terça-feira, 31 de março de 2009

Gens egregia...

Parece que a Organização Mundial de Saúde anda preocupada com a fácil propagação de uma doença em território português. Segundo os dados da Organização, trata-se de um vírus "inteligente", que ataca sobretudo bancários e banqueiros, provocando-lhes graves crises de amnésia. O estudo começou quando se iniciaram as investigações sobre os possíveis desvios de dinheiro por parte de bancários para paraísos fiscais. A frase mais escutada nos interrogatórios foi: "Não me lembro...". São confrontados com documentos que contêm as suas assinaturas e o que eles dizem é: "Realmente, é a minha assinatura mas não me recordo de ter assinado isso". Cuidado! Se isto for contagioso, um dia destes vamos a uma qualquer caixa de multibanco para levantar dinheiro, somos atacados pelo vírus e desataremos a fazer transferências bancárias para paraísos fiscais... Mas tudo isto sem termos consciência do que estaremos a fazer.
Por outro lado, o BBC Vida Selvagem passou um episódio sobre migrações. Como não tinha nada para fazer, perdi um bocado de tempo a ver o episódio. Então, começaram a falar das andorinhas, esse belo animal que procura os países mais quentes, partindo em bando para outras regiões do planeta... E o animal de que falaram a seguir foi:... o presidente de junta de freguesia! Parece que este animal também procura as zonas mais quentes para fugir à crise. Quando se sentem apertados pelos predadores, eles levantam voo, atravessam o oceano, para nidificarem do outro lado do Atlântico. É um fenómeno cada vez mais vulgar. E ninguém faz nada... Eu, como ser iluminado, tive acesso à verdadeira carta de despedida de um presidente de junta aos seus concidadãos. Ei-la:
"(A verdadeira) Carta aberta de Francisco Esperto (Xico Esperto para os amigos), presidente da junta de freguesia de Fal Catrua:
Caros Falcatruenses:
É com todo o prazer, orgulho e satisfação que me dirijo a vocês daqui onde estou, algures no Brasil. Prazer, porque estou muito bem instalado à sombra, à beira-mar, tomando uma àgua de côco, com Jucyneide espalhando-me bronzeador pelo corpo todo; orgulho, porque vos passei a perna a todos, conseguindo trazer uma verdadeira fortuna, deixando as vossas finanças ao nível dos golos da Selecção, ou seja, a zero; e tristeza, porque com a precipitação da minha viagem acabei por me esquecer da Mimi, a minha cadelinha, nesse vosso fim do mundo... Coitadinha.
Apesar de ter dito que a viagem fora precipitada, não pensem que não foi nada planeado de modo a suspeitarem de que pratiquei algum tipo de crime. Nada disso. Esta viagem já estava a ser planeada há muito tempo, com muita antecedência. Foram várias as noites em que sonhei acordado com este momento. Só não sabia era quando é que tinha de partir. Mas quem tem amigos tem um tesouro, como dizia o santo meu pai, e quando recebi uma chamada do Ezequiel, o da PJ, a dizer que era melhor viajar dentro das três horas seguintes, nem pensei duas vezes. Percebi logo que o Ezequiel tinha sido abençoado com uma visão! Porque passadas 3 horas lá estava a PJ a arrombar-me a porta. Vinham para me assaltar! Mas, graças ao Ezequiel, hoje estou bem e de saúde.
Um dia estava a ver televisão quando surgiu um anúncio publicitário que dizia: "Se eu não gostar de mim, quem gostará?". E a partir desse momento algo mudou em mim. Durante dias esta frase bonita não me saiu da cabeça. Ora, como isto não me saía da cabeça, houve algo que teve de vos sair dos bolsos... Passei a pensar mais em mim, a gostar mais de mim. E quanto mais tempo passava, mais eu gostava de mim e mais aumentava o saldo da minha conta nas Ilhas Caimão.
Não pensem que esta é uma viagem sem retorno. Nada disso! Apenas vim procurar mais formação para, quando voltar, vos poder servir melhor. Amanhã, por exemplo, vou ter 3 horas de formação com a Fátima Felgueiras, que me vai explicar como fazer desaparecer dinheiro e conseguir com que as pessoas nos adorem.
Para verem como não páro de pensar um segundo em vocês, a partir da próxima semana assumirei o cargo de Prefeito de Vila Jerupiga, aqui no Brasil, e a primeira coisa que farei será mudar o nome desta terriola para Fal Catrua, de modo a poder homenagear-vos e mostrar toda a minha gratidão e carinho à terra que fez de mim o que sou hoje.
Investirei fortemente em infra-estruturas públicas aqui, para que não possam dizer que em Fal Catrua não se constrói nada. Porque esta irá ter tudo do bom e do melhor.
Só fiquei extremamente desiludido com esses boatos maldosos que espalharam por Fal Catrua, insinuando que utilizava os trabalhadores da junta para fazer obras lá em casa. Que grande calúnia! Esses senhores apenas me deram uma mãozinha numas coisas que tinha de fazer em casa. Mas tudo como amigos! Porque eles são meus amigos! E não podem os amigos ajudarem-se uns aos outros num momento de necessidade? Tudo bem que esses trabalhos foram efectuados de segunda a sexta, das 8 da manhã às 6 da tarde. Mas é que depois dessa hora e durante os fins de semana costumavamos ter aquelas discussões normais entre pessoas e deixavamos de ser amigos. Mas à segunda feira, às 8 da manhã, lá faziamos as pazes.
Despeço-me, com todo o carinho, de todos vocês falcatruenses, com a promessa de que um dia voltarei. Sim, porque quero trazer a minha Mimi para junto de mim. Até lá, espero que o Zé Quintas trate bem dela senão um dos meus novos capangas irá "bater um papo" com ele.
Cumprimentos ao nosso pessoal."

