E aos 22 dias do mês de Novembro do ano do Senhor com número 2011, eis que do Parlamento da Madeira surge mais uma das boas e praticáveis medidas de austeridade. Propõe a bancada do PSD que em determinadas matérias possa um deputado votar por toda a sua bancada. Espetacular. Naqueles dias de votações chatas, a horas indecentes (tipo 10 da manhã), bastará que um elemento dos 25 que compõem a bancada laranja acorde mais cedo um bocadito para votar por toda a gente. Eis a Madeira na vanguarda do bem-estar dos deputados eleitos para coisas tão parvas como levantarem-se cedo só para aprovarem algo. Mas esta ideia de 1 poder votar por 25 também se poderia aplicar na Assembleia da República. Bastaria comparecer um dos elementos de cada bancada ao Parlamento, o que traria imensos benefícios: bastava pagar a apenas um deputado por bancada e poupavam-se uns milhões em salários; reduziam-se o número de debates e as leis seriam aprovadas ou vetadas mais rapidamente; pouparíamos também muito dinheiro com as refeições dos deputados pois seria necessário alimentar apenas meia dúzia de esfomeados; e poder-se-ia trocar o Parlamento pela sala de arrumos, muito mais pequena e com menos gastos energéticos. Eis a Madeira na vanguarda da Economia e do Desenvolvimento Sustentável. Claro que nem tudo é perfeito. Isto porque os deputados da Assembleia da Madeira dispensam o seu direito de voto mas não abdicam do seu direito a um salário. Mas abdicar de um dos direitos já é alguma coisa. É uma imagem de sacrifício e de solidariedade com a nação que transparece para a opinião pública. Quando os responsáveis da Troika cá voltarem, irão ver os enormes sacrifícios do Parlamento da Madeira que até dispensa o seu direito ao voto e cujo governo regional só gastará 3 milhões de euros em obras públicas (vulgo fogo-de-artifício e iluminação de natal). Eis a Madeira na vanguarda das piadas sobre o continente e a crise.
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