segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Auras diverberat...

Muito se tem falado sobre a Ministra da Educação. E quase sempre as palavras sobre a senhora e o seu ministério são tudo menos agradáveis. Critica-se o estado da Educação em Portugal, questiona-se o nível de conhecimentos dos alunos portugueses. E a área onde mais se fala em sub-rendimento é a Matemática, para não variar. Números e contas, as grandes perdições dos portugueses. A culpa de tanta ignorância deve-se também, como não podia deixar de ser, à crise. O facto de os portugueses não terem dinheiro para gastar, o problema de não terem nada nos bolsos além de lenços sujos por causa da Gripe A, leva a um grande retrocesso na evolução da mentalidade científica dos portugueses. Quando tinhamos pouco dinheiro éramos uns especialistas na área porque estavamos obrigados a fazer inúmeras contas para saber quando e onde investir uns míseros patacos. Mas agora que já não temos nada, essa questão já não se coloca. Há uns anos atrás estavamos de tanga. Agora, até isso nos tiraram. E, como é óbvio, quando estamos nus a última coisa que nos passará pela cabeça serão números e contas. Mas também estou a ser injusto e quiçá exagerado. Os políticos tiraram-nos a tanga mas em contrapartida deram-nos o rendimento social de inserção. Deixam-nos nus e dão-nos dinheiro. Isto é o mais flagrante caso de prostituição social desde o Grito do Ipiranga. E a aposta no Simplex em detrimento do clássico Correio Postal, também serve para nos rebaixar mais ainda: depois de sermos abusados pelo Governo, acordamos e encontramos dinheiro não na mesa de cabeceira, mas na conta bancária. Pior que nós em contas, só mesmo no Afeganistão. Já tinha começado a desconfiar disso quando começaram a enviar para lá alguns agentes da Guarda Nacional Republicana. As suspeitas confirmaram-se quando se ficou a saber que nesse país uma simples recontagem dos votos eleitorais demoraria qualquer coisa como seis semanas... São bem mais rápidos a planear atentados.

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