terça-feira, 24 de março de 2009

Fallendi ars...

Tanto barulho, tanta confusão, tanto pandemónio por causa de uma "cerveja no Algarve" que até não se deu a devida importância à chegada da Primavera. Começam a chegar os dias de Sol, dias mais longos e noites mais curtas, as andorinhas que chegam e fazem os ninhos, deixando tudo sujo...
Mas nem tudo são rosas! A Primavera também tem os seus espinhos. O pólen já anda por aí espalhado! Contudo, além do pólen, há outras coisas preocupantes que ameaçam a paz, segurança e a integridade física de todos nós. Aparecem, nesta época, umas criaturas vindas dos países de Norte, especialmente da Noruega, criaturas essas que são extremamente silenciosas, que atacam pela calada da noite, apanhando as pessoas totalmente desprevenidas. Estes seres atacam essencialmente os espécimes masculinos, sugando-os à traição. Aproveitam-se do momento em que os homens estão a repousar, a dormitar, completamente vulneráveis, para os despirem da cintura para baixo e explorarem os seus corpos indefesos, desonrando-os. O primeiro caso conhecido de um ataque da chamada "bifa norueguesa" ocorreu precisamente à quatro anos atrás, em Abril de 2005, quando um desconhecido de 31 anos acordou, tendo reparado que uma dessas criaturas estava com "a boca na botija", sugando violentamente a "mangueira do jardim". Mas o lesado conseguiu identificar a agressora e acabou por ganhar em tribunal, queixando-se de violação. Agora sim, começo a acreditar que a igualdade de sexos já não é uma realidade muito utópica. Como se costuma dizer, aqui em Portugal, há muita gente que paga para ser atacado desta forma. E na Noruega eles são atacados e ainda ganham dinheiro com isso. Fantástico. Homens, tenham cuidado! Fechem as janelas e se por acaso forem acampar levem o cinto de castidade... Pelo seguro. Depois de uma notícia destas, deixamos de dormir tão descansados... Porque os potugueses passaram a esperar ansiosamente pela norueguesa.
Mudando de assunto, e porque a vida não é apenas doce mas por vezes também é salgada, fomos informados de que a Assembleia da República está a debater a regulamentação da quantidade de sal no pão. Mais um grande golpe do tio Sócrates! Este homem é um génio. Quer limitar o teor de sal no pão a um máximo de 0,014 gramas de sal por quilo de pão. Ora, o pão português, um dos melhores do mundo, tem em média entre 0,005 e 0,012 gramas por quilo. Ou seja, esta regulamentação serve para absolutamente nada. É só para "encher pneus". Com tanta coisa importante para debater, com tantas soluções que são necessárias encontrar para enfrentar a crise, e estão os deputados na Assembleia a falar de pão. Sócrates "atira o pão" para a Assembleia para ir distraindo a oposição e os portugueses dos verdadeiros problemas do país. Estamos perante uma moderníssima versão do "Pão e Circo", que foi criada pelos romanos para tirarem a liberdade do povo, distraindo-o e fazendo-o esquecer os conflitos. Sócrates está a fazer o mesmo. "Lançou o pão" para o "circo" que vai na Assembleia... E os portugueses a verem... É a arte de enganar...


sexta-feira, 13 de março de 2009

Est modus in rebus...

