Parece que o futuro dos portugueses depende destas três iniciais: PEC. Mas afinal o que é isto do PEC e porque é que todos os dias somos bombardeados com quase meia hora de reportagens sobre esta coisa? A União Europeia diz que estas iniciais abreviam Plano de Estabilidade e Crescimento. Mas eu penso que não. Da maneira como está o país, com todos estes negros cenários que se adivinham no horizonte dos portugueses, acho que a União Europeia nos está a mandar uma mensagem escondida nestas iniciais e que PEC significará na verdade "Pirem-se Enquanto Conseguirem". Aquilo que deveria ser a solução para os nossos problemas económicos e sociais transformou-se numa complexa arma de arremesso entre o Governo e a Oposição. Fica-se com a sensação de que o PEC é Jesus Cristo e o Governo faz de Pilatos perante a responsabilidade de decisão sobre o futuro. A solução é :"Lavo as minhas mãos". A responsabilidade de governar é "atirada" para aqueles que perderam as eleições. Acho que existe aqui algo de estranho. Governo e Oposição parecem estar a jogar o "Passa a bomba", ficando aliviados logo que os holofotes incidem sobre o "jogador seguinte". O que é mais grave nesta história é que, ao contrário do que se passa nesse jogo do Buzz, esta "bomba" só passa para o adversário depois de muitas asneiras ditas e feitas e não por se ter respondido correctamente a alguma questão. A maior parte das pessoas não sabe o que é o PEC nem as consequências que irão sofrer com as medidas lá previstas, mas os portugueses já não suportam ouvir falar em tal coisa. Basta ouvir as iniciais PEC para que qualquer português coloque imediatamente as mãos nos bolsos com medo de que lhe tirem algo. Pedem-nos sacrifícios e querem reduzir a despesa pública. E tomamos conhecimento, logo de seguida, dos miseráveis prémios dos gestores das grandes empresas públicas. Temos de diminuir a dívida pública para conseguirem pagar todos esses prémios. Não vamos agora prejudicar a vida dos gestores públicos e das suas famílias. Eles têm que manter as grandes casas e as grandes quintas, os grandes carros, as inúmeras amantes... São coisas extremamente caras e essenciais à sobrevivência humana. Da forma como estamos a ser espremidos e da maneira como estamos a ser forçados a emagrecer, daqui a pouco já nem a tanga nos serve.
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