Eu confesso que faço parte daquele grupo de pessoas estranhas que compra um jornal diário conforme o que vem na capa. Bem sei que é algo fora do normal, difícil de entender numa análise muito ao de leve sobre o tema. Mas nasci assim e dificilmente irei mudar. Por isso, esta estratégia louca do Glorioso desatar a comprar centenas de jogadores, tem como consequência a desgraça dos cofres do clube e dos meus bolsos, em especial. Dada esta confissão, espero que os senhores editores passem a ter um pouco mais de cuidado e rigor com as notícias e os títulos que escolhem para as capas. O respeitado e reconhecido jornal JN, por exemplo, até apresenta um rigor excessivo na divulgação das notícias. Na capa de ontem do referido jornal, vem a seguinte e interessantíssima notícia em destaque :”Professor badalhoco aperta pescoço a funcionária zelosa”. Verídico. Penso que, pela primeira vez na história do jornalismo em Portugal, o adjetivo “badalhoco” é utilizado num jornal generalista. E logo em grande, na capa. Estamos a ler títulos que falam da crise e de repente os nossos olhos deparam-se com essa palavra que até parece que nos hipnotiza. Demasiado rigor mas uma excelente técnica de marketing. É que, quando passamos a ler o desenvolvimento da notícia no interior do jornal, reparamos que a mesma até nem tem nada de especial. Trata-se apenas de mais um professor que resolveu dar um colorido especial ao chão e paredes da casa de banho da escola com as suas fezes, e que, ao ser interpelado para parar com o seu devaneio criativo e limpar o que tinha feito, apertou um pouco o pescoço da funcionária. Merece ser julgado por isso? Este país não apoia a cultura nem defende os seus maiores artistas. Se isto acontecesse numa casa de banho americana, francesa ou italiana, estaríamos perante um artista e uma obra de arte. Como foi em Portugal, trata-se de um badalhoco. Quem nunca pensou em cagar nas paredes do local de trabalho num momento mais aceso de fúria? Ninguém, é certo. Mas se esta pobre alma resolveu pintar uma natureza morta na parede, não o crucifiquemos. Pode até tornar-se um sucesso. A definição de arte e bom gosto é extremamente subjetiva. Se o artista foi agressivo com a funcionária? Foi, é verdade. Mas quem nunca ficou revoltado por ser interrompido a fazer algo que lhe estava a dar um gozo tremendo? Não é de se ficar chateado? A ira é desculpável. O mal deste país também é “asfixiar” a criatividade dos cidadãos nos locais de trabalho.
8 comentários:
Desde quando é que merda nas paredes é arte......... Admira-me que um licensado em direito saia da universidade com este tipo de discurso, é caso para dizer que hoje as licenciaturas nao se tiram....pagam-se
Caro anónimo,
fico sensibilizado pela tua visita a esta blog. Sou licenciado em direito sim,com muito orgulho. Assim como também concordo contigo quando dizes que hoje as licenciaturas nao se tiram...pagam-se. É VERDADE! Sim, porque eu paguei o meu curso. Andei na universidade mas paguei todos aqueles anos de formação. Não andei a "mamar" do Estado! A minha licenciatura saiu do bolso dos meus pais. Só a eles devo alguma coisa. Em relação ao post, se não tens abertura mental para o ler da forma como tem de ser lido,só há uma coisa a fazer: não voltes a cá vir. Só se come aquilo de que se gosta... nem dignidade houve para dar a cara. Ser anónimo e andar a criticar os outros é muito fácil. Por isto é que este país nao evolui...Cumprimentos do autor que pagou a sua licenciatura. Volta sempre.
Olá Luís Correia:
Gostei da tua postagem. Só me custa a acreditar que um licenciado em direito acredite no que qualquer jornaleco publica. Também eles estão numa crise de vendas, decerto. Tenho a informar-te que nunca sujei com fezes a casa de banho e que nunca agredi a funcionária, simplesmente ela estava alterada e não parava de me chamar "porco". O mal desta gente é a dor de cotovelo. Já agora leiam o meu livro "Os Nomes do Tempo" em www.sitiodolivro.pt
Pelos vistos ficou irritadinho com o meu comentario.
Já agora vou transcrever uma coisinha que publicou no seu blog...
Artigo 37º da Constituição da República Portuguesa
1-Todos têm direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2-O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
Como vê acho que tenho o direito de me exprimir da forma que achar adequada mesmo que seja de forma anonima.
Os seus pais é que nao devem estar muito satisfeitos por terem gasto tanto dinheiro pra sair da faculdade com essa mentalidade e já agora nao é por causa de pessoas como eu que o pais está como está mas sim por causa dos mamoes dos partidos que andam no poder desde o 25 de abril ( PS, PSD) QUE LEVARAM AO LONGO DESTES ANOS O PAIS Á RUINA PORQUE NAO SABEM FAZER OUTRA COISA PARA ALÉM DE OLHAR PARA O SEU PROPRIO UMBIGO
Caro anonimo. É sempre uma honra ver que voltaste a visitar este antro de vergonhas. Não fiquei "irritadinho". Não me irrita quem quer,irrita quem pode. E ainda não chegaste a esse nível. Só nao entendo como é que se coloca em causa a formação de outra pessoa. Não o fiz em relação a ti,por exemplo. Mais uma das coisas que nos distingue. Em relação aos meus pais, eles orgulham-se do filho.Não te preocupes com isso. Além de que percebem exactamente a minha forma de escrever,o que já não está ao alcance de todos.Tens todo o direito de exprimir sem passar os limites e eu respeito isso. Sou tão terrível que até publico os teus comentários,imagina. Cumprimentos
( Além de que percebem exactamente a minha forma de escrever,o que já não está ao alcance de todos. )
Deves ser um sobredotado...;););););)
Boas ferias
Caro Passos Coelho,sou sim um sobredotado...mas noutras coisas sem ser a escrita.;) Muito obrigado pelo desejo d boas ferias,mas nao ha ferias pa ninguem este ano. Mas umas boas ferias pa ti.
Entao não há ferias???
Pelo menos o nosso primeiro ministro foi uns dias de ferias.....
Já agora queria dar-te os parabens pelo texto que fizeste sobre a violencia em Inglaterra.
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