terça-feira, 29 de junho de 2010

E depois do adeus...

Até podiamos ter a sorte de ganhar, mas a verdade é clara como a água: a Espanha é e foi melhor. E depois da inevitável derrota, cada jogador sofreu à sua maneira. Uns ajoelharam-se no relavado, chorando, enquanto que outros cuspiam no "cameraman". Ou seja, se as manifestações de tristeza não foram propriamente homogéneas, todas elas acabam, no entanto, por ter algo em comum: a produção e libertação de fluidos orgânicos. Continua a faltar um líder e alguém que diga ao Ronaldo para não rematar à baliza do meio campo. Não sei porque é que o Ricardo Carvalho e o Bruno Alves subiam nos livres, já que o CR só remata à baliza. É que se marcasse golo até entendia. Assim não. A braçadeira deveria ser entregue imediatamente ao Eduardo. Depois de tanto ter criticado o Eduardo, agora dou o braço a torcer. Assim, até já o queria no Benfica.



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Salvem o burro!

Ao assistir a todas estas conferências de imprensa que surgem da África do Sul e que envolvem protagonistas que falam o português, confesso que comecei a ficar muito preocupado com o estado a que a nossa língua chegou. Dão-se mais pontapés na gramática que nas bolas. Os jogadores da nossa Selecção deveriam aproveitar o programa das Novas Oportunidades para se instruirem um bocado. É que até o pobre jogador da Coreia do Norte que teve meia dúzia de aulas de português consegue expressar-se melhor na língua de Camões que a maior parte dos jogadores da nossa Selecção. Mas o cúmulo da violência "gramatical" para com o português ocorre nas conferências de imprensa do Dunga. Se o novo acordo ortográfico é para aproximar a "nossa" língua da língua "deles", então não há dúvidas de que o português está em vias de extinção. No futuro passaremos todos a tentar comunicar em sociedade com o tipo de linguagem utilizado pelo Dunga e pelo Jorge Jesus. Vai ser uma espécie de Torre de Babel dos tempos modernos. Fico ainda mais preocupado quando vejo que a nossa Ministra da Educação desmente que se esteja a tomar uma política de facilitismo nas escolas e que os alunos sejam "obrigados" a passar de ano. A crise chegou até para quem é burro. Se o animal propriamente dito enfrenta uma árdua luta contra a extinção, a verdade é que o "asno humano" parece caminhar para o mesmo fim. Já não se pode ser burro nas escolas portuguesas. Por muito que os aspirantes a burros se esforcem, nunca conseguirão ter sucesso. Não adianta ter inúmeras negativas, não saber escrever e expressar-se através de um vocabulário composto quase na totalidade por palavras como "ah?", "ah!", "sim" e "não" (o "talvez" já é muito rebuscado), porque acabam sempre por sofrer na pele a "ira implacável" de professores maldosos e desumanos que insistem em passar os burros. O elevado coeficiente de burrice, as asneiras ditas nas aulas e a ignorância demonstrada nos exames são factores de valorização para este Governo que tenta convencer o Mundo que Portugal é país de sobredotados. Apenas os Ministros são atrasados. Os burros são forçados a terem até mais do que a escolaridade mínima obrigatória. É uma discriminação total e uma enorme falta de consideração por quem nasce com o dom de ser asno. A tradição de jovens com 16 anos a frequentarem o 5º ano está para acabar. Com tanto facilitismo, a profissão de professor tem os dias contados. A educação passará a ser avaliada por correspondência. Vai-se ao Google "sacar" um trabalho feito por outra pessoa e fica-se com o 9º ano concluído.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Amigos, amigos...

Afinal o Samba e o Vira do Minho deram lugar à Bossa Nova e ao Fado. Alegria houve pouca durante o jogo mas ainda se viram bons golpes de Capoeira. No final ninguém ficou desagradado... Excepto aqueles desgraçados no Parque das Nações. Passar a fase de grupos sem sofrer golos... Marca histórica! Mais ainda se tivermos em conta que o defesa direito era um tal de Ricardo Costa. Não sofrer golos assim só se for por milagre. Que venha agora a Espanha. Estou confiante. Se uma padeira conseguiu dar uma tareia a essa gente, então 23 "marmanjos" também devem conseguir.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Chuta Meireles!!!

Nunca gostei tanto de um anúncio publicitário como gosto deste da TMN que diz para o Meireles rematar à baliza. E a verdade é que dá resultado. Apesar de achar difícil o Meireles ter ouvido uma voz a dizer para rematar no meio daquela chinfrineira toda causada pelas vuvuzelas. 7-0!!! Eu que vivia amargurado com tristes recordações causadas por resultados iguais, sinto-me hoje liberto da dor de Vigo! Os únicos que festejaram menos foram o Coentrão e o Ruben Amorim. Estão habituados a festejar muitos golos. A Coreia já tinha o Paralelo 38 e agora ganhou a Perpendicular 7-0. Uma vitória daquelas que um dia se há-de contar aos netos, bisnetos e trinetos... Agora falta só confirmar a qualificação!



quinta-feira, 17 de junho de 2010

As "vuzuzelas"...

