terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nihil urgent...

Pensem bem antes de sair de casa para ir às compras. Só o simples facto de atravessarmos a porta de casa em direcção à rua consubstancia uma perigosa aventura rumo ao desconhecido. Uma pessoa nunca sabe o que pode acontecer fora de portas. Que o diga uma escocesa de nome Kay Ure. A infeliz saiu de casa para comprar um perú e só voltou um mês depois. E demorou um mês devido às fortes tempestades que a impediram de regressar a casa, segundo ela. Não sei onde é que esta escocesa foi comprar o perú. Provavelmente, e dado o tempo que demorou a regressar a casa, ela deve ter procurado o perú no país com o mesmo nome. E deve ter ido a nado. Não sei é se o marido vai acreditar nesta desculpa... Tanto tempo sem ir a casa... Vamos lá ver se a escocesa não matou o perú com umas "facadinhas" no matrimónio. Se bem que, com tanto tempo fora de casa, não se possa falar propriamente em "facadinha"; um mês fora de casa deu para um brutal "esfaqueamento" no casamento. As mulheres estão cada vez menos sérias. Se ela morasse em Portugal e a desculpa para demorar um mês a voltar a casa tivesse sido a espera por uma consulta num posto médico, até acreditava. Mas demorar por ter ido comprar um perú já é uma desculpa muito batida. Já ninguém acredita em tal coisa. Posto isto, das duas uma: ou a escocesa se perdeu nos saldos (o que é perfeitamente natural nelas); ou então o whisky escocês é mesmo o melhor do mundo. Dá uma bebedeira de um mês. Aquilo bate mesmo.
P.S.: Com esta história dos casamentos homossexuais, quando voltar a ouvir o Emplastro dizer que o Pinto da Costa é o pai dele e o Vítor Baía é a mãe, eu já não me vou rir. Já vou olhar com uma certa desconfiança para ambos. Ai são um casalinho? Cuidado. É que se eles podem ter um filho, todos terão o mesmo direito.

(Lua de mel?)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Munus publicum...

A pergunta do momento é: faz-se ou não referendo ao tema do casamento homossexual? Na minha mui humilde e modestíssima opinião, penso que os deputados fizeram bem em serem eles a decidir sobre esse assunto. Por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não se trata de um assunto que irá interferir com a vida da maior parte da sociedade. Diz respeito a uma minoria e não acho que o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo seja motivo para alguém ficar incomodado. Não é pelo facto de o meu vizinho estar casado com um homem que vou deixar de comer ou sair à rua. Há quem case com portistas e sportinguistas e ninguém se incomoda com isso. Em segundo lugar, e ao contrário do que defendem alguns clérigos portugueses, não creio que esta aprovação no Parlamento seja um atentado à democracia. Apenas se limitaram a aprovar uma lei, como tantas outras. Acho que os benefícios e isenções que tem a Igreja Católica são capazes de ser um atentado bem mais grave à democracia. E nem por isso peço referendos. Em terceiro lugar, esta aprovação no Parlamento é boa pelo simples facto de serem os deputados a decidir. É o trabalho deles! Estamos a pagar-lhes para eles fazerem alguma coisa. Ou vamos nós manter aqueles "míseros" salários que eles recebem para depois sermos nós a decidir a aprovação ou não de temas sensíveis para alguns? Eles que trabalhem! Que mostrem serviço! Como diz o povo, não andamos aqui a manter "pançudos"! Estão lá a representar os portugueses, por isso é obrigação deles tomar decisões. Não estou com disposição de os ajudar. Eles também não fazem o meu trabalho. Quer dizer, até fazem. Porque na maior parte do tempo eles estão a dormir... Bom, e para terminar, para que serviria o referendo? Para ninguém ir votar? Neste país, metade dos eleitores fica em casa nas eleições legislativas e autárquicas. Será que iriam votar num simples referendo? Não me parece. Acho que nem os subscritores da petição para o referendo iriam todos votar. E para termos referendos que não possam ter carácter vinculativo mais vale não fazer nada. Não gastamos dinheiro desnecessariamente e salvamos mais algumas árvores. Preocupações ecológicas...

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Loquuntur vulgo...

A quadra natalícia é, no mínimo, peculiar. Toda a gente fala do Natal da mesma forma que as candidatas a Miss Mundo falam daquilo que farão se ganharem. Só se fala em ajudar os mais necessitados, da alegria e paz no Mundo; fala-se e diz-se muita coisa que se traduz apenas nisso mesmo: algo dito da boca para fora. Sim, porque depois fazemos tudo ao contrário. Esta é uma época para as crianças, essencialmente. E o que fazem os adultos? Enganam as crianças. A essência do Natal assenta numa mentira: o Pai Natal não desce pela chaminé. Isso é ridículo. Ele entra pela porta como toda a gente. Então, porque é que continuamos a dizer à criançada que o balofo vem pela chaminé? Serão fantasias com buracos escuros, apertados e quentinhos? Ou vão agora dizer que um sujeito que visita todas as casas do Mundo apenas numa noite não consegue abrir uma simples porta ou janela? Enganar crianças e oferecer-lhes presentes. Há pessoas que vão presas por causa disso. Parem de mentir. O Pai Natal não merece tal desrespeito. Até porque a coisa que mais trabalho deve dar nesta altura é fazer embrulhos. Passamos minutos a fio a tentar fazer uma obra de arte com o embrulho, atendendo a todos os pormenores e formas físicas da prenda, e depois todo esse trabalho não é reconhecido porque as pessoas rasgam essa nossa obra de arte em apenas dois segundos e atiram a nossa "tela" para o lixo. Aí, sentimo-nos um bocado parvos. Tanto trabalho e dedicação que acaba por servir para muito pouco. Acho que só tem um trabalho pior quem faz os rolos de papel higiénico. Agora, imaginem a angústia do Pai Natal e de toda a sua equipa quando têm de embrulhar todos aqueles presentes e depois é tratado por velho gordo e pachorrento. Não queiram ser Pai Natal. Mas as mentiras às crianças não se ficam por aqui. Que história é aquela de se dizer que é Deus que está a "ralhar" connosco quanto está trovoada? Se é verdade, Deus tem uma voz que não é muito agradável e acho que não seguia em frente no Ídolos. E como costuma chover logo após o trovão, as crianças acabam por ficar a pensar que Deus se baba todo a falar, tal e qual um velhinho no lar. Deus deve ter mais que fazer do que mandar perdigotos cá para baixo. Dizemos que não se deve mentir porque caiem os dentes aos mentirosos. E nós é que estamos a mentir. Cair os dentes aos mentirosos? Só se for com a tareia que levam alguns mentirosos quando se descobrem as verdades. Não mintam. Para mentiras já chegam as campanhas políticas.