terça-feira, 31 de maio de 2011

A justeza...

A esposa do ministro da Justiça Alberto Martins recebeu um pagamento pelas suas funções como Procuradora da República no valor de 72 mil euros. Mas depois de alguém ter dado com a língua nos dentes, o senhor ministro decidiu revogar o despacho que autorizava o referido pagamento. Estamos a falar de apenas 72 mil euros. Qualquer coisa como 149 salários mínimos nacionais. Uma quantia pequeníssima, portanto. A minha dúvida é esta: poderá Maria da Conceição Fernandes (a esposa do ministro) apresentar queixa na Procuradoria Geral da República por violência doméstica? Há coisas que doem muito mais que um estalo e que magoam bem mais que um insulto. Tirar 72 mil euros à esposa deve tê-la deixado com muito mais perturbações psicológicas do que as que teria com uma simples tareia. Tenho a certeza de que se perguntassem à dona Maria da Conceição Fernandes se preferia levar um estalo ou deixar de receber 72 mil euros, a resposta recairia certamente na primeira opção. O que é natural. Um estalo recebe-se a qualquer hora. 72 mil euros é só uma vez na vida. E com esse montante já poderia contratar um guarda-costas para colocar o marido na linha. E como diz o nosso querido bastonário da OA, isto é puro "terrorismo de estado". Ao estado de casado, neste caso. Preocupamo-nos demais com insultos entre marido e mulher, condenamos as agressões físicas entre ambos, mas deixamos passar completamente impune este desfalque de uns míseros trocos. E por aqui também se vai vendo que a carreira política de Alberto Martins está prestes a terminar. Quando já nem a esposa do ministro consegue utilizar essa "cunha" em benefício próprio, é sinal de que os dias do fim estão próximos. Aquilo que o ministro da Justiça fez foi um grave atentado aos bons costumes e às tradições seculares de governantes pouco sérios. Se queria ser sério, que optasse por outra carreira. Estragar a reputação que outros demoraram anos a conseguir é que não pode ser.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Deixem vir a mim as empregadas...

Está criado mais um mito urbano. Agora, sempre que nos quisermos hospedar num hotel, deveremos perguntar primeiro se algum director do FMI lá estará instalado. Não é fácil isso acontecer, dado que, normalmente, só ficam hospedados em hóteis em que se pagam mais de 2.500€ por noite. Mas mesmo assim, todo o cuidado é pouco. Se vos oferecerem estadias em pousadas e hotéis, desconfiem. Neste país, nunca se dá nada a ninguém que não trabalhe directamente para o Governo. Corremos o sério risco de entrarmos muito descansados naquilo que nos parece apenas mais um tranquilo quarto de um hotel e aparecer-nos um sujeito a sair todo nu da casa de banho.Tipo bicho papão. Verifiquem sempre se a casa de banho está limpa, se as janelas estão fechadas e se accionaram o autoclismo. Não vá aparecer um Strauss-Kahn. E apaguem as luzes porque diz-se que este tipo de predador só ataca com a luz acesa. Várias vezes me perguntei o porquê de certos hotéis cobrarem 2.500€ por noite e o porquê de algumas pessoas aceitarem tais preços. Sempre pensei que fosse um abuso praticar tais preços. Mas afinal acho que até fica barato. Por 2.500€ pode-se violar quem aparecer no quarto. Ora, nos tempos que correm, não fica muito mais barato violar alguém cá fora. E com o inconveniente de ainda ter de se andar a procurar uma vítima. Mas nesses hotéis são as vítimas que vão ao encontro do violador. O que se paga a mais nos luxos, poupa-se em corridas e perseguições. O que para um homem de 62 anos faz todo o sentido. Esta malta do FMI perdeu mesmo a noção da realidade. Eles chegaram cá e abusaram de tudo e todos os que foram ao seu encontro. E ficaram a pensar que poderiam fazer o mesmo em países civilizados. Agora entendo o porquê do Bloco de Esquerda e do PCP se terem recusado a encontrar-se com a Troika. Será que o Sócrates, Passos Coelho e o Portas também vão apresentar queixa por sexo oral forçado?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

É esta a luta?...

A crise também começa a afectar o cérebro dos portugueses, infelizmente. O nível do rating das capacidades intelectuais dos portugueses deve andar a bater recordes pela negativa por esse mundo fora. Já não bastava termos de andar a mendigar e estarmos em risco de eleger novamente quem nos deixou de tanga; passamos para a fase dos vídeos a tentar mostrar a nossa grandeza e que só servem para mostrar como temos sido incompetentes nas últimas décadas (se eu fosse finlandês, haveria de ficar bastante receoso de emprestar dinheiro a uns fulanos que já foram donos do mundo e agora estão na miséria); e acabamos na fase de deixar uns bonecos irem representar o país a um concurso que dizem ser prestigiado. O que se devem andar a rir os europeus depois de terem visto os representantes portugueses no Festival da Eurovisão da Canção… faço uma pequena ideia. E a imagem dos Homens da Luta acaba por ser também a imagem que deixamos enquanto povo: somos uns pobres coitados, sem capacidade para fazer mais e melhor, que andamos por aí a fazer cenas ridículas só para nos darem atenção e uns troços, quiçá. E quanto ao trabalho, nadinha. É bem melhor andar por aí a tocar viola e com um megafone a dizer sempre a mesma coisa. Fazem-me lembrar aqueles putos que precisam de atenção e andam sempre a berrar:”sou um palhaço! Olhem para mim!” e que depois se atiram propositadamente abaixo da bicicleta só para se sentirem engraçados. E isto começa a ser generalizado, infelizmente. E podem dizer-me que eles ganharam o concurso em Portugal, as pessoas votaram neles… é certo. Mas a concorrência também não era grande coisa, atendendo à quantidade de cantores pimba que lá andavam. E até esse resultado é o reflexo do país: eles ganharam porque em Portugal também o Pinócrates ganha eleições. É uma paródia. O Tiririca havia de chegar facilmente a Presidente da República neste país. Além do dinheiro, era bom que os nossos governantes também se lembrassem de pedir um grande empréstimo de bom senso e um pouco de sensatez. São estes os nossos homens da luta? Não há-de faltar muito para que os espanhóis entrem por aí.