescador. Oito anos depois, Pinto da Costa leva a sua namorada brasileira, mais nova que ele 48 anos, ao mesmo local. Depois admiram-se das pessoas acreditarem cada vez menos na religião. Já viram como aquele local anda a ser frequentado? Mas a verdade é que Papa por Papa, sempre prefiro um que pape mulheres. E assim também se vai vendo como é que Pinto da Costa consegue aceder à presença do Papa do Vaticano. Basta ele pedir uma audiência para abençoar fruta. E, no fundo, até nem foge muito à verdade. Dá sempre para abençoar uns pares de melões. E para aqueles que dizem que a Igreja parou no tempo, que ainda vive na Idade Média, aí está a prova da sua evolução. Há 2000 anos atrás, Maria Madalena foi apedrejada e só Jesus Cristo a pode salvar. Mas, hoje em dia, elas já entram no Vaticano como se fossem da família. Diz a referida notícia que "Fernanda e Pinto da Costa viram o Papa na audiência geral semanal" mas que "o líder dos azuis e brancos, apurou o CM, terá ainda pedido autorização para uma sessão mais privada". Sessão mais privada? Mas estamos a falar do Vaticano ou do Elefante Branco? Já estou a imaginar o Pinto da Costa a dizer:"Vou pedir uma sessão privada". E como elas são muito inteligentes, a resposta seria:" Ó Jorge Nuno, mas hoje não me apetece trabalhar...viemos de férias". Há fantasias e fantasias. A de Pinto da Costa é levar as companheiras ao Vaticano. Vá lá saber-se porquê. Mas tenho a certeza que Freud terá uma explicação para tudo isto.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A justeza...

A esposa do ministro da Justiça Alberto Martins recebeu um pagamento pelas suas funções como Procuradora da República no valor de 72 mil euros. Mas depois de alguém ter dado com a língua nos dentes, o senhor ministro decidiu revogar o despacho que autorizava o referido pagamento. Estamos a falar de apenas 72 mil euros. Qualquer coisa como 149 salários mínimos nacionais. Uma quantia pequeníssima, portanto. A minha dúvida é esta: poderá Maria da Conceição Fernandes (a esposa do ministro) apresentar queixa na Procuradoria Geral da República por violência doméstica? Há coisas que doem muito mais que um estalo e que magoam bem mais que um insulto. Tirar 72 mil euros à esposa deve tê-la deixado com muito mais perturbações psicológicas do que as que teria com uma simples tareia. Tenho a certeza de que se perguntassem à dona Maria da Conceição Fernandes se preferia levar um estalo ou deixar de receber 72 mil euros, a resposta recairia certamente na primeira opção. O que é natural. Um estalo recebe-se a qualquer hora. 72 mil euros é só uma vez na vida. E com esse montante já poderia contratar um guarda-costas para colocar o marido na linha. E como diz o nosso querido bastonário da OA, isto é puro "terrorismo de estado". Ao estado de casado, neste caso. Preocupamo-nos demais com insultos entre marido e mulher, condenamos as agressões físicas entre ambos, mas deixamos passar completamente impune este desfalque de uns míseros trocos. E por aqui também se vai vendo que a carreira política de Alberto Martins está prestes a terminar. Quando já nem a esposa do ministro consegue utilizar essa "cunha" em benefício próprio, é sinal de que os dias do fim estão próximos. Aquilo que o ministro da Justiça fez foi um grave atentado aos bons costumes e às tradições seculares de governantes pouco sérios. Se queria ser sério, que optasse por outra carreira. Estragar a reputação que outros demoraram anos a conseguir é que não pode ser.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Deixem vir a mim as empregadas...

