terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

É proibido mas vamos lá fazer…

Criar uma safehouse! Tanta coisa boa que poderia ocupar a menta das Irmãs Oblatas e esta é a única que fica associada à irmandade religiosa. Criar uma casa de apoio e suporte às prostitutas. Dizem que não é apoio à prostituição; serve apenas de apoio a meretrizes mas não me parece muito fácil distinguir onde é que termina o apoio a “mulheres de má vida” e onde começa o incentivo à prostituição. Abrindo-se esse precedente, não faltarão advogados a invocar que os seus clientes, quando acusados da prática de lenocínio, estariam apenas a gerir uma safehouse. E a presença de alguns homens dentro da casa deve-se apenas a um dos maiores defeitos do ser humano: a curiosidade. Toda a gente tem noção de que o Homem é um ser que se interessa pelo meio envolvente, por aquilo que desconhece e que inevitavelmente o seduz. Ora, uma safehouse é algo inovador em Portugal. E, como tal, será absolutamente natural que alguns homens pretendam resolver o mistério desse local que abriga mulheres de reputação já de si muito duvidosa e cujo canto da sereia provoca a mais completa ilusão e fascínio na cabeça masculina. Veremos se aprovam a criação deste tipo de casas. A sua aprovação só realçaria o carácter hipócrita de nós, portugueses. Estaríamos a apoiar algo que por lei proibimos. Algo que no quotidiano entendemos quase como normal, mesmo entre conversas com pessoas de grande responsabilidade social. Sabemos que o problema existe mas teimamos em não legalizar a actividade que poderia contribuir também para o Estado ganhar uns trocos. Mas sendo algo proibido é bem mais apetecível. Aí está uma boa oportunidade de se eliminar algumas incongruências. Mas na Tugalândia adoramos é complicar o que é simples. Está nos nossos genes o “complicómetro” e já desde os Descobrimentos. Enquanto alguns iam à Índia por terra, nós lá tivemos de descobrir um caminho marítimo onde dávamos praticamente meia volta ao mundo. Se é simples, não nos interessa.

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