Afinal, quem é que anda travestido? O Sócrates dizia que era o Jornal Nacional. Por seu lado, o Marques Mendes disse que o PS é que anda travestido. Esta campanha eleitoral acaba por ficar marcada por homens que se vestem de mulheres. O que me preocupa é o seguinte: que casas de reputação duvidosa é que os nossos políticos andam a frequentar para tanto falarem de travestis? Será que a crise já chegou à classe política ao ponto de os nossos políticos já não terem dinheiro para as tradicionais prostitutas? Vão passar a andar com travestis? Por isso é que eles já querem adoptar o casamento homossexual. É que o aspecto negativo de experimentar coisas diferentes é mesmo o de se ficar a gostar. Contudo, esta alegoria do travesti até encaixa muito bem como a verdadeira imagem do real estado do país: estamos mascarados de uma coisa que não somos, andamos a tentar mostrar que somos uma nação desenvolvida quando estamos muito atrasados; a maquilhagem, por muito que se use, não disfarça as imperfeições naturais, por isso não adianta construirmos aeroportos, linhas do TGV e auto-estradas pois isto não faz com que o dinheiro nos apareça nos bolsos; e, tal como os travestis, Portugal tem algo na sua intimidade que, por muito que se tente esconder, acaba sempre por ser notada, que é o défice das contas públicas. Somos um país travestido recheado de políticos mascarados. Mas é bom notar que os nossos políticos também vão evoluindo, que não falam sempre das mesmas coisas a que já ninguém liga tipo saúde, educação ou economia. Até esse dinossauro da política e criminologia portuguesa chamado Valentim Rex Loureiro vem falar em espermatozóides. O nível de linguagem da política aproxima-se a passos largos do nível das conversas de café. O que aumentará claramente o interesse pela política. Mas se o Marques Mendes é realmente um espermatozóide que anda por aí perdido, é bom que o Ministério Público averigue quem foi o ordinarão que o soltou em público. É um fluido natural, sim senhor; é biodegradável, também; mas fazer essas coisas em público é que não pode ser. Sendo a política um mundo de homens, estas bocas de travestis do Sócrates e do Marques Mendes deixam uma dúvida no ar: será que a Manelinha é mesmo uma mulher?
sábado, 26 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Escutas ou voyerismo?
A curiosidade afinal não é apenas um grande defeito das camadas mais baixas da sociedade. Onde menos se espera haverá sempre alguém atento às conversas, aos movimentos... Para logo de seguida contarem tudo o que se passou, ponto por ponto, vírgula por vírgula. Até no Palácio de Belém temos bufos. Depois de o acessor do Presidente da República ter sido demitido por alegadamente andar a vigiar o Cavaquinho, fica-se com a ideia de que vivemos num Big Brother, onde todos os nossos movimentos são controlados por um ser invisível. Mas fica a pergunta no ar: não haverá gente mais interessante para vigiar do que o Presidente da República? Tudo bem que ele é a pessoa mais importante do Estado, mas acho que as conversas dele devem ser tudo menos interessantes. E os momentos de intimidade entre o Cavaco e a Maria não devem ser, com certeza, um bom espectáculo. Porém, há fetiches e fantasias para todos os gostos. Só que este tipo de voyerismo é estupidamente ridículo. Não controlem mais políticos. A vida deles é simplesmente um tédio. Se as suas rotinas diárias fossem como a do Berlusconi, aí sim teríamos grandes espectáculos. Porque em Itália é que a Lei da Paridade é bem aproveitada. Elas são escolhidas a dedo, atendendo aos seus "volumosos" talentos. Ninguém conseguiu entender esta atitude do Cavaco precisamente porque não deu explicação nenhuma, logo ele que tanto gosta de falar quando não deve. O mistério fica no ar. Quanto a nós, comuns e anónimos cidadãos, temos de ter cuidado com as nossas conversas. Se ouvirem ruídos estranhos no telemóvel durante alguma chamada, não se apoquentem. Provavelmente, isso deve-se ao facto de terem um telemóvel muito fraco.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Bonum summum...