Está criado mais um mito urbano. Agora, sempre que nos quisermos hospedar num hotel, deveremos perguntar primeiro se algum director do FMI lá estará instalado. Não é fácil isso acontecer, dado que, normalmente, só ficam hospedados em hóteis em que se pagam mais de 2.500€ por noite. Mas mesmo assim, todo o cuidado é pouco. Se vos oferecerem estadias em pousadas e hotéis, desconfiem. Neste país, nunca se dá nada a ninguém que não trabalhe directamente para o Governo. Corremos o sério risco de entrarmos muito descansados naquilo que nos parece apenas mais um tranquilo quarto de um hotel e aparecer-nos um sujeito a sair todo nu da casa de banho.Tipo bicho papão. Verifiquem sempre se a casa de banho está limpa, se as janelas estão fechadas e se accionaram o autoclismo. Não vá aparecer um Strauss-Kahn. E apaguem as luzes porque diz-se que este tipo de predador só ataca com a luz acesa. Várias vezes me perguntei o porquê de certos hotéis cobrarem 2.500€ por noite e o porquê de algumas pessoas aceitarem tais preços. Sempre pensei que fosse um abuso praticar tais preços. Mas afinal acho que até fica barato. Por 2.500€ pode-se violar quem aparecer no quarto. Ora, nos tempos que correm, não fica muito mais barato violar alguém cá fora. E com o inconveniente de ainda ter de se andar a procurar uma vítima. Mas nesses hotéis são as vítimas que vão ao encontro do violador. O que se paga a mais nos luxos, poupa-se em corridas e perseguições. O que para um homem de 62 anos faz todo o sentido. Esta malta do FMI perdeu mesmo a noção da realidade. Eles chegaram cá e abusaram de tudo e todos os que foram ao seu encontro. E ficaram a pensar que poderiam fazer o mesmo em países civilizados. Agora entendo o porquê do Bloco de Esquerda e do PCP se terem recusado a encontrar-se com a Troika. Será que o Sócrates, Passos Coelho e o Portas também vão apresentar queixa por sexo oral forçado?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

É esta a luta?...

A crise também começa a afectar o cérebro dos portugueses, infelizmente. O nível do rating das capacidades intelectuais dos portugueses deve andar a bater recordes pela negativa por esse mundo fora. Já não bastava termos de andar a mendigar e estarmos em risco de eleger novamente quem nos deixou de tanga; passamos para a fase dos vídeos a tentar mostrar a nossa grandeza e que só servem para mostrar como temos sido incompetentes nas últimas décadas (se eu fosse finlandês, haveria de ficar bastante receoso de emprestar dinheiro a uns fulanos que já foram donos do mundo e agora estão na miséria); e acabamos na fase de deixar uns bonecos irem representar o país a um concurso que dizem ser prestigiado. O que se devem andar a rir os europeus depois de terem visto os representantes portugueses no Festival da Eurovisão da Canção… faço uma pequena ideia. E a imagem dos Homens da Luta acaba por ser também a imagem que deixamos enquanto povo: somos uns pobres coitados, sem capacidade para fazer mais e melhor, que andamos por aí a fazer cenas ridículas só para nos darem atenção e uns troços, quiçá. E quanto ao trabalho, nadinha. É bem melhor andar por aí a tocar viola e com um megafone a dizer sempre a mesma coisa. Fazem-me lembrar aqueles putos que precisam de atenção e andam sempre a berrar:”sou um palhaço! Olhem para mim!” e que depois se atiram propositadamente abaixo da bicicleta só para se sentirem engraçados. E isto começa a ser generalizado, infelizmente. E podem dizer-me que eles ganharam o concurso em Portugal, as pessoas votaram neles… é certo. Mas a concorrência também não era grande coisa, atendendo à quantidade de cantores pimba que lá andavam. E até esse resultado é o reflexo do país: eles ganharam porque em Portugal também o Pinócrates ganha eleições. É uma paródia. O Tiririca havia de chegar facilmente a Presidente da República neste país. Além do dinheiro, era bom que os nossos governantes também se lembrassem de pedir um grande empréstimo de bom senso e um pouco de sensatez. São estes os nossos homens da luta? Não há-de faltar muito para que os espanhóis entrem por aí.



quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Troika...

