quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vanguardismos…

E aos 22 dias do mês de Novembro do ano do Senhor com número 2011, eis que do Parlamento da Madeira surge mais uma das boas e praticáveis medidas de austeridade. Propõe a bancada do PSD que em determinadas matérias possa um deputado votar por toda a sua bancada. Espetacular. Naqueles dias de votações chatas, a horas indecentes (tipo 10 da manhã), bastará que um elemento dos 25 que compõem a bancada laranja acorde mais cedo um bocadito para votar por toda a gente. Eis a Madeira na vanguarda do bem-estar dos deputados eleitos para coisas tão parvas como levantarem-se cedo só para aprovarem algo. Mas esta ideia de 1 poder votar por 25 também se poderia aplicar na Assembleia da República. Bastaria comparecer um dos elementos de cada bancada ao Parlamento, o que traria imensos benefícios: bastava pagar a apenas um deputado por bancada e poupavam-se uns milhões em salários; reduziam-se o número de debates e as leis seriam aprovadas ou vetadas mais rapidamente; pouparíamos também muito dinheiro com as refeições dos deputados pois seria necessário alimentar apenas meia dúzia de esfomeados; e poder-se-ia trocar o Parlamento pela sala de arrumos, muito mais pequena e com menos gastos energéticos. Eis a Madeira na vanguarda da Economia e do Desenvolvimento Sustentável. Claro que nem tudo é perfeito. Isto porque os deputados da Assembleia da Madeira dispensam o seu direito de voto mas não abdicam do seu direito a um salário. Mas abdicar de um dos direitos já é alguma coisa. É uma imagem de sacrifício e de solidariedade com a nação que transparece para a opinião pública. Quando os responsáveis da Troika cá voltarem, irão ver os enormes sacrifícios do Parlamento da Madeira que até dispensa o seu direito ao voto e cujo governo regional só gastará 3 milhões de euros em obras públicas (vulgo fogo-de-artifício e iluminação de natal). Eis a Madeira na vanguarda das piadas sobre o continente e a crise.

