E em plena ressaca pascal e com toda a parafernália de confusões em que o país se vai colocando, eis que o Vaticano resolve meter a sua colherada nas políticas do país. Segundo alguns responsáveis do Estado mais rico do mundo, a retirada dos feriados religiosos em Portugal não é consensual. Os “fartos” chegam até a acrescentar que existem fortes reservas por parte do Vaticano em relação a essa matéria. E isto é algo que nos deveria deixar preocupados a todos. Em primeiro lugar, porque nos andam a tirar feriados. Ainda para mais, feriados religiosos. Se isto continuam assim, ainda corremos o risco de nos tornarmos um estado laico! Deus nos livre! E em segundo lugar, e talvez o facto mais preocupante, parece que o Vaticano se quer meter nas questões do poder de decisão no nosso rectângulo. Não tenhamos dúvidas de uma coisa: se não forem os chineses a comprar este território, será certamente o Vaticano a irromper por aqui dentro e a transformar o nosso cantinho numa verdadeira paróquia. Vá lá, como já somos minimamente desenvolvidos, vou tratar o país por diocese. Mais “in”. Entre a China e o Vaticano que venha o diabo e escolha. Ficaríamos sempre a ser geridos por mentalidades da Idade Média. Porém, o Vaticano tem mais provas dadas no que concerne ao desenvolvimento e sustentabilidade económica. Acabarão por ganhar a corrida às lojas de conveniência chinesas. E aí estaremos mais desgraçados. Além de todos os impostos que já pagamos ao “bicho papão”, ainda voltaremos à velha e saudosa tradição do pagamento da dízima. Aprenderemos as velhas máximas católicas à força. Ai estão fartos de ser violentados com impostos? Então aprenderão a dar a outra face pagando a dízima a quem de direito. E em honra dos mandamentos sagrados, para que sejam memorizados e respeitados pelos portugueses que praticam a “heresia económica”, passaremos a trabalhar obrigatoriamente dez horas por dia: a primeira hora, servirá para aprendermos a amar o trabalho sobre todas as coisas; a segunda hora, para não invocarmos em vão o santo e glorioso nome do patrão; a terceira hora, para que guardemos apenas um dia de descanso semanal; a quarta hora, para nos lembrarmos de honrar o patrão e o Estado; a quinta hora, para não matarmos a vontade de trabalhar com o ócio; a sexta hora, para nos lembrarmos de guardar castidade nas palavras e obras durante o expediente; a sétima hora, para nos mentalizarmos de que não deveremos nunca roubar as Finanças e a Segurança Social; a oitava hora, para não levantarmos falsos testemunhos sobre os colegas de trabalho; a nona hora, para guardarmos castidade nos pensamentos e desejos, sendo humildes nos pedidos ao patrão; e a décima hora, para nos lembrarmos de nunca cobiçar a esposa do patrão. E talvez assim o país saia da crise.
domingo, 22 de abril de 2012
domingo, 15 de abril de 2012
Dissimulações…
Diz a comunidade científica que foi descoberta uma nova espécie de lagarto. Esta nova espécie, apanhada em flagrante actividade na ilha da Madeira, foi denominada com o belo nome científico de “lagartus hipocritus”. Segundo os especialistas da área, este novo tipo de lagarto prima pelas dissimulações. Circula pelo meio ambiente procurando manter uma aparência de superioridade moral e uma reputação intocável no mundo animal. Contudo, até nos lagartos as aparências iludem. Este tipo de bicho, além de ser extremamente controlador com as suas próprias crias (sendo por tal facto conhecido como o Big Brother dos seres rastejantes), tem outra característica muito peculiar: arma ciladas às presas bem no centro do território dos seus predadores, mostrando uma confiança inabalável nas suas capacidades ou apenas uma pura estupidez e inconsciência dos perigos que corre. No entanto, estas armadilhas não servem para o “lagartus hipocritus” se alimentar. O bicho arma ciladas com o único intuito de arrasar a presa, deixando-a a agoniar e a definhar durante muito tempo, não tirando qualquer benefício directo com tal situação. Sadismo ou parvoíce? Os cientistas ainda estão à procura da resposta para esse grande mistério do reino animal. Uma coisa é certa: por muito menos se extinguiram os dinossauros. Esta descoberta da nova espécie de lagartos levará a uma intensiva procura desses bichos por parte dos caçadores furtivos da justiça. A verdade é uma: pese embora toda esta trapalhada do caso que envolve o Sporting e Paulo Pereira Cristóvão, acho que nunca atribuíram uma designação tão adequada a um caso como nesta situação. “Caso Cardinal”. Melhor era impossível. Nada mais perfeito do que designar toda esta confusão por “caso Cardinal” porque, em boa verdade, tudo isto é um circo. Com uma qualidade algo inferior à do verdadeiro Circo Cardinali mas as imitações têm desses problemas: o original é sempre melhor. Paulo Pereira Cristóvão não esteve muito atento nas “formações” dadas pela casa-mãe do Norte sobre como pressionar aquela malta que está no terreno de jogo com o poder de decisão. O dinheiro estava lá mas faltava o essencial a uma alimentação saudável: a “fruta”. Dinheiro já eles ganham bastante a apitar. Agora, uma peça de fruta depois dos jogos é algo que cai sempre bem e toda a gente gosta.