Mais uma bomba vinda directamente da TVI, mas desta vez não está relacionada com a extinção de um jornal: a Júlia Pinheiro disse numa entrevista o seguinte que passarei a citar: ""Uma canção para ti" é aposta de continuidade"! Porque será que deste canal não sai nada em condições, nada que ajude o país? Até a Selecção passou a ter dificuldades desde que os jogos passaram a ser transmitidos pela TVI. Como este canal pertence a uma empresa espanhola, mais ênfase ganha o adágio de que de Espanha nem bom vento nem bom casamento. Mas esta revelação da Júlia Pinheiro é algo tão grave que ameaça até desviar as atenções sobre as campanhas eleitorais. Vamos ser obrigados a ver mais uma centena de emissões deste programa horrível e cansado. Já não bastava termos o tempo de antena e aqueles programas eleitorais? Para piorar a situação, o Manuel Luís Goucha vai fazer dupla com a Júlia Pinheiro. Isto é um enorme atentado ao pudor. Este tipo de programas destroiem as noites dos nossos fins-de-semana. A televisão portuguesa em canal aberto durante esse período de tempo é mais que miserável, dado que os outros canais também irão manter programas do género para haver concorrência. Concorrência para saber qual será o programa mais parvo, onde as pessoas fazem mais figuras de urso. Aos sábados e domingos à noite, a nossa televisão é inundada por pessoas que cantam pior que a Floribela e por pessoas que dançam bem pior que eu... Com estes programas não acaba o Sócrates...UPS! Queria dizer era a direcção da TVI... Já não chegavam as trezentas novelas por dia? Parece que não. Vamos ser obrigados a ver novamente um grupo de frustrados que sempre sonharam ser o novo Emanuel. Ou então umas jovens armadas em santinhas, que choram por criancinhas passarem fome e acabam a pôr silicone nas mamas e a aparecerem em revistas pouco católicas. Era preferível que voltassem os Big Brother's. Porque lá os animais sempre estavam em cativeiro.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Auras diverberat...
Muito se tem falado sobre a Ministra da Educação. E quase sempre as palavras sobre a senhora e o seu ministério são tudo menos agradáveis. Critica-se o estado da Educação em Portugal, questiona-se o nível de conhecimentos dos alunos portugueses. E a área onde mais se fala em sub-rendimento é a Matemática, para não variar. Números e contas, as grandes perdições dos portugueses. A culpa de tanta ignorância deve-se também, como não podia deixar de ser, à crise. O facto de os portugueses não terem dinheiro para gastar, o problema de não terem nada nos bolsos além de lenços sujos por causa da Gripe A, leva a um grande retrocesso na evolução da mentalidade científica dos portugueses. Quando tinhamos pouco dinheiro éramos uns especialistas na área porque estavamos obrigados a fazer inúmeras contas para saber quando e onde investir uns míseros patacos. Mas agora que já não temos nada, essa questão já não se coloca. Há uns anos atrás estavamos de tanga. Agora, até isso nos tiraram. E, como é óbvio, quando estamos nus a última coisa que nos passará pela cabeça serão números e contas. Mas também estou a ser injusto e quiçá exagerado. Os políticos tiraram-nos a tanga mas em contrapartida deram-nos o rendimento social de inserção. Deixam-nos nus e dão-nos dinheiro. Isto é o mais flagrante caso de prostituição social desde o Grito do Ipiranga. E a aposta no Simplex em detrimento do clássico Correio Postal, também serve para nos rebaixar mais ainda: depois de sermos abusados pelo Governo, acordamos e encontramos dinheiro não na mesa de cabeceira, mas na conta bancária. Pior que nós em contas, só mesmo no Afeganistão. Já tinha começado a desconfiar disso quando começaram a enviar para lá alguns agentes da Guarda Nacional Republicana. As suspeitas confirmaram-se quando se ficou a saber que nesse país uma simples recontagem dos votos eleitorais demoraria qualquer coisa como seis semanas... São bem mais rápidos a planear atentados.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Vestis virum facit...
Chama-se Lubna Ahmed al-Hussein e nasceu no Sudão, esse belo país que há-de ficar em algum ponto do planeta Terra. O que torna esta mulher especial? Trata-se de uma jornalista que escapou a 40 chicotadas. Bem sei que apenas isto não a tornaria especial. Aqui em Portugal também há muitos jornalistas que mereciam bem mais chicotadas. A Manuela Moura Guedes e o seu escudeiro Vasco Pulido Valente seriam das primeiras pessoas a saborear o chicote. Mas Lubna foi notícia por ter sido condenada a uma multa de 140 euros por usar calças, multa essa que se transformou em dias de cadeia por ela se ter recusado a pagar. O tribunal sudanês considerou que as calças são "roupa indecente". A alguns milhares de quilómetros do Sudão, num país chamado Portugal, acontece precisamente o oposto. No país de Afonso Henriques, o tal que batia na mãe, há mulheres a serem perseguidas e condenadas por tirarem as calças. Continuam as investidas contra as casas de "companhia fácil", sendo presas e até deportadas algumas das trabalhadoras que muito suam para garantir o seu salário. Esta será talvez a maior diferença cultural entre Portugal e o Sudão, o uso ou o não uso das calças. Se a globalização é uma realidade, vamos ter de chegar a um consenso com o Sudão. E nesta história nós é que estamos mal. Temos de deixar em paz as mulheres que gostam e querem tirar as calças. Será a solução para ultrapassarmos a crise. Ou então para não pensarmos nela. Estamos a ser demasiado conservadores. Até porque as pessoas que condenaram e continuam a condenar essas mulheres, são as primeiras a recorrer a essas casas alternativas na procura da "equidade". Aprendamos com os sudaneses. Eles é que sabem. Vamos punir as mulheres que usem calças. Mas não é puni-las com chicotadas porque para muitas delas isso não será propriamente um castigo. As mulheres que usarem calças não poderão ir às compras. Deve ser castigo suficiente.
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