quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Caper emissarius...

E de repente só se ouvia: "Crucifica-os! É mandá-los para a fogueira!" Não, não estou a falar dos assaltantes do BES nem dos nossos ministros, mas sim dos atletas olímpicos. Toda a gente se queixa de que só foram para a China gastar o dinheiro dos contribuintes. E depois? Tivemos 23 "iluminados" na Austria e na Suiça a fazer o mesmo e construiu-se um estádio no Algarve que não serve para nada com esse mesmo dinheiro. Mas parece que a partir de agora nas declarações de IRS vai ser incluída uma cláusula do género: "Concorda que uma parte destes valores retidos sejam aplicados na preparação desses demónios esbanjadores que são os atletas olímpicos?". Nem entendo o porquê de tanto barulho por estarem a gastar dinheiro na China quando aqui em Portugal se gasta muito mais dinheiro em lojas e restaurantes chineses.
Razão tem o Marco Fortes (que tem uma bolsa mensal desde Janeiro para preparar os Jogos Olímpicos de 500€ mensais... Que fortuna!!! ), esse "famoso" atleta português que disse que à hora que lançou ( 10 da manhã...) ele estava bem era na caminha... E é de realçar o facto de ele utilizar o diminutivo para se referir à cama, o que traduz toda aquela intimidade que nós portugueses temos com essa peça de mobiliário. Muita gente o tem criticado mas o Marco Fortes é que sabe! Ninguém no seu perfeito juízo anda a atirar pesos na China às 10 da manhã. A única coisa que se atira por lá a essa hora são tibetanos, por aquelas montanhas abaixo.
O Marco Fortes devia era candidatar-se a Primeiro Ministro e tornar também obrigatória a sesta. Passavamos a dormir até ao meio-dia, acordavamos para almoçar e depois ainda tinhamos direito à sesta antes de ir trabalhar apenas umas horitas ao fim do dia. Era bom, não era? Se bem que para mim já não ia fazer diferença, é essa a minha rotina diària...
Pior que o Marco Fortes, que eu não conhecia de lado nenhum mas que passei a admirar, teve a Naide Gomes que tinha a "obrigação" de ganhar e resolveu tirar férias mais cedo. A essa ninguém critica quando no último salto mais parecia que estava a jogar à famosa "macaca"... Dias maus acontecem.
Já cá faltavam os bodes expiatórios...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Bellum,pax rursum...

Guerra, e novamente a paz! Agora que já estava todo o país empolgado com uma verdadeira cena de filmes americanos, um assalto a um banco com direito a reféns e tudo, eis que a cena termina num àpice. Interromperam tanto tempo as novelas durante o dia para mostrarem apenas uns milésimos de segundo de acção. Ao menos acabou tudo bem, como nos filmes. Mortos os maus e salvos os bons. Esperem aí! Os reféns trabalhavam no banco? Então não há bonzinhos na história, é tudo vilão...
Por outro lado, há coisas que também não se fazem, mesmo a ladrões. Quer dizer, anda um grupo de gatunos a desperdiçar muito do seu valioso tempo a determinar qual o banco que vão assaltar para depois lá chegarem e repararem que o único dinheiro que por lá havia estava na carteira dos funcionários. Não se faz a ninguém. É preciso ter azar! Tanto banco por aí a explorar o "pobão" e eles escolhem um que não tem dinheiro. Não se pode mesmo confiar num banco. Já nem é seguro que tenham dinheiro. Era como assaltar uma gasolineira em que o único dinheiro que havia no local estaria naquelas máquinas automáticas de café. Não tem lógica e o gatuno sai claramente prejudicado. Há uma alteração substancial dos factos que prejudica o arguido, logo isto é inadmissível!
Uma coisa engraçada de ver foi um vídeo que um canal televisivo mostrou sobre uma anterior situação com reféns, onde aparecia a figura mitológica do negociador em plena acção. Então, dava para ouvir perfeitamente a técnica utilizada pelo negociador que noutra situação qualquer seria do mais cómico possível. Quer dizer, mesmo naquela situação foi bem cómica, diverti-me à brava a ouvir a repetição. O típico negociador à portuguesa. Falar calmo, tranquilo, voz de locutor do "Oceano Pacífico"... E de repente lá surgia um "Eh,pá!". Destas expressões não tem eles lá na América. Qual Horatio Caine, qual quê! E dava gosto atentar no carinho e na intimidade entre negociador e gatuno que, de tão mal educado, nunca respondeu. Nem depois de morto... Tanta má-educação numa só pessoa... Então era o negociador a dizer coisas do género :"Ó Bruno, porque eu sei que a vida é difícil e complicada para todos, que isto não é fácil..." Confesso que durante momentos já nem sabia se estava a ouvir um negociador ou um catequista...

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ab ante...

Chegamos a Agosto, mês de férias e de mais calor, mês dos emigrantes, em que há uma pessoa a falar francês em cada dez metros quadrados. Só ainda não percebi o porquê de falarem francês quando falam e muito bem o português. Acham aquela língua gira? Nem dá gosto falar francês. Um palavrão dito em francês soa a elogio. Uma grande discussão, em altos berros, em francês mais parece um arrufo de namorados, uma coisa muito "soft". E então se for só entre homens, de mal a pior. Olhem o caso do Obélix. Um matulão enorme, corpulento, de bigode... e que depois fala francês! Não combina.
Por falar em Obélix, na semana passada estava eu muito descansado a ver aqueles deprimentes programas da tarde, porque até hoje ainda não consegui perceber qual é o pior, o mais deprimente, parvo e estúpido, quando o programa é interrompido (e o meu sono também...) com a notícia de que o Presidente da República iria fazer um comunicado ao país no horário dos telejornais e não se sabia qual era o assunto. Um verdadeiro choque! Já nem dormi mais. Fiquei a pensar que estaríamos prestes a perder a Independência, que o Cavaco iria puxar o tapete ao Sócrates, ou o pior de tudo, que o Cavaco viesse falar de futebol! Tanto barulho, tanta especulação e segredo para depois vir falar em inconstitucionalidades (xiii, que palavrão!) sobre temas relacionados com os Açores. Como dizem algumas pessoas que eu conheço, não havia necessidade por dois motivos: primeiro, porque um quarto da população não sabe onde ficam os Açores; segundo, porque dois terços da população não sabem o que é isso de "inconstitucionalidade". A minha avó pensava que era uma doença.
Já se diz por aí que o Presidente da República só fez o comunicado porque a Maria lhe disse que ele já não aparecia à muito tempo na televisão e que era pena porque ele ficava muito sensual no ecrã... Opiniões.
Era escusado. Da próxima vez que sair um comunicado a dizer que o Presidente da República vai fazer um discurso à Nação, nem que ele venha dizer que se descobriu petróleo no Palácio de Belém, já ninguém vai ligar.