Há muita coisa que me preocupa neste vídeo com apenas 2 minutos e 24 segundos. Em primeiro lugar, dá para perceber que os deputados falam da crise económica e dos "assaltos" que nos irão fazer como se estivessem a falar numa esplanada com os amigos. Depois, temos um deputado na Assembleia com o sobrenome Pureza... Pureza num deputado? É algo que não combina. Há determinadas qualidades que estão vedadas aos políticas derivado à sua condição profissional. Pureza e Seriedade só se conjugam mesmo com os políticos se forem o sobrenome de algum. Em terceiro lugar, temos um Secretário de Estado que só pode ter saído de alguma APPACDM, com todo o respeito pelas pessoas dessa instituição. Além de não saber falar no Hemiciclo sem ser a ler as "cartas de amor" de Sócrates, o homenzinho estava tão nervoso que até os óculos lhe saltam do nariz. Onde é que se desencantam Secretários de Estado deste género? Eu sei e já o disse... Sou acérrimo defensor de que as pessoas com deficiências possam ter os seus empregos e levar a vida o mais normal possível. Mas daí a terem cargos da maior importância no Estado vai uma distância muito grande. Por fim, devo confessar também que era defensor das vuvuzelas. Sempre achei que esses intrumentos dentro dum estádio de futebol são facilmente suportáveis e têm o efeito de não deixarem os jogadores adormecerem em campo. Imaginem como seria o jogo da Selecção sem vuvuzelas... Seria como se estivessemos a ver um episódio do BBC Vida Selvagem sobre a hibernação dos ursos no Inverno. Mas agora com este vídeo tenho de admitir que as vuvuzelas não são assim grande ideia e só nos causam transtorno. O que dirão os nossos conterrâneos europeus ao verem este vídeo em que um Ministro não consegue dizer vuvuzela? Como é possível que esta palavra que anda na boca do Mundo não consiga ser pronunciada por um detentor de altos cargos da Nação? A minha avó tem 87 anos e uma enorme dificuldade em pronunciar "iogurte"... Mas não se engana a dizer vuvuzela! Dizer vuzuzelas??? Uma vez, toda a gente entendia. Duas vezes, toda a gente perdoava... Mas três vezes...!!! Ai, ai, Senhor Ministro...

terça-feira, 15 de junho de 2010

É melhor que nada!

Este empate acaba por ser bem melhor que a exibição. Há filmes do Manoel de Oliveira com muito mais animação que este jogo. Se passarmos, tudo isso será esquecido. Se formos eliminados, Carlos Queiroz tem a fogueira à sua espera. Sou da opinião de que se é para ser eliminado, então que joguemos ao ataque. Ao menos não ficamos com a sensação de que poderíamos ter feito mais alguma coisa. Mas espero que Queiroz me surpreenda. Jogar contra elefantes cor-de-laranja... Ao ouvir isto durante o jogo eu já nem sabia se estava realmente a ver um jogo de futebol ou se estava drogado. Mas dizem que as drogas só fazem ver elefantes cor-de-rosa.

As fotos seguintes ilustram precisamente o que foi este jogo... uma espécie de dança com bailarinos muito fraquinhos. Que venham os coreanos...



Uniao Europeia: bem-me-quer ou mal-me-quer?

