E em pleno período de via sacra económica em Portugal, eis que Bruxelas resolve acrescentar mais uma estação a todo este ritual de sofrimento: querem acabar de vez com os subsídios de férias e de natal. Já se percebeu que tirar rendimentos aos portugueses é como tirar doces a uma criança: além de serem fáceis de enganar, podem chorar baba e ranho até incomodarem os vizinhos mas sabemos que as suas birras nunca obterão o resultado que pretendem. Seria muito mais simpático distribuir o dinheiro desses dois subsídios pelos doze meses do ano, o que já facilitava a vida a quem tem de os pagar. Mas ser simpático na Quaresma é como ser dono de uma loja de salamandras na Arábia Saudita: é algo que não faz grande sentido. É bem mais fácil extinguir os subsídios de vez. E se acham que as coisas não podem piorar, desenganem-se. Segundo algumas fontes anónimas da Comissão Europeia, Bruxelas pretende avançar com a extinção de folares e prendas de aniversário para os portugueses. Irão salvar-se as prendas do dia dos namorados porque a esposa do Durão Barroso as acha "fofinhas". Será escusado esperarmos ansiosamente pelo dia de aniversário na esperança de sermos presenteados com magníficas ofertas ou esperar pelo dia de Páscoa para cumprimentarmos os padrinhos da forma mais simpática que o fazemos durante o ano civil. Em breve, tudo isso passará a ser uma bela recordação do passado. Não faltarão inspectores de Finanças a escrutinar tudo o que é festa de aniversário para apreender alguma eventual manifestação de carinho, afecto e atenção de forma material para com o aniversariante. Daremos início a uma nova era: a era do tráfico de prendas de aniversário. Toda uma economia paralela em ascensão de lembranças e recordações. O passo seguinte da Comissão Europeia será acabar com as "luvas" e comissões em negócios ilícitos. Mas um passo de cada vez. Primeiro, o fundamental.
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