terça-feira, 8 de julho de 2008

In vino veritas...

Depois de ter feito a frequência desta peculiar cadeira e de ver tudo o que se passou naquela sala, ainda fiquei mais incrédulo e parvo (vá, mais um bocadito...). Mas porque raio é que precisamos de História da Cultura Portuguesa? Não havia cadeira mais parva e sem sentido para o pessoal de Direito? Não podíamos ter, por exemplo, Culinária? Sempre nos dava mais jeito.
Pergunta 1:Faça uma reflexão sobre as diferentes interpretações sobre o "relativismo cultural"... E o que tinhamos de responder? Que a cultura e o conceito de cultura são relativos? Nos códigos não aparece nada disso...
Pergunta 2:Caracterizar a arte e a problemática da fachada na figura... Bom, em 1º lugar, pôr pessoal de Direito a olhar para uma fachada e tentar perceber quais são os estilos arquitectónicos presentes, já tem muito que se lhe diga. Aliás, vai ser muito útil no nosso futuro percebermos à entrada de um tribunal se a fachada do edifício é de estilo gótico, barroco ou manuelino... O advogado que acertar primeiro tem direito a mais um articulado... Ou a mais 5 testemunhas... Como se isto já não fosse mau, o prof ainda coloca uma imagem a preto e branco, muito mal nítida, da fachada da Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta... Não me perguntem onde isso fica. Se o prof não tem dito que se trata de um monumento português, eu ia achar que estava a ver um monumento qualquer da India. A única altura em que devíamos utilizar a palavra fachada devia ser para descrever esta cadeira. Era um bom adjectivo.
Pergunta 3:Mostre que a literatura da época barroca reflecte sobre os problemas portugueses... Bom, apesar de nessa altura ter uns 5 anos (!), ainda não sabia ler... Ainda não me interessava muito por pesquisas na net, não andava metido nestas coisas da blogosfera, por isso é complicado estar a falar da literatura barroca e dos problemas da época. Mas se aconteceu em Portugal, os problemas já deviam ser os mesmos que sofremos neste momento: muito desemprego, preço do petróleo a subir e o Benfica a não ganhar nada. Não sei em que lugar ficamos no Europeu nessa altura, mas tenho a certeza que não ganhamos. E a culpa não deve ter sido da Nereida. Porque com argumentos como os que ela tem, ninguém se importava de estar "sob o jugo espanhol". Se Filipe de Espanha tivesse controlado o país com Nereidas, a malta da altura não ia querer a restauração da Independência. Era menos um feriado, mas ninguém se ia importar.
Pergunta 4:Caracterizar o estilo musical de Carlos Seixas... Esta é a minha preferida. O estilo musical de quem??? Nem sabia que esse gajo alguma vez existiu. O único Carlos Seixas que conheci até hoje foi um jogador de Basquetebol do Benfica e esse segundo se consta não tinha lá grandes dotes musicais. Aqui se nota logo a má fé do professor. Com tantos nomes sonantes da música portuguesa como Tony Carreira, Toy, ou mesmo a Àgata, tinha logo de escolher um que era organista na Sé de não sei onde e que se dedicava à música litúrgica. Depois admira-se que ninguém acerte nestas perguntas. A verdade é que não sei quantos CD's lançou esse senhor, nem qual foi o seu maior sucesso... Talvez o "A minha tecla é o Senhor", o "No meu órgão com Ele", ou o "Perfume de outro Senhor"... A minha cultura musical não é mesmo grande coisa. O prof é que tem razão.
Pergunta 5:Como vemos o pensamento de Luís António Verney no contexto da cultura portuguesa/ cultura europeia da segunda metade do século XVIII? Uma pergunta tão grande para uma resposta tão directa que é: Não faço a mínima ideia. Ainda cheguei a confundir este Verney com Júlio Verne, o tal da Volta ao Mundo em 80 dias. Mas como em todas as perguntas deste género em exames, o que interessa escrever é:"Vejo bem. Gostei muito dele, foi uma pessoa importante. Acho que era Doutor e tudo! Foi muito influente na época dele. Merecia uma estátua. É mais um dos que não são reconhecidos neste país. Só dão valor ao Big Brother e esquecem uma pessoa que escreveu esse best-seller chamado "O verdadeiro método de estudar"... Este país é uma vergonha e não merecia uma pessoa dessas. A culpa é do Sócrates!"
Pergunta 6:Fazer uma abordagem crítica às 2ª e 4ª Conferências Democráticas do Casino... Ah, que azar... E eu que só tinha estudado as 1ª e 3ª Conferências. Nunca fui muito frequentador de Casinos, isso é para esses viciados no jogo como o Antero de Quental e Eça de Queirós que só estavam bem nas Slots a estourarem o dinheiro que ganhavam com os livros. Nem sabia que já se faziam conferências nos casinos... Deviam ser conferências jeitosas, engraçadas... Recheadas de "fruta da época e de café com leite". O único aspecto positivo dos casinos é o preço da alimentação, que é bem inferior aos dos locais "normais". Como também não tenho o hábito de me meter na vida dos outros, naõ faço a mínima ideia do que se terá passado realmente nessas conferências de viciados no jogo. Mas de certeza que não foi para falar de problemas do género: falta de identidade dos portugueses ou Realismo em contraposição ao Romantismo em Portugal. Isso não lhes interessava de certeza.
Foi o primeiro prof a não deixar o pessoal sentar-se junto à parede. Estranho. Que mal tem a parede? Costuma-se dizer que as paredes têm ouvidos não é boca... Elas não respondem... Acho eu...
Perante estas questões, só me resta perguntar: Mas que raio é que isto tem a ver com Direito?
No vinho encontrarás a verdade... Não é, Bigodão?

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