O Procurador Geral da República comparou-se à Rainha de Inglaterra. O que era suposto ser uma piada ainda se irá transformar num caso de enorme procura em revistas cor-de-rosa. O PGR e a Rainha de Inglaterra não partilham apenas os mesmos poderes; a beleza de ambos é semelhante e por demais evidentes são as parecenças entre eles; e aquela pronúncia da Rainha sempre me pareceu muito beirã, tal e qual a de Pinto Monteiro. No fundo, acho que essas duas personagens devem partilhar até laços de sangue. Devem ser gémeos separados à nascença, mas cujos destinos acabaram por ser, mais coisa menos coisa, equivalentes. No mínimo, semelhantes são. Em pleno séc. XXI, os dois ainda vivem no mundo da fantasia e do "faz de conta" e o juramento de vassalagem dos seus súbditos deixa muito a desejar. Sobretudo nos súbditos do Pinto Monteiro. Estas queixas do PGR são tudo menos compreensíveis. Estamos em Agosto. Supostamente, o PGR está ou deveria estar de férias. Então de que poderes falará o PGR? Serão os poderes profissionais ou matrimoniais? O Pinto Monteiro deveria estar a queixar-se da falta de liberdade em casa, certamente. Deve ter uma esposa de punho firme e que não deixa o menino andar a fazer castelos na areia à beira-mar. A submissão matrimonial de Pinto Monteiro já é assunto de discussão em praça pública e isso era algo que deveria ter ficado em segredo de justiça. Falando agora um pouco mais a sério, esta questão de o Ministério Público não ter tido tempo de fazer umas perguntas ao Primeiro-Ministro faz-me lembrar os tempos de estudante. Os Procuradores fazem precisamente aquilo que eu fazia quando tinha exames. É fácil fazer a analogia: tanto os Procuradores como eu sabíamos perfeitamente o dia em que seríamos avaliados (no caso dos Procuradores, o dia em que expiram os prazos do processo) e deixavamos tudo para o último dia. E, chegado o último dia, concluimos o que de mais evidente existe no Mundo: não tinhamos tempo para nada. Com a diferença de que eu pagava o curso enquanto estes "marmanjos" são pagos a peso de ouro para, imagine-se, "trabalhar". E, tal como acontece quando eu digo que não tive tempo para fazer algo e as pessoas desatam a rir, também os Procuradores passam pela mesma situação quando invocam a falta de tempo. Como eu os entendo.
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