terça-feira, 12 de junho de 2012

No mundo da fantasia…

Francisco Louçã, esse popular narrador de contos e fábulas para adolescentes e adultos mais radicais, veio a público iniciar mais uma das suas fantásticas estórias. Segundo Louçã, António Borges é o Grilo Falante de Passos Coelho. Sim, desse senhor considerado por muitos o Primeiro Ministro de Portugal. Esta analogia de Louçã além de cómica é ainda, na opinião de alguns sábios, muito acertada. Se tivermos em conta o filme da Disney sobre esse personagem de nome Pinóquio, encontramos efectivamente muitas semelhanças com o panorama político em Portugal. Temos um Grilo Falante, aquele personagem irritante que teima em aparecer em certos momentos da estória para explicar algo, lançar o caos e acelerar o rumo dos acontecimentos. Precisamente o que faz António Borges. Contudo, acusar António Borges de ser o Grilo Falante implica uma imediata analogia entre Passos Coelho e o Pinóquio. E aqui está uma crítica implícita a todos os ex-Primeiros-Ministros que tivemos nos últimos tempos. A Pinóquio crescia o nariz sempre que mentia; sempre que os Primeiros-Ministros nos mentem, cresce a dívida pública. Coincidências? Talvez não. Temos um Gepeto, de nome Ângelo Correia, o seu criador, padrinho, o homem que sonhava em ter um filho com cara de pau. O enredo inicia-se com a entrada em cena da Fada Azul, que dá vida ao “projecto Pinóquio”. Papel que na vida real assenta muito bem em Fernando Ruas, cujo toque mágico “acende as luzes da ribalta”. João Honesto e Gideão, dois personagens que se aproximam interessadamente de Pinóquio com o intuito de o “vender”, poderão muito bem ser representações de Paulo Portas. As duas. Representações de alguém que tem uma atração irresistível pelo poder, sendo capaz de tudo para lá chegar. E, tal como na estória, por momentos consegue os seus intentos. A Miguel Relvas está reservada a personagem de nome Espuleta. O grande amigo de Pinóquio, mal-criado, que ri de todas as formas de autoridade, preferindo actividades menos honestas. Enquadramento quase real.  Cavaco Silva é o Cocheiro, o homem que seduz Pinóquio a partir para a Ilha dos Prazeres, também conhecido por Palácio de S. Bento. E, como todas as estórias que servem para transmitir um ensinamento, também aqui temos um monstro, a face visível do Mal. O Monstro que é a dívida pública, que suga tudo para o seu interior, destruindo quem lhe faz frente. A vida real não é um conto de fadas… mas que às vezes parece, lá isso parece.
CAVACO~1

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