sábado, 28 de novembro de 2009

Homo theoreticus...

Uma das coisas mais tristes que pode acontecer é faltar a electricidade. A verdade é que já quase ninguém passa sem esse elemento de comodidade e felicidade. Basta estarmos uns minutos sem electricidade e quase que se gera o pânico na população. E só nesses momentos é que nos damos conta da enorme dependência da electricidade. Sobretudo quando ela falta durante a noite. Quando estamos às escuras, completamente desorientados, a primeira coisa que fazemos é tentar acender a luz. É mais forte que nós. Sabemos perfeitamente que não há electricidade mas mesmo assim parece que a nossa mão ganha vida própria e vai carregar no interruptor. Para nos sentirmos mais parvos ainda. Mas as cenas tristes não se ficam por aí. O mundo parece completamente parado e não sabemos o que havemos de fazer. Surge uma ideia: vamos ver um DVD. Olhamos para a televisão e logo começamos a auto-flagelação de insultos. Já que não dá, vamos para o computador. Outro estalo na cara. Vamos colocar o telemóvel a carregar. Mais um insulto. Não estamos preparados para estar muito tempo sem electricidade. Quando ela falta parecemos umas baratas tontas. Claro que há excepções. Há alturas em que se não houver electricidade até não nos importamos. Mas, regra geral, bastam dez minutos sem conseguirmos ligar a televisão para entrarmos em pré-depressão. Uma coisa que nunca acontece é faltar a electricidade quando precisamos que ela falte. Quantas vezes faltou a luz durante os exames? Nem uma vez. Quantas vezes faltou a electricidade quando estamos a tomar conta de putos terrivelmente melgas e eles nos estão a dar uma tareia na PlayStation? Nem uma. Se não a desligarmos muito discretamente ainda estamos sujeitos a passar maiores vergonhas. Isto tudo resume-se a uma conclusão: já não sabemos viver sem electricidade. Há quem diga que radical é escalar montanhas, fazer Rappel ou Bungee Jumping. Mas o que é mesmo radical é tentar urinar às escuras. Podemos ter alguns pontos de referência mas é sempre uma aventura "mudar a água às azeitonas" quando não vemos o alvo. Podemos arranjar sempre a solução da luz do telemóvel. Mas ela não é eterna e apaga-se de repente... E o pânico que daí advém pode conjurar um desastre natural. Com a aflição de acendermos novamente a luz, é quase certo que haverão danos colaterais.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Grex ovium...

Já se sabia que as crianças inglesas não são propriamente dotadas a nível de raciocínio. Não são. As suas capacidades intelectuais estão geneticamente limitadas. Tantos anos de monarquia não poderiam fazer bem a um povo, sobretudo quando uma mulher está há tantos anos sozinha no trono e o seu sucessor é o Carlitos. A prova do referido "atraso" das crianças inglesas revelou-se quando lhes fizeram a pergunta:"Quem foi Hitler?". E uma das respostas que muitos alunos deram foi:"Hitler foi seleccionador da Selecção alemã de futebol". Esta pergunta demonstra duas graves falhas. Primeiro, fica demonstrado que os professores de História ingleses são piores que os portugueses. E em segundo lugar, ficou também demonstrado que os putos ingleses não percebem nada de futebol. Esta situação nunca ocorreria nas escolas portuguesas porque até a besta mais atrasada neste país tem um conhecimento razoável de futebol e nunca cairia no erro de dizer tal barbaridade. Até porque o manual de leitura mais consultado nas escolas portuguesas é o diário desportivo, quanto mais não seja para ver a miúda que aparece despida na penúltima página. No meu tempo, só apareciam fotos de jogadores no jornal e por isso é que dávamos tanto valor às miúdas que andavam connosco na escola e andavamos sempre atrás delas. Agora não. Até o desportivo traz miúdas despidas e de grande qualidade visual. Por isso é que eles depois olham de lado para as companheiras da escola e torcem o nariz. Com aquela base de comparação elas não têm hipótese. As expectativas ficam demasiado altas. E também é por isso que se fala cada vez mais em casamentos homossexuais. Bom, mas confundir Hitler com o seleccionador da Alemanha só revela que a praga que os portugueses lhes rogaram já está a produzir efeitos. Os portugueses não se esqueceram daquela história do Mapa cor-de-rosa nem do Tratado de Methuen. Mandarem para cá farrapos à troca do nosso valiosíssimo Vinho do Porto? Então fiquem lá com filhos asnos! Se Hitler era o seleccionador então quem era o Himmler? Era o adjunto? E as SS? Eram a claque organizada de apoio... E a Eva Braun seria uma espécie de "Paula", a dos estágios da selecção portuguesa. Mas Hitler utilizava uma táctica que nunca poderia resultar no futebol mundial porque utilizava muitos "extremos direitos"... Uma piada táctica. E porque até a resposta mais parva acaba por ter alguma conexão com a realidade, a ideia de Hitler ser seleccionador da Alemanha até lhe assenta bem. De facto, o que Hitler mais fez na vida foi selecções: ele seleccionava aqueles que eram alemães de "raça pura" daqueles que não o eram; seleccionava aqueles que eram judeus e aqueles que não eram. Tem uma certa lógica. Há seleccionadores, como o Queiroz, que são "queimados" pelas suas escolhas, por aqueles que selecciona. No caso de Hitler era precisamente o contrário. Ele queimava os seleccionados. Imaginem agora o Hitler a fazer aquele anúncio ridículo em vez do Scolari em que este está a convocar o "Manel do talho", o "Quim da padaria" e o "Zé engenheiro" para o Mundial. Claro que no caso do Hitler ele iria convocar o "Manel cigano", o "Quim testemunha de Jeová" e o "Zé judeu".