Lei da Paridade. Depois de me ter aparecido este tema, há uns anos atrás, numa frequência de Constitucional, eis que no presente dia fui novamente bombardeado com tal assunto.
Para aqueles (muito) poucos que não sabem a que se destina esta lei, basicamente resume-se à obrigatoriedade de todas as listas de candidatura à Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais, terem a representação mínima de 33,3% de cada um dos sexos na referida lista. Ou seja, cada uma destas listas deverá conter pelo menos 1/3 de homens e 1/3 de mulheres.
Uma grande asneira que se está aqui a cometer, na minha muito humilde opinião, claro está. Vamos estar a privilegiar o sexo da pessoa em vez da competência, em alguns casos. Imaginemos uma lista de 9 pessoas, sendo 7 homens e 2 mulheres. O que vai acontecer com esta aprovação? Um dos homens terá de ser retirado da lista para se incluir forçosamente uma mulher, não por ser competente mas porque não há outra solução. E no caso contrário também, no caso de uma lista com 7 mulheres e 2 homens. O requisito da competência, o mais importante na minha opinião, passará para segundo plano pois as regras da paridade terão de necessariamente ser observadas. Não concordo. Uma pessoa quando cria uma lista deve rodear-se de pessoas competentes e não de ter de optar por um homem em vez de uma mulher ou vice-versa apenas porque os iluminados deputados assim decidiram. Significa que, porventura, teremos de retirar duma nossa lista uma pessoa da nossa confiança para incluir outra pessoa com quem não tenhamos a mínima garantia de confiança e competência para que a mesma lista possa respeitar os requisitos necessários. Isto nem tem nada a ver com igualdades, como tanto se apregoou. O famoso artigo 13º da Constituição diz que ninguém pode ser prejudicado em razão do sexo; mas também diz que ninguém pode ser privilegiado. E, nesta situação, haverá muita gente a sair beneficiada pelo simples facto de ser do sexo oposto. Sexo acima da competência! Um bom slogan de campanha...
Bom, esta foi a parte séria e a parte em que 90% daquilo que penso sobre este tema foi dito. Agora vem a parte dos 10% que faltam. Aviso já aqueles seres facilmente irritáveis, vulgo mulheres, de que não devem ler mais que isto. O aviso está dado, depois não quero reclamações.
Bem, continuando na linha de raciocínio sobre a lei da paridade, isto só mostra que aqueles personagens da Assembleia da República são mesmo uns mulherengos do pior. De facto, o que todos os homens querem é ter no local de trabalho o maior número possível de mulheres. É normal. Está na nossa natureza. Assim sendo, e dado que dos 230 deputados apenas 64 são mulheres, nada melhor que promulgar uma lei para as colocar na Assembleia. Como os grupos parlamentares teimam em colocar a pouca competência que há neste país em vez de olhar a sexos, os deputados lá arranjaram uma forma de embelezar a Assembleia. Assim os debates até tem mais interesse. Não pelo que se dirá, mas pelo que se poderá ver. Agora estamos num mínimo de 1/3. Mas não deve demorar muito a estar em metade-metade. Até as deputadas com mandato neste momento votaram a favor. É que havendo mais mulheres por lá, também aumentarão de forma exponencial as probabilidades de grandes cusquices de bastidores. Elas gostam de se juntar e falar mal umas das outras. Ambos ficam contentes. Mas aquilo vai dar para o torto na Assembleia...
Tudo tem limites... Ou não.

sexta-feira, 6 de março de 2009

De bonis asportatis...