Desengane-se quem pensa que a Troika é o nosso barco da salvação. Antes o fosse. A Troika não é mais do que uma prostituta de luxo vinda do Leste e que veio para cá fazer o mesmo que todas as outras: trocar prazer pelo dinheiro. Se de dia temos reuniões durante horas e horas com o FMI, à noite o país fica envolvido por essa emigrante que nos prende na sua teia de sedução com falinhas mansas. No fundo, a Troika veio para Portugal satisfazer as necessidades do país em troca de um alto preço a pagar, como toda a prostituta que se preze o faz. E foi muito fácil seduzir o país. Basta chegar cá com largo decote financeiro que mostra muita coisa que nos espera no futuro, um ventre liso como os nossos bolsos, um sedutor jogo de cintura macroeconómica que nos hipnotiza desde o primeiro momento, um bom pacote de medidas à boa maneira brasileira e um par de pernas que reflecte abertura para negociações económicas. E com isto o povo ilude-se, deixando que ela nos “sugue” até ao tutano financeiro. E deve ser bem jeitosa porque toda a gente se quer reunir com ela. Menos os do Bloco porque estão drogados e os comunistas porque tinham de a partilhar. A Troika chega aos encontros com os representantes do país e nem lhes dá tempo para dois piropos… começa logo a falar de dinheiro, por quanto ficará aquela brincadeira… não está lá para falar mas para satisfazer. Se querem falar, arranjem uma namorada financeira. Por cada serviço será X, por cada 15 dias será X… e lá vamos nós ficando cada vez mais endividados. Mas tenhamos razões para sorrir! A Troika é uma prostituta bastante exigente. Não se mete com qualquer coisa. Antes de entrar em Portugal, a Troika espreitou a Espanha mas viu que o tamanho da deles ainda não era suficientemente grande para as suas pretensões, nem demasiado consistente. E quando viu a nossa, deliciou-se. Tesos como andamos, fizemos com que ela perdesse a cabeça e se estabelecesse por cá. Dificilmente a Troika verá coisa maior e mais escura por esse mundo fora. A nossa dívida pública é mesmo assim, suas gulosas.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Símio...

A minha vida até aos 25 anos ficou marcada por uma grande dúvida que teimava em corroer o meu espírito: mas afinal os americanos são verdadeiramente "muito à frente" ou são verdadeiramente parvos? Hoje fez-se luz sobre essa questão. Ainda para mais quando o próprio presidente dos E.U.A. está envolvido nesse esclarecimento. Fico muito grato aos americanos mas também não era preciso tanto. Para me esclarecer, surgiu uma ideia luminosa na cabeça de uma americana chamada Marilyn Davenport, que é dirigente do "Tea Party" (que é uma espécie de Festa do Avante do Partido Republicano), ideia essa que consistia em mandar um e-mail aos seus amigos republicanos com uma fotomontagem de Obama, que podemos ver abaixo deste texto. Ora, essa fotomontagem é extremamente agressiva para com o presidente dos E.U.A.. E porquê? Porque mostra Obama vestido com as chamadas "jardineiras" masculinas. E não há nada mais piroso que ver um homem de barba rija de jardineiras. Ainda para mais quando esse homem é, supostamente, o homem mais poderoso do mundo. Poderoso e de jardineiras? Não me parecem coisas compatíveis. Depois, mostra Obama ao colo de alguém. E não interessa para o caso que seja ao colo de sua mãe. A imagem que passa para o mundo é que Obama também é levado ao colo. E salvadores que aparecem ao colo das progenitoras em imagens costumam acabar muito mal. E esta quadra é propícia para tal. As fotos de um presidente dos E.U.A. ao colo de alguém deveriam ser censuradas. Ah!!! E também por se andar a dizer que os pais de Obama são uns macacos quando claramente se vê na fotomontagem que ele é filho de chimpanzés. Ou seja, além de dizer que Obama cresceu na selva a trepar árvores, a senhora Davenport ainda fez confusão entre símios. Tanto erro junto... A fotomontagem é também acompanhada de uma legenda que diz:" Agora sabeis porque não há certificado de nascimento". Isto é muito baixo e extremamente racista para com os símios, até porque já há muitos filhos de macacos que possuem registo de nascimento e alguns até já têm boletins de vacinas. Actualizada e tudo. Acusar estes macacos que afinal são chimpanzés de não registarem as suas crias demonstra uma clara segregação social dos americanos. É muito feio gozar dessa forma com primatas. Quando confrontada com o conteúdo do e-mail, Davenport disse o seguinte:"Todos os que me conhecem sabem que não sou racista. Foi uma brincadeira. Tenho amigos negros. Ainda assim o e-mail foi enviado a poucas pessoas, nunca pensei que incomodasse". É espantoso o elevado grau de racismo e de estupidez desta americana. Roça o perfecionismo parvo. Porque é que alguém haveria de levar a mal o simples facto de dizermos que essa pessoa é filha de macacos, que veio da selva e por isso não tem registo de nascimento, que passa o dia a coçar o rabo e a catar os que estão a seu lado? Só uma pessoa melindrosa é que levaria a mal, realmente. E sendo apenas o presidente dos Estados Unidos, nem sei porque é que isto é notícia. Quem nunca insultou alguém dizendo que é filho de macacos, que atire a primeira banana. Cambada de macacos a dizer e fazer macaquices... Era corrê-los à macacada.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Efeitos especiais...

