sábado, 31 de dezembro de 2011
2012!!!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Geografia…
O nível de estupidez que paira na televisão generalista portuguesa está cada vez mais equiparado ao desnorte económico do país. Quanto mais nos “chafurdamos” em dívidas, mais palermas nos aparecem no ecrã. A crise não atrai apenas os credores; atrai também, e preferencialmente, os pobres de espírito. Dizer que na Casa dos Segredos está representada a juventude portuguesa é insultar milhares de jovens. Se Afonso Henriques tivesse suspeitado que séculos mais tarde alguns portugueses fariam estas figuras tristes na televisão, provavelmente teria deixado o território aos espanhóis em troca de caramelos. E, na verdade, alguns dos concorrentes mais parecem caramelos pois andam sempre a ser chupados… Não tenho nada contra esses momentos de gulodice nem com o facto de gostarem de ser filmados. Mas em frente a câmaras que estão a filmar em directo para todo o país, já é algo um bocadito mais censurável. Algo capaz de orgulhar bons pais de família, ao verem as suas filhas com a boca no trombone em frente a milhões de pessoas. Que as filhas ficam famosas, lá isso ficam. Mas há fama que é preferível não ter. Ficar-se famoso/a por participar num programa cujo único objectivo é ver quem é o/a mais ordinário/a, não me parece bom currículo para um dia se mostrar aos filhos. Mas a evolução do macaco pode fazer mudar também estas questões culturais. O que hoje é censurável, amanhã pode ser um comportamento padrão. Esperemos que não… Há programas engraçados, há programas de cultura geral e há a Casa dos Segredos. Até o nome é completamente desenquadrado da realidade. Porquê Casa dos Segredos se lá fazem tudo à frente das câmaras? E não deixa de ser parvo andar a fazer-se segredo de coisas do género “trabalhei num cabaret” quando não se revela pudor nenhum em “acariciar fruta” em frente a todo o país. Cátia mostrou ao país toda a sua ignorância (só para ser simpático), o que a faz ser conhecida não apenas pelas bombadas que dá, mas também pela pouca apetência pela cultura geral. Se isto não envaidece um pai… A verdade é uma e indesmentível: a miúda pode não ter grande capacidade para encontrar África no mapa mas revelou um enorme talento em encontrar car***** debaixo de lençóis num quarto às escuras. E ainda dizem que ela não percebe nada de Geografia… Se lhe tivessem pedido para indicar no mapa onde fica o continente em que se diz que elas são grandes e escuras, de certeza que ela acertava. Se não fosse na ponta da língua, teria certamente a resposta na ponta dos dedos.
sábado, 24 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Televendas…
Quando se ganha o mau hábito de se ficar acordado até tarde, é completamente normal que o cérebro comece a divagar por coisas parvas. E uma delas será, certamente, ver as televendas. Mas uma coisa é certa: quem nunca perdeu tempo a ver um mínimo de cinco minutos de televendas nunca poderá ser uma pessoa realizada. As televendas são uma espécie de mundo da fantasia para os adultos. Mas fantasias que não são XXX. Ver as televendas é como ler histórias da carochinha: começamos a acreditar que tudo é realmente possível e que no final fica sempre tudo bem. Esfregonas mágicas, panelas que cozinham sozinhas, aparelhos de exercício abdominal que nos transformam em modelos sem precisarmos de deixar comer fast-food, ou spray milagroso de crescimento capilar capaz de tornar o Pedro Abrunhosa no Marco Paulo dos bons e velhos tempos. Há de tudo, mais ainda que na farmácia. E como tudo nesta vida se baseia em hierarquias, no topo da hierarquia comercial estará, indubitavelmente, a esfregona mágica. Com uma coisa dessas na mão, tornamo-nos um verdadeiro Harry Potter. Nunca fui grande adepto desse tipo de utensílios mas a verdade é que ela é capaz de fazer desaparecer qualquer coisa. Uma simples passagem da esfregona é capaz de exterminar qualquer substância indesejada. Assim, de forma muito simples, sem precisarmos de cantarolar qualquer tipo de feitiço. Tenho a certeza de que se a usassem na Assembleia da República, muitas das parvoíces que lá se dizem diariamente deixariam de acontecer. Passem a esfregona sobre o défice e vão ver como ele desaparece. Aconselharia toda a gente a passar a esfregona no corpo e já não precisavam do tradicional banho, dado que a sujidade é atraída pela esfregona. O problema é que, se a sujidade é atraída, então muitas pessoas ficariam coladas eternamente à esfregona. E a coitada não tem culpa de nada. Se este país ainda tem solução, ela encontrar-se-á nas televendas. E se repararmos bem, as televendas são uma espécie de Assembleia da República: um grupo de pessoas bem-vestidas que nos conta histórias da carochinha enquanto nos tenta assaltar os bolsos, utilizando infinitos tempos de antena.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Só te faz bem…
Uma pessoa apercebe-se de que a idade vai avançando quando não se constipa a correr à chuva e ao frio mas é implacavelmente derrubada por um simples ar condicionado que nos deixa de cama uns dias. Ainda para mais numa altura em que a gripe das aves volta a estar na moda. Ainda nos confundem com um peru bêbado engripado e somos abatidos impiedosamente. E é muito triste estar engripado. Dá para pensar bem na qualidade do material de que somos feitos quando observamos a quantidade de porcaria que nos teima em sair pelo nariz. Não é uma imagem bonita, é verdade. Mas a gripe é como a morte: por muito que se previna e se acautele, ela acaba sempre por aparecer e levar a melhor. Uma bela comparação natalícia. Aposto que já muita gente passou por esta situação: estar com gripe, na cama, e alguém chega lá com um chã quente e diz:”Bebe isto que te faz bem à gripe”. E esta frase dá para pensar porque não faz sentido absolutamente nenhum. Não que tenha algo contra chãs e tratamentos de rei deitado na cama, mas porque é parvo dar um “tratamento” a alguém dizendo que lhe faz bem à doença. Eu não quero nada que faça bem à gripe. Quero é algo que lhe faça mal. Que a torture; que a incomode tal como ela me incomoda e que no fim e extermine. Não quero que a gripe seja bem tratada. Se algo faz bem à gripe então eu não quero. Prefiro que ela agonie. Da próxima vez que tentarem agradar a um doente, não lhe digam que o que lhe estão a dar lhe faz bem à maleita. A intenção é boa. Mas como lá diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio. E o inferno acaba por ser como o ar condicionado: é muito agradável enquanto sentimos aquele calor, mas quando saímos de lá ficamos com gripe…