sábado, 18 de setembro de 2010

O próximo seleccionador...

Carlos Queiroz, esse pobre mártir do Desporto, lá acabou por ser despedido. Uma triste notícia para os próximos adversários de Portugal. Nesta história rocambolesca do seu despedimento é preciso salientar uma coisa muito importante: o problema de Queiroz não foi ter sido mal-educado com o Luís Horta; o verdadeiro problema de Queiroz foi não ter insultado alguém mais cedo. Os portugueses sempre viram em Queiroz um homem educado, sério, incapaz de levantar a voz fosse para quem fosse. Ora, desde que voltou à Selecção, Queiroz começou a chamar burros aos jornalistas, andou à pancada no aeroporto com um comentador e acabou a falar de uma determinada parte do corpo da mãe do médico Luís Horta que estaria a precisar de ser examinada, segundo o professor. Queiroz deveria ter demonstrado desde o início da sua carreira de que também é capaz de dizer umas ordinarices e bater em quem quer que fosse. Uma mudança tão radical de comportamentos chocou os portugueses. Deveria ter feito como o Scolari. Esse, mal chegou, fez questão de mostrar o quão rude era. E ainda hoje alguns suspiram por ele. Mas ver um professor a falar de con** com tanto à-vontade, demonstra que afinal eles não precisam assim de tantas formações para darem educação sexual nas escolas. Com o despedimento de Queiroz, a Federação Portuguesa de Futebol deixou-se influenciar pelos programas da moda e resolveu criar um programa próprio para encontrar o novo seleccionador de Portugal, um programa que é uma mistura dos “Ídolos” com o “America’s Next Top Model”. O referido programa designar-se-á “Portugal’s Next Top Coach” e os candidatos serão avaliados de acordo com as suas excentricidades e não pela capacidade de treinar, já que esse nunca foi o critério utilizado por Madaíl. De acordo com as revistas cor-de-rosa, os candidatos são (por ordem alfabética):

Carlos Carvalhal: O estudioso do futebol viu a sua candidatura a seleccionador ser reforçada desde que se transformou em comentador de futebol na RTP, e passou a beneficiar dos ensinamentos desse “monstro” do futebol chamado Luís Freitas Lobo. E chamo-lhe monstro porque da maneira como ele fala de futebol, até parece que este desporto é um bicho de sete cabeças. Carvalhal também só fala em linhas, em blocos e em basculações, linguagem que será mais apropriada a Engenharia Civil do que ao Futebol, sendo certo que a maior parte dos jogadores da Selecção não o conseguiriam entender. Já os do Marítimo e do Sporting não tinham conseguido. Tem a seu favor uma fraquíssima passagem pelo Sporting, precisamente o mesmo critério que levou à escolha de Queiroz. Sendo um homem do Minho, domina perfeitamente o Malhão e a breve passagem pela Grécia tornou-o habilitado no famoso e exigente “Hassápico”.

