terça-feira, 15 de junho de 2010

Uniao Europeia: bem-me-quer ou mal-me-quer?

Comemorou-se nos últimos dias o 25º aniversário da assinatura do tratado de adesão de Portugal à União Europeia. Políticos e gente honesta têm debatido os prós e os contras de se viver em comunidade com outros países e os benefícios ou prejuízos que tivemos a partir da adesão. As conclusões estão longe de ser unânimes. Uns dizem que estamos pior, outros afirmam que a União Europeia praticamente nos salvou. A vantagem da minha geração é precisamente a de não termos vivido antes da adesão e por isso não podemos dizer se estamos pior ou melhor. Se bem que estar pior devia ser difícil. Mas, como em tudo na vida, fazer parte da União Europeia tem os seus pontos negativos mas também tem positivos. Com a adesão à União Europeia, os portugueses passaram a ter a certeza de que sempre vivem num país da Europa e não num qualquer país da África do Norte. Assim, ficamos também com a garantia de que os nossos políticos andam a ser vigiados e se eles fizerem asneiras há-de aparecer alguém pertencente aos órgãos da União a criticar o nosso governo. E motivos não devem ter faltado desde que aderimos. Acabaram-se também os passaportes para viagens entre países da U.E. o que é algo fantástico para os portugueses: é menos um documento que corremos o risco de perder. Os sucessivos alargamentos da União também têm contribuído substancialmente para a facilidade de importação de "carnes" checas, húngaras e lituanas para as "casas de petiscos" muito apreciadas entre os verdadeiros homens. Por outro lado, o facto de pertencermos a uma comunidade de países leva a que os nossos defeitos enquanto nação sobressaiam o ofusquem tudo o resto. Se antigamente estavamos "orgulhosamente sós", agora estamos "comicamente integrados". E digo comicamente porque a quase todos os níveis estamos na cauda da Europa e somos alvo de grandes chacotas. Passaram a ter acesso aos nossos dados, às nossas contas, e já se sabe que quando partimos para as comparações não costumamos ter grande sucesso. Acabaram com o nosso glorioso "escudo" para nos impingirem uns tais de "oiros" e os preços dispararam. Ou seja, deram cabo dos bons e velhos "contos"para nos mostrarem que o único conto que perdurará através dos tempos será o do vigário. Com moedas diferentes eu não me preocupava muito com o salário médio nos outros países. Mas agora que a moeda é a mesma e não precisamos de fazer muitas contas com os câmbios, quando se comparam os salários só me apetece chorar. Já fomos donos de meio mundo mas agora esse mesmo meio mundo já é dono de Portugal. Mas para nos vingarmos lá mandamos o Durão Barroso para a Comissão Europeia e o Vitor Constâncio para o Banco Central Europeu. Os outros países hão-de reparar que é difícil evoluir com tais personagens. Mesmo com esta crise toda, ainda somos obrigados a ajudar a Grécia. Mas como contrapartida deveríamos poder visitar sem qualquer tipo de custos as ilhas gregas e usufruir das suas belas mulheres e praias. Porém, é algo a que não temos direito.
O que interessa é que Portugal ganhe no Mundial. Enquanto a Selecção estiver na África do Sul, o país estará "live" de grandes problemas.

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