terça-feira, 20 de julho de 2010

O ponto G...(de Garabulha)...

Balbúrdia na paróquia! O padre de Fafe foi mandado rodar para outra paróquia e a população exaltou-se. Por seu lado, o padre de S. Torcato foi colocado em Fafe e os crentes injuriam o Arcebispo. Estas histórias de padres a trocarem de paróquias deixam-me extremamente confuso e chega-se a um ponto em que já não sei se ainda estão a falar de religião ou se já descambou tudo para o futebol. Os temas são parecidos e chegam mesmo a ser semelhantes. Não se via tanta confusão com uma transferência desde que o Moutinho trocou o Sporting pelo Porto. Acho muito bem que os paroquianos de Fafe exijam explicações ao Arcebispo por esta troca inesperada. Se bem que o Arcebispo poderá sempre dizer que o padre Peixoto Lopes era uma maçã podre. Ou uma ovelha tresmalhada. A revolta é tanta que mesmo quem não é crente e não frequenta a igreja se sente vilipendiado pelo raio do Arcebispo. Digamos que o Arcebispo não foi nada feliz ao basear a sua decisão da troca dos párocos na política de rotatividade dos padres. Não sei se será boa ideia andarem os padres a trocarem frequentemente de paróquia e, consequentemente, de mulheres. É que os padres vão-se, mas as mulheres paroquianas imbuídas de espírito afável e companheiro para com homens de sotaina mantêm-se na paróquia. E isto de andarem sempre a trocar de companhias não é nada saudável, não esqueçamos a proibição do uso do preservativo por parte dos crentes. Tanta rotatividade pode transformar o mais "panão" dos padrecos num novo "Zezé Camarinha". Em tempos de grave crise económica e social, nada como ter um bispo que ainda nos vem "roubar" o padre. E é por isso que entendo a fúria da população das duas paróquias, sobretudo da de S. Torcato. Os paroquianos desta bela terra chegam a afirmar que "no domingo ninguém vai à missa e vão acabar as esmolas!". Meus amigos, isto é puro terrorismo religioso! Os elementos da ETA, quando comparados com os paroquianos de S. Torcato, são uns verdadeiros meninos. Os crentes de S. Torcato retaliam a intransigência do Arcebispo com buzinas e, imagine-se, com vuvuzelas! Uma bomba num automóvel é um miminho face aos estragos que pode provocar uma vuvuzela. "O padre é nosso!", gritam exaltadas as paroquianas de S. Torcato. E com razão. O sonho de todas as mulheres é ter um homem que não precisa de trabalhar muito para ter um bom salário, que movimente muito dinheiro e que não pague impostos. E que, acima de tudo, seja o alvo de cobiça de todas as mulheres da terra. E esse homem, a existir, só pode ser padre. Ficamos à espera da divulgação dos valores desta troca de papa-meninos... Ups, queria dizer padres! Para quando a comunicação deste negócio à CMVS (Comissão de Mercado de Valores Sagrados)?

sábado, 17 de julho de 2010

O preço da fama...

E, de repente, dois portugueses dão que falar por esse mundo fora. Se no Mundial nos levaram a taça e nos deixaram numa profunda depressão por vermos os vizinhos a festejar, já o título de melhor adepto ninguém nos tira. Dino Supremo, o super homem de bigode, é o super adepto do Campeonato do Mundo. E, para mim, este sempre foi o principal objectivo do Mundial. Não há nada mais importante que termos o melhor adepto do Mundo. Aquela "tacita" em ouro e que pesa meia dúzia de quilos qualquer um consegue. Mas o título de melhor adepto não é para todos. Isto deveria levar os jogadores a reflectirem um pouco, porque não é qualquer selecção que tem adeptos com tanta categoria. Mas bem sei que juntar a palavra "jogadores" ao verbo "reflectir" na mesma frase, só pode resultar numa reflexão utópica. Os outros ganham em campo mas nós vencemos na bancada. E toda a gente sabe que é melhor ser rei na bancada que rei no campo pois é na bancada que estão as moçoilas ávidas de confraternização e deboche. No relvado é só homens. Dizem que a Selecção não tinha grande criatividade no ataque e, no entanto, na bancada não há povo tão original quanto o nosso. Aqueles jogadores não mereciam estes adeptos. Por outro lado, Sérgio Paulinho venceu uma etapa da Volta a França e fez história. Não é todos os dias que um português ganha uma etapa na principal competição de ciclismo. Mais uma vez um português fazia capas de jornais desportivos internacionais e, mais uma vez, por algo que não aconteceu dentro de um relvado. Se, à primeira vista, os feitos de Dino Supremos e Sérgio Paulinho nada tem a ver um com o outro, após uma reflexão mais atenta e cuidada lá acabamos por distinguir pontos comuns entre as histórias. Mas pontos que não vangloriam o povo português. Com estes feitos, fica-se com a ideia de que, para um português conseguir ser alguém e chamar a atenção, tem de andar numa bancada com umas cuecas vermelhas por cima da roupa ou então em cima de uma bicicleta com um sensual e lindíssimo fato de lycra, bem ajustado ao corpo. As imagens não são propriamente agradáveis, é certo. Mas se não for assim, somos votados ao esquecimento. A fama tem o seu preço e é demasiado elevado. Se queremos ser famosos temos de fazer figura de parvo.


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eyes wide shut...

Já toda a gente deve ter passado pela feliz e parva experiência de adormecer num local público. E quem disser o contrário, das duas uma: ou não sai de casa ou então, simplesmente, está a mentir. Adormecer na praia é banalíssimo; dormitar no cinema também não é nada de anormal. Outro dos sítios onde também se dorme muito bem é nas salas de aula. Estudante de Direito que nunca tenha adormecido numa aula nunca há-de ser um bom jurista. A essência do jurista culto de que tanto nos falaram assenta também na ideia de um jurista descansado, que medita de olhos fechados, abstraindo-se de tudo o que o rodeia. O problema de se adormecer num local público é que fazemos uma figura ainda mais parva ao acordar. É comum vermos pessoas a erguerem a cabeça quando estão deitadas na praia, com a baba a escorrer para a toalha e com aquela expressão facial inconfundível de quem não sabe onde está. E isto é muito grave. Uma pessoa acordar e não ter a perfeita noção das horas nem do local onde se encontra deve ser das piores imperfeições com que o Criador nos brindou. Fica-se sem a noção da realidade envolvente e, se por vezes dizemos algo que não queremos quando estamos a dormir, a verdade é que quando estamos a acordar também dizemos coisas ridiculamente cómicas. Só isto poderá explicar algumas das propostas que os nossos deputados levam a votação na Assembleia da República. Um deputado que acorde repentinamente e diga uma asneira corre o sério risco de ver a sua asneira aprovada por unanimidade no Parlamento já que os outros deputados, ao serem bruscamente acordados para a votação, não conseguem ter o discernimento necessário para saberem o que estão a aprovar. E se a votação for da parte da tarde, ainda será pior. O ser humano deveria ter a opção "Hibernar", tal como os PC's, para que, mal acordassemos, o nosso cérebro já estivesse a funcionar a 100%. Mas não temos e é uma pena.