Fiquei emocionado neste fim-de-semana a ver a qualidade de um filme que estava a passar nas televisões deste país. Vi um homem a quem todos criticam e apontam o dedo; um homem a quem todos atacam. Vi um homem justo, honesto, coerente e imparcial. Vi a história desse homem e as infames calúnias daqueles que tentam ferir o seu espírito de morte. Vi um povo agradecido a esse homem, um povo emocionado e que emocionou o seu líder! Vi manifestações de carinho e de profunda admiração por esse homem especial, capaz de trazer a felicidade e o bem-estar aos seus. Vi um homem injustiçado, amargurado pelos maquiavélicos ataques de que foi vítima, mas piedoso e capaz de perdoar os seus inimigos. Vi um país feliz e próspero, onde tudo corria bem. Por momentos, julguei ver um profeta capaz de arrebatar a sociedade e dar ao filme um final feliz. Depois olhei melhor para a televisão e disse: "Caralho! Afinal é o Sócrates!" Quase que me iludia o bandido... No entanto, continuo a achá-lo um profeta... mas daqueles que trazem as pragas do Egipto. E lá se foi o encanto. A expressão emocionada de Sócrates era afinal tão verdadeira quanto o monstro do Loch Ness. O discurso por diversas vezes repetido de Sócrates faz-me pensar no quanto antigo eu sou. Ainda sou do tempo em que era o Governo a governar o país, imagine-se. Hoje em dia, e pelo discurso inflamado de Sócrates, chego à conclusão de que quem governa são os partidos da oposição. Muita coisa mudou desde a última vez em que votei para as legislativas. Cheguei a pertencer às gerações que votavam no partido que deveria governar o país, no seu entender. Actualmente, parece que se vota num partido para o ilibar de qualquer responsabilidade no fracasso das suas políticas. Dantes, o partido com mais votos era convidado a formar governo, chegando ao ponto de governar o país, inclusivamente. Mas nas últimas legislativas, muita gente votou no PS para que Sócrates fosse desresponsabilizado daquilo que tem feito a Portugal. Os portugueses gostam de pobres coitados, seja no Big Brother, na Casa dos Segredos ou até mesmo em São Bento. E Sócrates já se apercebeu disso. Se convidar a Júlia Pinheiro para Presidente da Assembleia da República, não iria estranhar.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Poesia na hora...

Surgem as primeiras manifestações feministas que tentam quebrar e extinguir a bela tradição do piropo masculino. Aos poucos, elas andam a tentar modificar tudo o que o homem tem de verdadeiramente masculino. Elas querem homens que tomem banho, que se depilem e que não mandem piropos. Parece que elas andam à procura de uma Barbie e não de um homem. Claro que esta iniciativa só poderia surgir de algum país anglo-saxónico, dado que a inteligência não abunda por lá. E a britânica Vicky Simister é um bom exemplo do que acabo de referir. Para ela, é difícil distinguir entre homens que se limitam aos assobios e os que podem evoluir para a violência sexual. Por isso é que pretende acabar de vez com os piropos. Realmente, esta é das melhores medidas que poderiam ser tomadas para evitar mais violações no futuro. Toda a gente sabe que esses violadores ressabiados que por aí andam, mandam sempre um piropo antes de atacarem as suas vítimas. O seu código deontológico obriga à declamação de um piropo ou a uma assobiadela só por cortesia e para quebrar o gelo da relação. Quem pretender enveredar pelo mundo das violações não poderá ser mudo. E acabar com o piropo português, então é algo que eu acho extremamente desumano. Que extingam os linces ibéricos à-vontade. Mas preserve-se o piropo. Caso contrário, é certo que os trabalhadores da construção civil irão entrar em greve por manifesta insuficiência motivacional para a laboração. E não há nada mais triste que o chamado "trolha" desmotivado. Queixam-se elas de serem apreciadas. E também se queixam quando ninguém lhes liga. Quem as entender merece um Nobel, de facto. E logo estas inglesas que mal arranjam uns dias de férias voam imediatamente para Portugal para serem devidamente bajuladas pelos tugas. E agora atraiçoam-nos desta forma. Durante todo o ano é um corrupio de inglesas a dançar, todas malucas e semi-nuas, nos bares algarvios; limpar varões como elas o fazem é algo dificilmente visto por mulheres de outras nacionalidades. No entanto, têm um medo de morte de um piropo. Open minds... and mouth shut.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Hole in one...