Diego Maradona: Aquele que dizem ser o melhor jogador de sempre, limitou-se a ser um boneco vivo no banco da Argentina durante o Mundial, notando-se que percebe tanto de tácticas como o Sócrates. Não levou os jogadores em melhor forma ao Mundial, uma característica bastante apreciada por Madaíl. Adora distribuir beijos pelos seus jogadores, o que causará um choque tremendo em Portugal, pois nunca nos passou pela cabeça sequer a imagem do Queiroz a dar um beijo na cara ao Ronaldo. Além disso, tem a seu favor o facto de perceber mais de drogas que o próprio Luís Horta. Os controlos anti-doping deixariam de dar problemas pois o seleccionador saberia como contorná-los. Além de dominar o Tango, as passagens por Espanha e Itália fizeram de Maradona competente nas áreas da Sardana e da Tarantela.
Jaime Pacheco: Tem no seu currículo um campeonato nacional pelo Boavista, sendo um grande especialista na chamada táctica da “pancadaria de criar bicho”, muito semelhante ao 4-3-3. Filósofo e pensador do futebol, tem como expressões de marca alguns tesouros modernos, tais como “ faca de dois legumes” e “bodes respiratórios”. Consegue dizer mais palavrões por jogo que o próprio Bruno Alves, o que facilitará a tarefa ao Laurentino Dias caso as coisas não estejam a correr tal como ele pretenderia. Com tanto palavrão e com aquela personalidade encantadora, o secretário de Estado arranjará facilmente um caso extremamente sério e grave para abrir um processo disciplinar. Grande apreciador dos Pauliteiros de Mirandela, viu o seu currículo enriquecer com as passagens por Espanha e pela Arábia Saúdita, tornando-se um erudito em Zarzuela e em Ardha.
José Couceiro: Teria no seu currículo uma Taça de Portugal neste momento, se não tivesse sido guloso e trocado esse grande clube chamado Setúbal pelo Porto a meio da época 2004/2005. Teve mais olhos que barriga e acabou por não ganhar nada. Ou seja, em termos de currículo está ao nível da nossa Selecção. Já trabalhou para a Federação e, como tal, tem perfeito conhecimento da porcaria que por lá existe. Pode-se considerar um homem da casa. Um aspecto positivo a reter: na época 2005/2006, mesmo tendo o melhor marcador do campeonato, Couceiro conseguiu a proeza de descer o Belenenses de divisão, mas acabou por se salvar na secretaria. Ora, mesmo que não nos apuremos directamente para o Europeu, com Couceiro talvez ganhemos algum processo na secretaria. Pode haver algum “Mateus” na Dinamarca. Dança o Fandango desde os 3 anos. Com a passagem pela Lituânia, Couceiro aprendeu Suktinis e, mais tarde, na Turquia aprendeu Zeybek, que dança maravilhosamente em noites de lua cheia.
José Mourinho: “Il speciale” está na mira de Madaíl para vir treinar a Selecção em part-time no mês de Outubro. Também eu queria um part-time destes mas nunca encontrei nada parecido nos Classificados. Estamos a chegar ao cúmulo de mendigar ao mais recente D. Sebastião para aparecer por cá e nos salvar desta encruzilhada. Muito mal estamos nós quando a única solução que dizem que temos é chamar o Super Mourinho, o novo Jesus Cristo. Se Mourinho já era super arrogante, mesmo no que diz respeito ao país, agora é que ninguém o vai calar. Vai achar-se ainda mais “especial” porque vê que em alturas de crise o principal responsável pelo futebol português lhe vai bater à porta com a corda ao pescoço, pronto a beijar os pés ao “Speciale”. No fundo, Madaíl reencarna a figura de Egas Moniz, só que em vez de ir a Toledo vai a Madrid pedinchar. E assim do nevoeiro surge aquele que será o candidato mais forte. Mas o público será soberano e se os amigos de Mourinho não ligarem para votarem nele, o “especial” pode muito bem perder. Especialista no Corridinho, Mourinho aproveitou as passagens por Inglaterra, Itália e Espanha para se pós-graduar em dança Morris, Napolitana e em Paso Doble.
Luis Aragonés: Outro candidato de peso a seleccionador e que tem no currículo um Campeonato da Europa. Como Portugal só chegou a vice-campeão europeu, pode-se efectivamente comparar Aragonés aos muitos licenciados que se candidatam a empregos que exigem habilitações literárias muito abaixo das que eles possuem. Além disso, seria engraçado ter um seleccionador que nasceu antes da 2ª Guerra Mundial. O que seria muito conveniente para Aragonés, já que, como presenciou uma grande guerra mundial, já terá experiência suficiente para aguentar as grandes guerras que correm dentro da Federação Portuguesa de Futebol. Quando Aragonés começou a carreira de treinador ainda nenhum dos jogadores da nossa selecção era nascido. Estamos perante um verdadeiro dinossauro, grande “connaisseur” de Flamenco e de Gobek Dans, que aprendeu na Turquia.
