Ser Ministro da Educação não deve ser nada fácil. Por muito que se esforce o detentor da pasta da Educação, a verdade é que nunca conseguirá agradar a toda a gente. Se beneficia os alunos, desagrada os professores; se tenta agraciar os professores surge imediatamente a revolta das associações de pais; se atende às reivindicações das associações de pais, os alunos fazem greve às aulas. No fundo, a função de ministro da Educação consiste em tentar perceber qual destas três partes tem menos pontaria para o lançamento dos ovos. Bom, e agora a ministra de "Uma Aventura" pretende continuar com o encerramento de milhares de escolas por todo o país que não possuam um número mínimo de alunos inscritos. Claro que tal medida nunca será bem encarada por ninguém, mesmo que as condições das escolas estejam ao nível do palácio do Saddam Hussein depois dos bombardeamentos americanos. É díficil perceber a teimosia de quem não pretende ver encerrada uma escola no meio da serra sem condições nenhumas e com apenas dois alunos. Para os professores, trabalhar nessas condições não é nada motivador: não podem faltar porque não há outro para o substituir nem têm companhia para tomar café no intervalo das aulas. Para os pais também não é nada agradável porque não podem falar com um professor para dizer mal de outro. Mas são os alunos que mais sofrem com essas condiçoes. Só tendo mais um companheiro nas aulas, os alunos correm o sério risco de ficarem sem alguém por quem copiar nos testes, basta o parceiro faltar; insultar os professores e vandalizar o seu automóvel também não será fácil pois as culpas só poderão ser imputadas a duas pessoas; brincadeiras do género de esconder o porta-lápis perderão toda a graça porque facilmente serão denunciadas ao professor e não haverá o benefício da dúvida em relação ao autor da brincadeira. Trocar o lanche com o parceiro ficará mais complicado porque aumenta a probabilidade de não gostarmos do lanche da outra pessoa e depois não haverá mais ninguém com quem trocar. Entre rapazes, os jogos de futebol perderão toda a piada e se forem duas alunas não haverá ninguém para saltar à corda porque as únicas duas alunas estarão a segurar em cada ponta. Além disso, só estando dois seres do sexo feminino numa escola, a probabilidade de um esgotamento para as duas é muito forte já que não existe uma terceira pessoa de quem elas possam falar mal. Se for um rapaz e uma rapariga ainda será pior pois estarão praticamente condenados a casar um com o outro. E falsificar uma assinatura numa folha de presenças fica fora de hipótese pois era demasiado óbvio. Tudo bem que é porreiro gastar dinheiro do Estado. Mas poupemos algum para que possam pagar a indemnização ao Carlos Queiróz.
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