Numa altura em que o Estado pretende aferir da qualidade de vida e dos hábitos quotidianos da população portuguesa através dos famosos censos, penso que deveriam ser incluídas duas perguntas muito simples nos mesmos: 1) Já jogou golfe?; 2) Se nunca jogou, já entrou nalgum campo de golfe?. Parecem-me perguntas importantes e bastante pertinentes já que o governo decidiu baixar o IVA do golfe de 23% para 6%. Será um incentivo à prática do golfe? Deve ser a única explicação possível. Nada melhor que passar horas a fio em amplos espaços verdes para esquecer que estamos prestes a declarar a falência do país. O único problema desta medida é o facto de não produzir quaisquer efeitos para 99,9% da população portuguesa. E os 0,1% da população que serão beneficiados correspondem a pessoas de vastos recursos económicos. Quem quiser ir a um ginásio paga 23%; para jogar golfe bastam 6%. A quantidade de clientes de um só ginásio deve equivaler a todos os portugueses que praticam golfe no norte do país. E não é com ordenados mínimos que se pode jogar golfe. Cortam-se reformas mas baixa-se a tributação numa actividade reservada a gente de vastas posses e turistas endinheirados. Para eles, o IVA do golfe até poderia ser de 50% que nem se importariam com isso. No entanto, tinhamos de o baixar. Onde está a austeridade? Foram estas medidas que acordaram em Bruxelas? Esses caralhos da União Europeia querem vir para cá jogar golfe quase de graça? Era tão bonito recebê-los à tacada. Ou atirar-lhes bolas de golfe, moda que teve grande adesão em Portugal. No golfe, ganha quem conseguir meter a bola no buraco com o menor número de pancadas. Sócrates tem feito algo mais difícil: com apenas uma pancada meteu um país no buraco. Um fantástico "hole in one" para o Zézinho. Mas que Sócrates não se ache um Messias. As condições para tal resultado tornaram tudo mais fácil: ventos de desgraça na direcção do buraco, inclinação acentuada do país no sentido descendente e tamanho do buraco anormalmente dilatado. Mesmo assim, com tantas facilidades, alguns teriam falhado. Mas não José Sócrates.



segunda-feira, 14 de março de 2011

Gerações...

Todas as gerações ambicionam ser apelidadas por algo bonito, algo que as faça serem reconhecidas no futuro. E nomes bonitos não faltam. É uma questão de criatividade. No entanto, a minha geração vai ficar para sempre designada como a "Geração à Rasca". Não é nada bonito. Fica-se com a ideia de que se trata de uma geração à procura de uma casa de banho e não de um emprego. Que alegria teremos nós em dizer aos nossos netos que um dia pertencemos à "Geração à Rasca"? Preferia que nos chamassem de "Geração Recibos Verdes". Não é tão agressivo e fica na memória das pessoas. Isto não está fácil para quem é jovem. Ou melhor, não está bom para ninguém. Se isto continua a piorar, chegaremos a um ponto em que já não iremos pedir a ajuda do FMI mas sim a ajuda da AMI. Manifestações como a do passado sábado são bonitas. O problema é que normalmente não servem para nada. E quando alguma tem hipóteses de mudar alguma coisa, a manifestação é abafada por puras manobras de diversão. Vendo que os jovens se preparavam para tomar de assalto o país, Sócrates decide desviar as atenções para o outro lado do planeta, provocando uma onde de dez metros no Japão. Não há dúvidas de que Sócrates escolheu bem a sua equipa. Até S. Pedro contratou. Fazem de tudo para abafar manifestações. E se pensavamos que os japoneses é que estavam tramados com o tsunami, muito enganados estavamos, sem dúvida. Enquanto que os japoneses andam a fazer surf em ondas de dez metros, nós somos inundados com mais medidas de austeridade. O PEC em Portugal já tem mais sequelas que os famosos filmes do Rocky. Em termos de argumento até se tratam de temas iguais: baseiam-se em assaltos. Assaltos de boxe contra assaltos aos bolsos. Depois de tantos PEC's, acho que os governos deveriam ser como os códigos dos cartões multibanco: têm três tentativas para acertar ou então ficam bloqueados. Era tudo muito mais simples. Já era tempo de um tsunami levar Sócrates para longe daqui. Contudo, Sócrates não tem medo absolutamente nenhum que tal possa acontecer pois não existe fenómeno metereológico que possa envolver mais àgua do que aquela que envolve as políticas do Primeiro-Minsitro. Dessa morte está ele salvo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Há beatas no petróleo...