buraco

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

(Des)Ordens…

O mundo precisa de saber aquilo que se passa na Ordem dos Advogados. Acho espantoso ainda ler comentários extremamente favoráveis a esse senhor Marinho e Pinto. E ler elogios a esse homem faz-me sentir como se me estivessem a insultar e de forma grosseira. Cada palavra simpática para com ele é um atestado de incompetência que me passam e o equivalente a mandarem-me cem vezes para o caralho. E peço desculpa por usar termos ofensivos como “equivalente”. Vamos aos factos: Dia 15 de Julho, o senhor Bastonário Marinho e Pinto emite um despacho em que demonstra claramente que a nova taxa de emolumentos aplicada a meio do jogo se refere a quem pretende fazer os exames da Ordem. Certos iluminados, nos quais me incluo, decidiram não pagar e consequentemente não fazer os exames em protesto por tamanha canalhice do senhor BOA. Muitos, tal como eu, não suspenderam a Ordem pois ninguém nos conseguiu explicar o que aconteceria a quem não pagasse os 650€. Para nosso espanto, vem agora a Ordem, por ordem expressa do BOA, exigir o pagamento destes 650€ a quem não fez os exames, invocando que afinal não eram para pagar os exames mas sim a formação. Ou seja, além de ter de pagar por algo de que não usufruí, e depois de já ter feito a borrada/canalhice de alterar as regras a meio do jogo, o BOA vem agora fazer uma borrada/canalhice ainda pior: alterar as regras no fim do jogo. Marinho e Pinto parece um daqueles putos da primária que leva a bola para a escola para jogar no recreio e que, depois de ver a sua equipa perder em campo, resolve inventar uma nova regra no fim do jogo, dizendo que quem marca menos é que ganha, só para não ir a chorar para casa e continuar a ser o rei da macacada. Nem no Bangladesh se aplicam taxas com esta retroactividade. Deixo aqui um desafio aos deputados da Assembleia da República: aprovem um decreto que determine que o Bastonário da Ordem dos Advogados, em vez de auferir 4000€ mensais, tenha de pagar esse mesmo valor mensalmente para usufruir do honroso cargo que ocupa, sendo que o mesmo decreto terá efeitos retroactivos, aplicando-se a todos os BOA desde o início da Ordem. E vamos ver se esse tal Marinho e Pinto acha piada à brincadeira. Exigir 1400€ a jovens no início da vida profissional, que nada recebem durante os estágios, é algo que defino como criminoso. Não só não recebemos como ainda temos de suportar os vícios e os delírios mentais deste BOA. O homem que tanto propagandeia a protecção social, que fala das dificuldades da crise, é apenas um simples charlatão pois a sua Ordem é a coisa mais desorganizada e mais viciada que existe neste país. Pena não terem feito aos filhos dele aquilo que ele anda a fazer aos filhos dos outros. Dá a sensação de que Marinho e Pinto vive na Suécia ou na Noruega. E nem nesses países se deve exigir tanto a quem pretende enveredar pela advocacia. Ou então, afinal, não estamos em crise em Portugal. Os portugueses andam todos endinheirados e eu só começo a reparar agora. O que esse canalha nos está a fazer não é mais do que incentivo à prostituição. É verdade. Só assim é que jovens que nada recebem poderão pagar esses balúrdios que ele nos pede. E que se saiba, o incentivo à prostituição, vulgo lenocínio, é crime e é punível. Ou seja, Marinho e Pinto além de charlatão é criminoso. Para poder fazer os exames da Ordem tenho de vender o carro. Ou então, trato de hipotecar a casa. Sempre posso tornar-me advogado… mas fico sem tecto. Mas quem precisa de tecto nos tempos que correm? Isso é uma coisa supérflua! Continuem a elogiar este santo… que de santo só tem a cara de pau.

justiça

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Penhoras…

Nos últimos dias, várias pessoas andaram a receber cartas das Finanças a penhorar bens por falta de pagamento de portagens. Claro que o bom português ainda passa nas antigas Scut e não se interessa minimamente em saber o que têm de pagar e quando têm de pagar. Se não tem portagem e alguém para receber o dinheiro, então é porque não é para pagar. Mais estranho nesta história é o facto de cobrarem portagens a miúdos de dez anos. Esta canalhada de hoje em dia é terrível. Até passam nas antigas Scut só para lançarem o pânico nas Finanças. É perfeitamente natural que um puto de dez anos passe nas Scut… mas sentado na sua cadeira no banco de trás do automóvel. A menos que as Finanças tenham alterado os seus critérios para o pagamento das prestações e as andem a exigir à pessoa mais nova dentro do veículo. Pagam os benjamins. E muito bem. A idade é um posto. Já todos sabemos que os funcionários públicos não apreciam um trabalho rápido e eficaz; que gostam de deixar as suas tarefas em banho-maria, muito lentamente. Mas não haverá ninguém suficientemente inteligente para pensar que um miúdo de dez anos não pode, por exemplo, ter carta de condução? A desculpa dos nomes iguais também já não pode pegar. Até porque não conheço muitos miúdos que andem na Primária e que sejam proprietários de automóveis. A maior parte deles já tem telemóvel, portátil e PlayStation. Mas com veículo próprio não devem ser muitos. A não ser, claro está, que o raio da canalhada ande a passear de bicicleta nas auto-estradas e que antes tenham efectuado o registo de propriedade da referida bicicleta. Há canalhada para tudo. Lembram-se de cada uma. Um dia destes ainda nos deparamos com miúdos de dez anos que andam a comprar e vender imóveis e a fugir aos impostos, apostando em off-shores. É cair em cima destes pseudo-criminosos em ponto pequeno e penhorar tudo: bicicleta, telemóvel, PlayStation, portátil e Action Man’s, que valerão um balúrdio nas vendas em hasta pública.

scut