Ao assistir a todas estas conferências de imprensa que surgem da África do Sul e que envolvem protagonistas que falam o português, confesso que comecei a ficar muito preocupado com o estado a que a nossa língua chegou. Dão-se mais pontapés na gramática que nas bolas. Os jogadores da nossa Selecção deveriam aproveitar o programa das Novas Oportunidades para se instruirem um bocado. É que até o pobre jogador da Coreia do Norte que teve meia dúzia de aulas de português consegue expressar-se melhor na língua de Camões que a maior parte dos jogadores da nossa Selecção. Mas o cúmulo da violência "gramatical" para com o português ocorre nas conferências de imprensa do Dunga. Se o novo acordo ortográfico é para aproximar a "nossa" língua da língua "deles", então não há dúvidas de que o português está em vias de extinção. No futuro passaremos todos a tentar comunicar em sociedade com o tipo de linguagem utilizado pelo Dunga e pelo Jorge Jesus. Vai ser uma espécie de Torre de Babel dos tempos modernos. Fico ainda mais preocupado quando vejo que a nossa Ministra da Educação desmente que se esteja a tomar uma política de facilitismo nas escolas e que os alunos sejam "obrigados" a passar de ano. A crise chegou até para quem é burro. Se o animal propriamente dito enfrenta uma árdua luta contra a extinção, a verdade é que o "asno humano" parece caminhar para o mesmo fim. Já não se pode ser burro nas escolas portuguesas. Por muito que os aspirantes a burros se esforcem, nunca conseguirão ter sucesso. Não adianta ter inúmeras negativas, não saber escrever e expressar-se através de um vocabulário composto quase na totalidade por palavras como "ah?", "ah!", "sim" e "não" (o "talvez" já é muito rebuscado), porque acabam sempre por sofrer na pele a "ira implacável" de professores maldosos e desumanos que insistem em passar os burros. O elevado coeficiente de burrice, as asneiras ditas nas aulas e a ignorância demonstrada nos exames são factores de valorização para este Governo que tenta convencer o Mundo que Portugal é país de sobredotados. Apenas os Ministros são atrasados. Os burros são forçados a terem até mais do que a escolaridade mínima obrigatória. É uma discriminação total e uma enorme falta de consideração por quem nasce com o dom de ser asno. A tradição de jovens com 16 anos a frequentarem o 5º ano está para acabar. Com tanto facilitismo, a profissão de professor tem os dias contados. A educação passará a ser avaliada por correspondência. Vai-se ao Google "sacar" um trabalho feito por outra pessoa e fica-se com o 9º ano concluído.
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