sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Cinco chagas e três cruzes...

Dizem que a História não se repete. Uma treta. A única coisa que não se repete neste mundo é uma frase dita por um doente de Alzheimer, pois logo que a diz ele esquece-se dela e as probabilidades de a repetir são praticamente nulas. Dois mil anos depois, Jesus voltou ao local do crime e a história repetiu-se. Não aprendeu à primeira. Há duas semanas atrás, Jesus já se tinha perdido cinco vezes no templo do Papa Pinto da Costa mas não aprendeu nada com tal lição. No Dragão, o Messias teve uma pré-crucificação. Conseguiu arrancar os pregos mas já não foi a tempo de evitar cinco chagas no corpo, mais uma vez. Mas as semelhanças entre o Salvador e o que necessita ser Salvo não se ficam por aqui. Em Israel, viu-se um Jesus completamente resignado à sua sorte, tal e qual há dois mil anos atrás. Jesus conseguiu curar um enfermo que custou oito milhões de euros mas os seus apóstolos estão cada vez menos crentes. O apóstolo David Luiz já só pensa em lançar as suas redes noutros mares. Javi Garcia anda cansado e não há-de faltar muito para que São Pablo Aimar negue Jesus três vezes. Só falta mesmo um jogador do Benfica marcar um golo e ir ao banco dar um beijo na face a Jesus. Aí sim, Jesus estaria mais do que condenado. Como se não bastasse já tanta trapalhada, Jesus e os apóstolos acabam a tomar a última ceia no fim do jogo...no Mc Donald's. O que até é bom para Jesus já que lá dificilmente se juntarão treze pessoas numa mesa. O Pilatos Rui Costa já não fala, já não vem a público defender o treinador. Ou seja, Rui Costa "lava as suas mãos" em relação ao futuro de Jesus. Claro que a culpa não é apenas de Jesus. Todos os apóstolos têm culpa. Mas já se sabe que é mais fácil arranjar uma cruz do que ter de arranjar umas vinte e cinco. No fim do jogo com o Hapoel, Jesus iniciou irremediavelmente a sua via sacra. E até teve sorte. Na chegada a Lisboa, a primeira das estações, Jesus até se livrou dos maltratos. Mas as chicotadas são inevitáveis. A diferença entre as chicotadas de há dois mil anos e as do presente,é que as actuais são psicológicas. E tem ainda mais sorte de não lhe terem colocado já uma coroa de espinhos. Contudo, a crucificação do actual Jesus não se fará a troco de apenas trinta e três dinheiros. Custará bem mais do que isso ao Benfica. Fechou-se um ciclo. O Benfica já mudou de treinador em Agosto. Este não é o treinador que foi campeão. Não fala, não berra. Estranho. Deve andar com medo de perder a voz com tanta rouquidão que apresentava a época passada. Três com o Hapoel e cinco com o Porto em poucos dias... Já outros foram despedidos por muito menos.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mofo ou bafio...

Hoje é dia de greve geral. E também é dia de manifestação geral de trabalhadores. A conjugação destes dois factos quase que paralisou o país. A sorte do Governo é que o país já se encontrava completamente paralisado. O Governo fala numa adesão de 20,1% na função pública e uma adesão muito reduzida no privado. Mas estes são os valores da adesão à greve geral. O Governo esqueceu-se de referir também qual a percentagem de adesão à manifestação geral de trabalhadores, curiosamente de igual modo marcada para o dia de hoje. E começo a achar que marcar uma greve e uma manifestação geral para o mesmo dia não pode ser obra do acaso ou da mais pura coincidência. Há algo de maquiavélico por detrás de tudo isto. Os sindicatos são terríveis. Além de confundirem o Governo com uma greve e manifestação geral no mesmo dia, acabam por confundir também os próprios trabalhadores. Muitas pessoas devem ter ficado na dúvida sobre se participariam numa ou noutra. Há relatos de pessoas que sairam de casa a caminho da greve e acabaram com bandeiras e altifalantes bem na frente da manifestação. O povo português é mesmo assim. Até as greves têm de ser complicadas. 20,1% em greve geral. Outros tantos devem ter estado na manifestação geral, segundo os dados do Governo. Ou seja, os restantes 45% da função pública devem ter ficado em casa com baixa médica. Quase metade dos trabalhadores do Estado contrairam uma doença misteriosa que os fez ficar em casa no mesmo dia. Basta uns dias de frio e acontece logo isto. Numa altura em que tanto se fala da pouca produtividade da função pública nacional, nada melhor que apresentarem ao país e ao mundo uma bela greve geral acompanhada de uma manifestação também geral e mal passada. Tudo bem que joga o Benfica para a Liga dos Campeões e o jogo é muito importante. Mas o jogo é ao final do dia! Não precisam de desculpas para faltar ao trabalho só para ver o jogo. Sempre desconfiei que a cor vermelha sempre presente nas manifestações não tivesse que ver directamente com o Comunismo. Há comboios apedrejados, pessoas atropeladas... Será isto uma greve ou uma manifestação? Nem uma nem outra. É uma espécie de feriado.

domingo, 21 de novembro de 2010

Virilidades verbais...