Luiz Felipe Scolari: Tem no seu currículo um Campeonato do Mundo ao serviço do Brasil e um Campeonato da Europa que entregou de forma brilhante a um conjunto de jogadores gregos que tinham vindo a Portugal apenas para fazer turismo. Gosta de pugilismo, fazendo vibrar as plateias a cada soco aplicado ao adversário. Grande responsável pelas inúmeras bandeiras defeituosas de Portugal vendidas pelas lojas dos chinocas, conseguiu converter Madaíl à Senhora do Caravaggio, que não é nada mais que uma Senhora de Fátima com sotaque brasileiro. Herói para muitos portugueses devido à sua personalidade encantadora, Felipão tem como virtude ser dos poucos treinadores do Mundo capazes de desfazer em pouco tempo grandes equipas construídas pelo Mourinho: primeiro na Selecção e depois no Chelsea. Não é fácil. É visto com frequência a sambar, sendo um expert em dança do ventre, que aprendeu pelas passagens pelo Médio Oriente, e é dono de uma escola de Vira em Porto Alegre.
Manuel Cajuda: Tem um filho que participou nos Morangos com Açúcar, o que significa que não tem capacidade para lidar e formar as camadas mais jovens. Caso fosse seleccionador, o mais certo seria que os jovens mais promissores acabassem a contracenar na Lua Vermelha. O seu currículo não ocupa muito espaço na secretária de Madaíl já que não há muito para preencher, mas tem uma qualidade que o presidente muito aprecia: é um pedinchão de primeira. Passou muitos anos a tentar arranjar lugar no Benfica e agora tenta um lugar na Selecção. Cajuda e Madaíl fariam uma dupla terrível: um a pedinchar e outro a mendigar. Poderíamos não nos apurarmos para o Europeu, mas os cofres da Federação haveriam de ficar bem recheados. Tem o Corridinho no sangue, o que o leva a correr de um clube para outro muito rapidamente, servindo-se dos conhecimentos obtidos no Médio Oriente para aprender a Dança das Espadas, que muito jeito lhe dará caso seja o escolhido.
Manuel José: O “Faraó” já venceu mais Ligas dos Campeões que o Mourinho. Tudo bem que foi em África mas currículo é currículo. Tem um ódio de estimação por Pinto da Costa, o que o torna muito parecido com Scolari. Quando fala do futebol em Portugal, Manuel José costuma ser uma espécie de Rui Santos, só que mais crítico e sarcástico. Foi seleccionador de Angola, o que lhe conferiu capacidade e experiência para treinar selecções de países em vias de desenvolvimento, tal como Portugal. E como conseguiu colocar o Mantorras a jogar pela selecção, pode ser que faça o mesmo com o CR7 na selecção portuguesa. Passou muitos anos perto das Pirâmides do Egipto e pode em breve conviver de muito perto com outra pirâmide bastante deteriorada: a pirâmide da estrutura da Federação. Mas as pirâmides do Egipto parecem bem mais seguras e o cheiro a podre não é tão intenso. Dança a Cana Verde como um menino e sempre que insulta alguém vê o seu corpo ganhar vida própria e desata a dançar Zaar, que aprendeu no Egipto, para afastar os maus espíritos. Além disso, não perde uma oportunidade de passar na Amadora para matar saudades da Kizomba.
Octávio Machado: Deve ser das poucas pessoas no mundo que se pode gabar de ter sido treinador de futebol, agricultor e bombeiro. Se bem que Octávio Machado tinha mais tendências para incendiar do que para apagar fogos, como se pode observar pelas suas passagens por Sporting e Porto. Só mesmo esses dois clubes para o contratarem. Caso seja seleccionador, não haverá mais problemas com relvados em estados miseráveis e que lesionam jogadores, ou não fosse este treinador um homem da área. A escolha de Octávio Machado até pode fazer algum sentido: com tantos nabos na Selecção e na Federação, nada melhor que um agricultor para tomar conta deles. Contudo, Octávio seria um treinador em part-time, tal como Mourinho. A Selecção teria de dividir o seleccionador com as vindimas, com a apanha da maçã e com a plantação de couves. O primeiro homem a denunciar os “Big Ladens” que existem no futebol português, formou-se no curso técnico de pisar uvas e todos os fins-de-semana desloca-se a Setúbal para mostrar as suas aptidões no Verde-Gaio.
Paulo Bento: Veio de Espanha a falar com aquela musiquinha bastante ridícula que me faz lembrar o Paulo Futre. E como apregoa tanto a tranquilidade, tenho medo que adormeça de vez os jogadores da Selecção. Por outro lado, se Paulo Bento for o escolhido, teremos um seleccionador com um penteado fantástico, bastante moderno e que atrairá certamente muitos patrocinadores. Tem fama de “sargentão”, à boa maneira de Scolari, o que fará as delícias de Madaíl. Porém, a verdade é que, até hoje, Paulo Bento só treinou o Sporting. Se treinar um clube dessa dimensão já chega para se ser seleccionador, então o Pedro Caixinha também pode enviar o currículo para a Federação. Está habituado a ficar em 2º lugar, o que até dava jeito nesta fase de grupos. Dança agradavelmente bem a Chula e dizem que se tornou grande fã do Funaná.

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