Na próxima quinta-feira, e aproveitando o ambiente carnavalesco que se vive em Portugal por estes dias, o Bloco de Esquerda irá apresentar a sua famosa moção de censura. Nesse mesmo dia, Kadhafi poderá já não estar no poder na Líbia. De facto, estamos numa era muito complicada para pseudo-tiranos. As coisas não andam nada fáceis para quem pensa que os seus poderes lhe foram delegados por uma entidade superior. O mundo islâmico está em ebulição; Portugal está em banho-maria. Sempre fomos um povo mais brando. Uma coisa é inegável: a história de Kadhafi e Sócrates parece estar interligada e não parece augurar nada de bom para o futuro dos dois. As semelhanças entre ambos são imensas. Podemos começar pelo medo do Bicho Papão estrangeiro. Kadhafi receia ver o seu país invadido pelos americanos, que têm tanto interesse pelos direitos dos líbios como eu tenho pela qualidade das minhocas utilizadas na pesca desportiva. Por seu lado, Sócrates tem pesadelos com a cada vez mais inevitável invasão do FMI. As noites não devem ser muito sossegadas. Outra coisa que os aproxima é o facto de evitarem a todo o custo sair do poder com dignidade, mesmo quando já repararam que pouco poder ostentam. Já parecem o Frodo agarrado ao anel. Contudo, quando estão desesperados, tratam muito bem das revoltas contra as suas governações. Ficamos a saber no dia de ontem que a Universidade de Cartum, no Sudão, pretende retirar o título de doutor honoris causa a Kadhafi. Até nisto são parecidos. José Sócrates será eternamente confrontado com a sua possível "não-licenciatura" e a Kadhafi irão tirar o doutoramento. Nem a vida académica corre bem a estes senhores. Só faltava ficar a saber-se que o doutoramento de Kadhafi ocorreu ao domingo. Mas não deve ter sido porque no Sudão há pessoas sérias. Kadhafi padece de outra maleita muito grave: não há unanimidade em relação à forma como se pronuncia o seu nome. Para uns é Kadhafi, enquanto que para outros poderá ser Gadhafi, al-Khaddafi ou al-Qadhafi. E como vimos na última campanha para as legislativas, existem militantes do PS com altos cargos no partido que também não sabem ao certo o nome do mestre: pode ser Sócrates, Socrates, Sócratas, Socras ou simplesmento Socas. Na escola, Kadhafi destacou-se na Matemática, na Literatura e na Geografia. Matérias relativamente às quais Sócrates tem tido muito dificuldade: tem um Ministro das Finanças que não percebe nada de Matemática; escolhe Ministras da Educação que, na Literatura, enveredam pelos policiais; e teve um Ministro das Obras Públicas que afirmava que a margem sul é um deserto, o que mostrava toda a sua ignorância no que respeita a conhecimentos geográficos. E termino com a maior semelhança entre estas duas personagens: ambos passaram vários anos da sua vida a abominar o Socialismo. Kadhafi abominou o Socialismo aproximadamente até 2005. Por seu turno, Sócrates tem abominado o Socialismo desde que se tornou Primeiro-Ministro. Eles até podem ter petróleo mas nós temos o tinto carrascão. E é fácil de ver qual de entre estas duas coisas mais falta fará ao mundo civilizado.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aloe Blacc - I need a dolar

Dedicada a todos aqueles que votaram no Sócrates...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E tu, já encontraste um idoso hoje?