Queixam-se os portugueses da lentidão da Justiça. Bom, através da divulgação de certas sentenças que os jornais nos vão dando a conhecer, eu fico é com a ideia de que temos tantos processos parvos em tribunal que a Justiça em Portugal pode até ser bem mais rápida do que aquilo que se pensa. Estanto os juízes ocupados com determinadas acções completamente inúteis, é óbvio que os restantes processos acabarão por se acumular. Vejamos o caso do cabo da GNR que, após ter visto recusado o seu pedido de troca de turno por parte do seu comandante, resolveu dizer-lhe frontalmente: "Não dá para trocar, então pró caralho!". Uma coisa muito simples, portanto. E andavam os juízes da Relação a debater se esta palavra "caralho" originaria um crime de insubordinação. Com tantos processos sérios neste país e andam aqueles caralhos a perder tempo com a palavra "caralho". Em primeiro lugar, este processo só poderia ter mesmo lugar na Relação de Lisboa, já que toda a gente sabe que "caralho" no Porto é vírgula. Em segundo lugar, ficamos a saber que a Polícia Judiciária Militar não tem nada mais interessante com que se preocupar do que com um cabo que diz "caralho" numa espécie de discussão com o seu superior. Andam os portugueses a pagar horas de trabalho aos inspectores que estão preocupados com tal palavra. Se fosse a Santa Sé a nomear um diácono detective até se perceberia. É feio dizer pecados, é o que aprendemos em criança. Castigar quem proferir tal palavra com umas Avé Marias faria algum sentido. Mas daí a abrirem um processo contra quem a profere ainda vai uma grande distância. O juíz relator realçou que dizer para alguém "vai pró caralho" é bem diferente de dizer "ai o caralho" ou simplesmente "caralho". "Caralho" será ou não um insulto? Aqui está uma questão do caralho. Segundo o tribunal, trata-se de mera virilidade verbal. Por isso, quando estiver num tribunal e achar que o processo está a demorar demasiado tempo, qualquer português poderá levantar-se e peguntar ao caralho do juíz: "Porque caralho é que isto está a demorar tanto?" E ele apenas nos poderá acusar de sermos verbalmente viris. Os juízes deram-se ainda ao trabalho de procurar a origem da palavra "caralho" para fundamentarem a sua decisão. E ficamos a saber que "caralho" terá a sua origem no latim "caraculu". Ou seja, isto é tudo muito ordinário mas a culpa é dos romanos, esses caralhos que se diziam tão cultos. Há coisas do caralho. E este post é escrito sem censura pois esta palavra aqui repetida por diversas vezes não serve para insultar ninguém mas para mostrar a minha insatisfação ou o meu espanto, tal como referem os juízes. E estou espantado p'ra caralho com esta história toda. Uns caralhos duns juízes sem caralho algum para fazer, decidem deliberar quando é que podemos dizer ou não "caralho", perdendo tempo p'ra caralho e ganhando uns salários do caralho. Que caralho.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Olhos em bico...

