Depois destas últimas polémicas com submarinos que já compramos mas não usamos porque ainda não estão prontos mas que apesar de não estarem prontos já foram pagos e dão que falar (é complicado, eu sei), fica-se com a ideia de que a solução para o país passa por não investir em nada que nos permita movimentar, que nos permita sair do sítio. A solução é ficarmos parados porque em todos os meios de transporte teimamos em arranjar polémicas. Nos transportes rodoviários, basta juntar a palavra "portagem" às iniciais SCUT para que o sossego do país fique irremediavelmente abalado e surjam manifestações de desagrado muito parecidas com as organizadas pela GreenPeace. Nos transportes aéreos, a polémica ainda é maior porque nem sabemos onde colocar um aeroporto. Agora é para a Ota, a seguir é para Alcochete, depois já só se pensa em aumentar o já existente. O futuro aeroporto mais parece um chapéu de três bicos. Pelo menos já fica com uma alcunha. Nos transportes ferroviários temos a eterna questão do TGV. Dizem que nos faz falta uma ligação a Madrid. Para ir aos caramelos não precisamos de TGV. E o Cristiano Ronaldo não anda de comboio. Outros especialistas dizem ainda que é fundamental a ligação Porto-Lisboa. Acho desnecessário gastar tanto dinheiro em algo que só será usado para ir ao Rock in Rio e para ver a Red Bull Air Race. Nos transportes marítimos é a vergonha que se sabe com os desvios no pagamento dos submarinos. Perdeu-se o rasto a cerca de 700 milhões de euros. O que é absolutamente normal. Quem nunca perdeu uns trocados que atire a primeira pedra. Esses 700 milhões de euros que "afundaram" equivalem praticamente à mesma quantia que iremos mandar para a Grécia porque os pobres coitados dos gregos estão em crise... E como temos uma economia fortíssima vamos doar esses míseros patacos. Mas, ao contrário de muita gente que tem criticado este "donativo", eu até acho bem que se faça tal coisa. Primeiro, porque mesmo que não concordassemos, seríamos obrigados a fazê-lo na mesma por causa de uma tal de União Europeia. É que fazer parte da U.E. não é só andar a "mamar" fundos comunitários. Também há contrapartidas. E em segundo lugar, é preciso que se veja este "donativo" não como uma despesa mas antes como um investimento. Com este dinheiro, a Grécia há-de recuperar e os 700 milhões levam marcados um V de "volta". E como vamos agravar ainda mais a nossa economia, daqui por uns tempos somos nós a receber esses milhões todos da União Europeia. Fazemos um "all-in" sabendo que a Banca irá ter piedade de nós.
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