Às vezes tenho dificuldade em saber se estou a ver um episódio do Telerural ou se estou a ouvir as últimas notícias cá da freguesia, aldeia ou lá como isto se designa. Depois dos assaltos à ourivesaria (sim, porque só temos uma...), do tiroteio em pleno centro da "cidade" e dos incêndios em fábricas, agora temos um novo tipo de crime que, segundo os especialistas, poderá proliferar na primeira metade do século XXI, naquela que se pensava ser a mais segura aldeia de Portugal. Fui informado há pouco tempo, de fonte completamente segura e fidedigna, que se registou o primeiro caso de "Bikejacking". Já houve "burrojacking", "carjacking", "dogjacking" e até mesmo "catjacking", mas "bikejacking" é algo que ainda não tinha ocorrido. Nota-se claramente que esta gatunagem de hoje em dia é claramente mais inteligente e evoluída do que aquela que existia há coisa de dez dias atrás. Verifica-se um enorme progresso.
Os habitantes da aldeia (bairrenses, para quem não sabe...) já começaram a desconfiar de todos os edifícios que tenham alguma luz acesa depois da meia-noite. No passado, dissemos piadas sobre a oficina que tinha as luzes acesas às duas da manhã e passada uma semana estava lá a P.J., essa malta incoveniente que aparece sem ser convidada e sobretudo sem avisar. É falta de educação. Dessa vez foi encontrado por cá o jipe do Derlei. Agora, talvez se encontrem por lá as bicicletas da equipa de ciclismo do Glorioso. Aquelas que desapareceram misteriosamente. Ou foram os bikejackers de Bairro ou foram os donos...
Bem, o fundamental é informar os conterrâneos de que andam a desaparecer bicicletas. Temos testemunhas que apanharam o gatuno em flagrantíssimo delito. Algumas dizem que o selim ainda nem tinha arrefecido do uso anterior. Não vou colocar nomes devido ao segredo de justiça, mas o suspeito tem cerca de 1,65 metros, é magro e costuma passar todas as noites, por volta da uma da manhã, na principal rua de Bairro (a minha...), falando sozinho, a tocar harmónica e a dizer que é melhor que o Tony Carreira. Não tenho problemas com o que aqui descrevi porque o referido gatuno não sabe ler, além de que ainda encaixa um razoàvel número de pessoas nesta descrição. Por isso, guardem as bicicletas. Já não se anda seguro em lado nenhum.


terça-feira, 3 de março de 2009

Caedere aut caedi...

Aceitam-se esmolas. Qualquer coisita serve, nem que seja um tostão, um simples tostão. E para quê? Para ajudarmos a reconstruir a Faixa de Gaza. Ou seja, é para deitar dinheiro fora. Será que alguém no seu perfeito juízo mandaria dinheiro para construirem novos alvos lá para as brincadeiras entre israelitas e palestinianos? Talvez. Há pessoas para tudo. Só não percebo o porquê da União Europeia ajudar financeiramente. Acho que esse dinheiro fazia mais falta aqui na Europa, investido em empresas para se recuperar da famosa crise. Em vez disso, vamos mandar o dinheiro para financiar uma guerra. Porque enquanto houver alguma coisa por lá para destruir, eles não param. Não devem gostar muito de arquitectos e de engenheiros civis. Às vezes até os entendo. No fundo, aqueles seres não querem paz. Eles nem devem saber o que isso é. Já nascem armados até ao pescoço e com o instinto natural de disparar sobre tudo o que mexe. O que nem sempre é má ideia. Alguns deviam nascer cá. Podia ser que alguns políticos ganhassem medo e vergonha na cara.
Ajudamos a reconstruir um hospital. No dia seguinte, mais um bombardeamento e só ficavam as janelas. Era a chamada cura rápida para os doentes. E depois lá ia mais dinheiro para reconstruirem (mais uma vez) o hospital. Assim não lhes custa. Gostava era que a União Europeia me pagasse o almoço sempre que o tento cozinhar e acabo por deixar queimar tudo. Mas para isso já não mandam eles o dinheiro. Parece que gostam de estourar literalmente o dinheiro. Deve ser um fetiche qualquer. Há fantasias para tudo.
Vamos deixar aquela malta em paz. Ou melhor, vamos ignorá-los, porque paz eles não tem muita. Quanto menos eles se virarem para estes lados melhor será. Tentar acordos de paz entre eles é como tentar tirar o Pinto da Costa do poder. São coisas impossíveis e que não estão destinadas a acontecer. Se os deixarmos sozinhos, eles vão acabar por tomar a única medida que poderá trazer tréguas àquela região do planeta: matam-se uns aos outros e assim também acaba a guerra. De outra forma, deve ser complicado. Na mentalidade deles, é matar ou morrer...