Tudo o que se passa neste planeta se resume a uma questão de modas. As variações das preferências do ser humano determinam o respectivo desenvolvimento da sociedade em questão. Em Portugal, por exemplo, variamos constantemente no tipo de jogos sociais mais apreciados. Os tradicionais Monopólio e Pictionary foram sendo substituídos por outro género muito apreciado: Bullying. De um momento para o outro, todas as crianças em Portugal participavam neste jogo. Uns do lado activo, outros do lado passivo, claro está. Mas todos os jovens portugueses participavam, segundo as notícias inflamadas dos jornais. A moda, inevitavelmente, passou. Demorou a passar mas acabou por perder a piada. E como não podiam os portugueses estar muito tempo sem um passatempo divertido, eis que surge mais uma novidade ao nível lúdico que está a fazer grande sucesso entre toda a população. Depois de tanto termos procurado um jovem de nome Wally durante a infância, agora o jogo passa por encontrar idosos falecidos em casa, sozinhos ou com o animal de estimação por perto. Ganha quem encontrar mais idosos e o critério de desempate é o número de anos que o corpo do idoso esteve lá abandonado. Da noite para o dia, muitos idosos passaram a falecer teimosamente em sua casa apenas para que conseguissem ser notícia uma vez na vida. Há pessoas que fazem de tudo por cinco minutos de fama. Até agora, nenhum idoso falecia abandonado na sua própria casa. Nos últimos dias tem sido um fartote. Aquilo que antigamente era uma notícia triste e sobre a qual se deveria reflectir, agora é uma notícia fantástica e bombástica. Todos os dias aparecem títulos de jornais a dizer :"E aí está, mais um idoso encontrado morto". Parece algo espectacular. Um dia destes compramos uma casa com o respectivo recheio e deparamo-nos com um corpo no chão. Será que isso valorizará a casa se a quisermos vender no futuro? Vamos começar a ver anúncios nos classificados do género: "Vendo T2, mobilado, com vista para o mar. Em perfeito estado de conservação, pouca humidade, ideal para corpos abandonados. Inclui garagem e dois corpos ao fundo do corredor." Tanto sensacionalismo até faz ficar com a ideia de que os idosos estão a fazer de propósito para arruinarem com os empregos dos mediadores imobiliários e dos decoradores de interiores. Parecendo que não, um corpo de um idoso combina com muito pouca coisa. É difícil enquadrá-los na harmonia decorativa de qualquer divisão de uma casa. Até para a polícia é uma surpresa os idosos falecerem sozinhos em casa. Quando se vai à GNR fazer a participação do desaparecimento da Sra. Maria que já praticamente não pode andar, a última coisa que os agentes considerarão nos seus raciocínios é que ela possa estar falecida em casa. É mais fácil pensar que ela possa ter fugido de casa, onde, por acaso, mora sozinha. O chamado cúmulo da rebeldia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Só na próxima Lua cheia...

E aí está o nosso Presidente da República a mostrar ao Sócrates quem é que afinal manda no país. Só lamento tal chacota por dois motivos: o primeiro, por não ter feito isso já no outro mandato; e em segundo lugar, por se ter vingado ao vetar um diploma que iria beneficiar grande parte dos portugueses, já que poderiam poupar dinheiro nos medicamentos. É pena que o "sôr" Aníbal resolva mostrar agora a famosa "vendetta" cavaquista. Ao pé de Cavaco Silva, o Marquês de Pombal era um menino. Quem vai levar na cabeça com esta birrinha são os doentes, já se sabe. Mas as pessoas já se deveriam ter mentalizado de que em Portugal não se pode estar doente. Somos dos poucos países que preferem ter criminosos a trabalhar em altos cargos nos bancos do que ter doentes a quem é preciso comparticipar nos medicamentos. É tudo uma questão de opções e de prioridades. Não é nada fácil ser doente em Portugal. Experimentem! Há duas semanas, liguei para o centro de saúde para marcar uma consulta com o meu médico de família e disseram-me que tinha consulta já no dia 10 de Março. Já??!! Fiquei todo contente por só faltar quase um mês e meio para ter consulta. Dei pulos de alegria. Mas não muito altos, não fosse aleijar-me. Quando chega o dia da consulta já a maior parte das pessoas não se lembra dos primeiros sintomas. Vou chegar à consulta em Março e direi ao médico que no ínicio de Fevereiro apanhei uma gripe pesada. Como não tinha consulta, não tive outra solução a não ser ligar ao professor Karamba que me prescreveu um medicamento. Ora, como o Cavaco não aprovou o diploma, não pude optar pelo genérico e tive de gastar mais dinheiro. No entanto, agora estou curado. Falarei mais um bocado sobre futebol, política e mulheres, e, depois de dizer tudo isto, levantar-me-ei, darei um abraço ao médico e vou-me embora. Deixa de ser um médico e passa a ser psicólogo. Aos poucos, os governantes deste país estão a tirar-nos tudo. Agora, até controlam os dias em que podemos ou não ficar doentes. Já nem esse direito de escolha temos. É que já tinha coisas marcadas para essa altura da consulta e não me apetecia muito ficar doente por essa data. Mas lá terá de ser. A função pública é que manda. O tempo que se demora a chegar à Lua é bem inferior ao tempo de espera de uma consulta. É pena não haver médicos por lá porque ficava bem mais em conta para os portugueses. Temos momentos determinados para entregarmos a declaração de IRS, temos momentos definidos para levarmos o automóvel à inspecção e temos momentos disponíveis para podermos ficar doentes. A isto chama-se organização competente ou "simplex medicinal".