O texto seguinte irá ser escrito com base no novo acordo ortográfico estabelecido entre o Primeiro-Ministro de Portugal e o Presidente da República Popular da China (que de república não tem nada e de popular tem muito pouco).
"Já se sabia que em momentos de apelto as pessoas tendem a tolnal-se completamente maquiavélicas, não olhando a meios pala atingilem detelminados fins a que se plopuselam. Daí que o númelo de climes aumente na plopolção dilecta do aglavamento de clises sócio-economicas. Só este desespelo pode justifical a plesença consecutiva de climinosos em Poltugal. Plimeilo, apalecelam uns alegados memblos da ETA. Depois, lecebido de blaços abeltos e com plomessas de amizade etelna, chegou Hugo Chávez. Agola, pala completal o quadlo, hospedamos no nosso país Hu Jintao. O Plesidente da Lepública Populal da China quel ajudal Poltugal a salval-se desta enolme clise económica. Não é talefa fácil mas se há povo que o conseguilá selá, sem sombla de dúvida, o povo chinês. Os jolnalistas poltugueses bem tentalam ajudal o Plimeilo-Ministlo e lançalam o boato de que Hu Jintao estalia disponível pala complal a dívida extelna poltuguesa. Obviamente que Hu Jintao não é tão ingénuo quanto Hugo Chávez e saiu de Poltugal sem se complometel com nada. Falou pouco e do pouco que disse ainda menos se aploveitava. Contudo, os plesidentes dos maioles bancos nacionais bem como os plesidentes da EDP e da PT lá conseguilam uns acoldos pala lecebelem "dinheilo amalelo". Em contlapaltida só temos de vendel o país. Muita gente leclama de que nos estamos a "plostituil" a uma nação que não sabe o que são os Dileitos Humanos. Tenho pala mim que os Dileitos Humanos na China estão na mesma situação que o Dileito do Ambiente está em Poltugal. É algo de que se fala em suldina, que se diz que existe e que selvilá pala salval o Mundo, mas os intelesses económicos soblepõem-se semple a tais matélias. Selá que intelessa mesmo à maiol palte dos poltugueses sabel que o dinheilo que nos ajudalá plovem de uma ditadula? A mim, pelo menos, não intelessa. Nós temos é de sail do bulaco. E quando estivelmos a salvo então sim, podelemos voltal a almal-nos em glandes defensoles dos Dileitos Humanos e refelil novamente que fomos dos plimeilos países a abolil a pena de molte e a esclavatula. Mas até esse momento chegal temos de lecebel ainda mais chineses e comel muito alloz. Os que não gostam que aplendam a gostal. E deplessa. Glande palte das acções da EDP e da PT selão compladas pol investidoles chineses. Tudo bem. Neste momento, já todos os poltugueses ficam de olhos em bico quando lecebem as factulas da electlicidade e do telefone. Já não se notalá difelença. E o Jelónimo de Sousa sentilá na pele os efeitos leias do Comunismo e velá que afinal não é assim um legime tão bom. Já tinhamos vendido Macau à China. Agola, é só vendel mais um bocado do tellitólio."

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Vivem para servir...

Limpar o pó ou fazer a cama são tarefas que apesar de parecerem simples acarretam uma enorme carga de trabalhos. O acto de fazer a cama parece até um castigo dos deuses, semelhante ao de Sísifo. O pobre Sísifo estava condenado a transportar um rochedo às costas até ao cimo da colina e, quando lá chegava, deixava escorregar o rochedo que voltava para o ínicio da viagem. E lá voltava a carregá-lo e a deixá-lo escorregar. Isto assim sucessivamente, "ad eternum". Ora, nós podemos considerar-nos bem mais inteligentes que Sísifo mas a verdade é que acordamos, fazemos a cama e ao fim do dia voltamos a desfazer a cama. E no dia seguinte repete-se o processo. Quando Adão e Eva provaram o fruto proibido e foram punidos por Deus, penalizaram a Humanidade com o pior dos castigos que o "Barbinhas" alguma vez se poderia ter lembrado: fazer a cama diariamente. Deus, além de vingativo, é extremamente cruél nos castigos que aplica. Daí que a expressão "fazer a cama" a alguém só possa significar prejuízo para outrem. E foi a pensar em árduas tarefas como fazer a cama que um grupo de estudantes universitárias da República Checa resolveu criar uma empresa chamada Crazy Cleaners. Para além de um nome extremamente sugestivo, esta empresa caracteriza-se por facultar serviços de limpeza muito agradáveis com funcionárias despidas. Por 150€/hora, qualquer pessoa pode ter em casa uma jovem universitária fazendo limpezas em tudo o que seja preciso... E podemos escolher três modalidades: lingerie, topless ou nu frontal. Fantástico. O serviço de limpezas pode até nem ser muito eficiente mas tornará sempre as limpezas em algo muito menos penoso. Muito homem deixará de tomar banho para beneficiar dos serviços dessas "moças". Eu próprio já não tomo banho à uns dias. Parafraseando Katka Kopecka, "ninguém gosta de limpar e toda a gente gosta de apreciar um belo corpo". Esta mulher lê os pensamentos. E à distância. Mas como em tudo na vida, também esta empresa tem os seus perigos. Ou se especifica muito claramente no pedido de limpeza de que se pretende uma funcionária ou corre-se o sério risco de se receber em casa um loiro de dois metros em fio dental. A imagem não será propriamente muito agradável. Numa época de crise, para quando uma filial em Portugal?