No Chile, nessa nação já tão habituada a desgraças (mais ainda que Portugal), resolveram inovar nos meios de ajuda e também nos de socorro. O ministro da defesa chileno anunciou que o governo contratou os serviços de uma vidente para encontrar os cadáveres de um acidente de aviação no oceano Pacífico. Segundo o ministro, essa vidente elaborou um mapa com a visão que teve do acidente e que ele acredita ser o melhor plano para o momento. Contratar videntes para achar corpos… Faz sentido, já que os cães pisteiros se recusam a trabalhar dentro de água. E é preciso dar valor a essa gente que tem visões com corpos acidentados. Sonhar com vivos é muito fácil. Agora, é uma questão de se ver se o raio da vidente sempre adivinhou onde andam os corpos para adoptar essa medida em Portugal. Se a moda pega, por cada vidente contratada poderemos dispensar dez agentes da Polícia Judiciária. Menos despesa para o Estado. Imaginem o Passos Coelho a dar uma conferência de imprensa onde revela que o professor Bambo foi contratado para encontrar petróleo na costa… Sucesso tremendo. Escusavam de gastar tanto dinheiro em investigações e já não chateavam os pescadores. Bastava arranjar um bote de borracha, dois remos e solta-lo no mar. E porque não contratar o professor Karamba para encontrar as contas secretas no estrangeiro dos nossos governantes dos últimos anos? Isso sim,seria uma tarefa hercúlea. Contratar pessoas ligadas a ciências ocultas para descobrir negócios ocultos. Acho que faria sentido. Pelo menos, se não desse certo, sempre tinhamos a certeza de que contratamos um vigarista, desde o início, e não ficavamos com a sensação de que fomos enganados. E este tipo de vigaristas vai preso, ao contrário dos políticos. O mundo precisa novamente de fantasia. E contratar videntes resolve esse problema. Vamos tirar a Maya das discotecas e colocá-la num gabinete na Assembleia da República para ela encontrar nas cartas e nos astros a solução para o país. É que a solução só poderá estar mesmo nos astros, já que neste planeta não há solução.
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