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Se existe, está em Portugal...

Sincronismo. Mas o que é isso do sincronismo? Cientistas por todo o mundo têm tentado desvalorizar determinados acontecimentos que se verificaram neste planeta, dizendo que certas coincidências muito coincidentes não passam de, imagine-se, puras coincidências. Mas não é verdade. As puras coincidências escondem uma forte teoria, cimentada em observações rigorosas e isentas, como as do Banco de Portugal: a teoria do sincronismo. O exemplo clássico do sincronismo é o vôo de um bando de aves. Voam todas juntas, mudam de direcção em simultâneo e com um rigor extremo. Outro exemplo muito divulgado por esse mundo fora é o chamado efeito McClintock: um grupo de mulheres que trabalha no mesmo local durante um certo período de tempo tende a sincronizar o seu período menstrual. Nos homens também se passa algo parecido: depois de algum tempo a trabalharem juntos, os homens tendem a sincronizar os dias em que vão a boates e chegam bêbados a casa. É o efeito McPiela. Porém, e mesmo sendo confrontados com estes exemplos rigorosos e comprovados, alguns cientistas teimavam em desvalorizar o sincronismo. Mas esses mesmos cientistas não estavam preparados para o mais recente exemplo de sincronismo verificado em Portugal, e que tornará os mais cépticos nos mais crentes. Vamos aos factos: em Portugal, temos várias empresas de combustíveis e que são independentes entre si. Acontece que, de tempos em tempos, uma empresa decide aumentar o preço dos seus combustíveis em dois cêntimos no dia seguinte, por exemplo. Ora, qual não é o espanto dos gestores da empresa quando se deparam com um igual aumento do preço nas outras empresas e, coincidência das coincidências, também no mesmo dia. Como em Portugal temos uma total liberalização dos preços dos combustíveis, o normal seria que as empresas baixassem um pouco os preços para tirarem clientes umas às outras. Deveria uma empresa tomar a iniciativa de baixar o preço, o que levaria a que as outras empresas, quando reparassem que estavam a perder clientes, também baixassem os seus. A liberalização deveria consistir na descida dos preços de uma empresa, levando as outras a seguirem o seu exemplo posteriormente. Em Portugal, pelo contrário, consiste na subida dos preços e, mais engraçado, em simultâneo e em sintonia entre todas as empresas. A autoridade da concorrência não descortinou quaisquer características de mercantilização dos preços dos combustíveis. As evidências afinal não são assim tão evidentes. E se não há mercantilização, aquilo que se passa em Portugal é o mais puro exemplo de sincronismo comportamental. Pessoas diferentes, em locais diferentes e de empresas diferentes, são iluminadas pelo mesmo pensamento, no mesmo dia, à mesma hora. Daria um bom argumento para uma série televisiva. O título seria "CashForward", uma série sobre um grupo de terroristas que, durante dois minutos e dezassete segundos, provoca um desmaio global no país com a subida dos preços dos combustíveis, prometendo mais para o futuro.