Comemorou-se nos últimos dias o 25º aniversário da assinatura do tratado de adesão de Portugal à União Europeia. Políticos e gente honesta têm debatido os prós e os contras de se viver em comunidade com outros países e os benefícios ou prejuízos que tivemos a partir da adesão. As conclusões estão longe de ser unânimes. Uns dizem que estamos pior, outros afirmam que a União Europeia praticamente nos salvou. A vantagem da minha geração é precisamente a de não termos vivido antes da adesão e por isso não podemos dizer se estamos pior ou melhor. Se bem que estar pior devia ser difícil. Mas, como em tudo na vida, fazer parte da União Europeia tem os seus pontos negativos mas também tem positivos. Com a adesão à União Europeia, os portugueses passaram a ter a certeza de que sempre vivem num país da Europa e não num qualquer país da África do Norte. Assim, ficamos também com a garantia de que os nossos políticos andam a ser vigiados e se eles fizerem asneiras há-de aparecer alguém pertencente aos órgãos da União a criticar o nosso governo. E motivos não devem ter faltado desde que aderimos. Acabaram-se também os passaportes para viagens entre países da U.E. o que é algo fantástico para os portugueses: é menos um documento que corremos o risco de perder. Os sucessivos alargamentos da União também têm contribuído substancialmente para a facilidade de importação de "carnes" checas, húngaras e lituanas para as "casas de petiscos" muito apreciadas entre os verdadeiros homens. Por outro lado, o facto de pertencermos a uma comunidade de países leva a que os nossos defeitos enquanto nação sobressaiam o ofusquem tudo o resto. Se antigamente estavamos "orgulhosamente sós", agora estamos "comicamente integrados". E digo comicamente porque a quase todos os níveis estamos na cauda da Europa e somos alvo de grandes chacotas. Passaram a ter acesso aos nossos dados, às nossas contas, e já se sabe que quando partimos para as comparações não costumamos ter grande sucesso. Acabaram com o nosso glorioso "escudo" para nos impingirem uns tais de "oiros" e os preços dispararam. Ou seja, deram cabo dos bons e velhos "contos"para nos mostrarem que o único conto que perdurará através dos tempos será o do vigário. Com moedas diferentes eu não me preocupava muito com o salário médio nos outros países. Mas agora que a moeda é a mesma e não precisamos de fazer muitas contas com os câmbios, quando se comparam os salários só me apetece chorar. Já fomos donos de meio mundo mas agora esse mesmo meio mundo já é dono de Portugal. Mas para nos vingarmos lá mandamos o Durão Barroso para a Comissão Europeia e o Vitor Constâncio para o Banco Central Europeu. Os outros países hão-de reparar que é difícil evoluir com tais personagens. Mesmo com esta crise toda, ainda somos obrigados a ajudar a Grécia. Mas como contrapartida deveríamos poder visitar sem qualquer tipo de custos as ilhas gregas e usufruir das suas belas mulheres e praias. Porém, é algo a que não temos direito.
O que interessa é que Portugal ganhe no Mundial. Enquanto a Selecção estiver na África do Sul, o país estará "live" de grandes problemas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Agricultura cibernética...

Além de estar em crise, a sociedade portuguesa vive assolada por outro tipo de "cancro" que ameaça exterminar todas as regras da boa e sã convivência em grupo. Refiro-me, claro está, ao Farmville. As redes sociais não têm apenas aspectos positivos, e quando se pensava que o Facebook era muito superior ao Hi5, eis que surge a propagação e proliferação do Farmville. Agora já quase toda a gente tem uma quinta. Há pessoas que jogam Farmville e que nunca viram uma vaca ao vivo. Uma de quatro patas, entenda-se. Tenho para mim que certas palavras votadas ao esquecimento, tais como arrobas e almudes, que deixaram de ter espaço nas escolas primárias, passarão a estar novamente na moda e irá ser "chique" e "in" dizer que se comprou um almude de Whisky ou Vodka ou uma arroba de produtos biológicos. Chegámos ao cúmulo de a malta jovem estar no café a jogar Farmville no portátil, dedicando-se com carinho a árduas tarefas como colher girassóis, construir estábulos, plantar cenouras... e quando a maior parte dessas pessoas pensam que as cenouras são o fruto de alguma árvore chamada "cenoureira". Para trabalhar a sério no campo não temos ninguém. Mas para colher cenouras virtuais não faltam candidatos. Essas mesmas pessoas que jogam Farmville não têm consciência do ridículo que é estarem num sítio público a pedir cenouras, batatas e, o pior de tudo, até feno pedem. Estas alminhas perdidas que estão no café a pedir feno em voz alta poupam trabalho a seres "normais" como eu de ter de os insultar. Uma pessoa que pede feno já se insulta o suficiente a si própria. Há outros até que pedem tábuas para construir o seu estábulo. Com tanto cavalo e burro à solta acho que só um estábulo não deve chegar. E se as amizades já sofrem bastante com o Farmville, dado que somos facilmente trocados por novas vizinhanças da quinta, até as relações amorosas acabam por ser influenciadas. O pessoal anda tão vidrado nessa "coisa" que os jogos de sedução consistem em ajudar a construir estábulos, em limparem os dois o estrume dos animais ao luar e em oferecerem medicamentos para os animais doentes. E quando se pensa em dar o próximo passo, a frase de engate passou a ser:"Na tua quinta ou na minha?". Nem tudo são rosas. Com tanta gente com quintas e com o número de vizinhos(as) a aumentarem exponencialmente, não será preciso muito para que alguém pense em "pular a cerca". Costuma dizer-se que a galinha da vizinha é sempre melhor que a nossa. E se a galinha o é, então a vaca também deverá ser. E quando surgem as discussões e as zangas até no Farmville se vingam. Não as levamos ao cinema e elas destroiem os girassóis que plantámos com tanto cuidado. Não as levamos a jantar fora e elas incendeiam-nos o estábulo. Por tudo isto, não me mandem mais convites para o Farmville. Um dia acabo por ceder à tentação.