terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Os valores…

Um estudo elaborado por uma doutorada na área do Direito da Universidade do Minho pretende demonstrar que a crise económica é mais fácil de enfrentar a dois. As pessoas solteiras ou divorciadas sentirão uma maior dificuldade em responder às exigências cada vez mais rigorosas a nível económico. Ora, e tal como parece lógico, dois salários numa casa constituirá sempre uma situação melhor que ter apenas um salário. E não é preciso acabar uma tese de doutoramento para se chegar a essa conclusão. Mas este raciocínio tão simples e aparentemente tão “natural” poderá trazer uma forte inovação ao mundo dos relacionamentos. A pergunta “Queres casar comigo?” vai deixar de fazer sentido. Será sempre mais lógico passar a perguntar “Queres enfrentar a crise/austeridade comigo?”. Deixar-se-á de de pedir a mão em casamento para se passar a pedir uma conta conjunta: “Gostava de aproveitar o momento de pedir uma conta conjunta com a sua filha!”. Lindo. Casamentos e uniões de facto serão encarados apenas do ponto de vista económico. O romance e a paixão passam para segundo ou terceiro plano, conforme a quantidade de dívidas e o recheio da conta bancária. O “Amo-te” está completamente desactualizado quando já podemos dizer de forma carinhosa um “Endivido-te”, uma expressão bem moderna e agradável. O sonho de qualquer rapariga deixou de ser casar um dia na igreja. Actualmente, já só pensam em entrar um dia, vestidas de branco, de braço dado com o fiador, no banco mais próximo, onde as espera o “falido” para fundarem, não um lar, mas uma off-shore. Esqueçam lá as velhas fantasias de juntar os trapinhos. Juntarão, isso sim, uns troquinhos e se os bolsos já não estiverem furados. Tratamentos pirosos e melosos como “bebé, princesa, morzinho!”, serão substituídos por “minha spreadzinha”, minha “eurobond”… Fazer o amor? Nada disso! Fazer poupanças, isso sim é o mais importante. Ter filhos? Démodé. Porreiro, porreiro, é ter investimentos de alto risco financeiro.

crise_casamento

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